Mau o dia amanhece e lá estão elas de volta ao centro de tudo,
as duas que nunca se foram.
A observar quem passa, são elas as duas moças da praça
Elas que sempre estiveram aqui
Queimando a ponta da cabeça com o nascer de um novo dia
Para depois se banharem na luz morna que incendeia a madrugada
A luz que nos convida desde sempre para mais um hoje.
Lá estão elas faceiras se espreguiçando entre fendas e rugas
Contorcem-se desejos e sonhos, no ranger da sua história.
Amigas inseparáveis, moças velhas, velhas moças.
Observam pessoas caminharem pela praça,
saltando dos ventres e caindo nos túmulos.
Como golfinhos em um mar de areia
Vitimas do ponteiro do tempo que adverte sua finita existência.
As duas moças da praça...
Uma das tais é donzela prendada, bem penteada, pele lisa, perfume de alfazema.
Imaculada, trata os seus como filhos, e os mima por demasiado, é de seu agrado torna-los peças no museu das esperanças, onde tudo será recompensado no final de tudo. Moça de família nobre vinda dos quatro cantos do mundo, é dona da verdade absoluta e da pureza inquestionável.
O Sol pra te exaltar, queima tuas costas lançando tua sombra sobre a cratera.
A outra delas, diferente da anterior, é puta.
De todos e tantos, seios fartos, lábios carnudos eternamente manchados de batom vermelho da paixão. Muitos já a tiveram em seus braços, muitos te usaram como bem queriam, homens e mulheres, poderosos e pobres, perfumados e podres.
Cabelo assanhado, broche velho com fotos em preto e branco. Solitários corredores rangem em teu peito empoeirado. Apesar de tantos amantes, filhos ela não tem. Mas os que dela se aproximam têm lá, entre esse salto no giro do tempo, um instante da eletricidade ancestral que ilumina os espíritos da terra da poesia.
As duas na praça, vendo quem passa, em tom de desgraça veem tudo passar.
Sentadas no tempo amigas do vento, sem ter um lamento te chamam de lar.
Uma ao lado da outra, sem se encarar, as duas existem como duas partes de um todo,
Sol e lua, fogo e chuva, desejo e razão, sonho e realidade,
metades de um curto caminho que se estreita além da visão.
Como Deus e o Diabo elas disputam seguidores nas praças da vida
Dia após dia.
as duas que nunca se foram.
A observar quem passa, são elas as duas moças da praça
Elas que sempre estiveram aqui
Queimando a ponta da cabeça com o nascer de um novo dia
Para depois se banharem na luz morna que incendeia a madrugada
A luz que nos convida desde sempre para mais um hoje.
Lá estão elas faceiras se espreguiçando entre fendas e rugas
Contorcem-se desejos e sonhos, no ranger da sua história.
Amigas inseparáveis, moças velhas, velhas moças.
Observam pessoas caminharem pela praça,
saltando dos ventres e caindo nos túmulos.
Como golfinhos em um mar de areia
Vitimas do ponteiro do tempo que adverte sua finita existência.
As duas moças da praça...
Uma das tais é donzela prendada, bem penteada, pele lisa, perfume de alfazema.
Imaculada, trata os seus como filhos, e os mima por demasiado, é de seu agrado torna-los peças no museu das esperanças, onde tudo será recompensado no final de tudo. Moça de família nobre vinda dos quatro cantos do mundo, é dona da verdade absoluta e da pureza inquestionável.
O Sol pra te exaltar, queima tuas costas lançando tua sombra sobre a cratera.
A outra delas, diferente da anterior, é puta.
De todos e tantos, seios fartos, lábios carnudos eternamente manchados de batom vermelho da paixão. Muitos já a tiveram em seus braços, muitos te usaram como bem queriam, homens e mulheres, poderosos e pobres, perfumados e podres.
Cabelo assanhado, broche velho com fotos em preto e branco. Solitários corredores rangem em teu peito empoeirado. Apesar de tantos amantes, filhos ela não tem. Mas os que dela se aproximam têm lá, entre esse salto no giro do tempo, um instante da eletricidade ancestral que ilumina os espíritos da terra da poesia.
As duas na praça, vendo quem passa, em tom de desgraça veem tudo passar.
Sentadas no tempo amigas do vento, sem ter um lamento te chamam de lar.
Uma ao lado da outra, sem se encarar, as duas existem como duas partes de um todo,
Sol e lua, fogo e chuva, desejo e razão, sonho e realidade,
metades de um curto caminho que se estreita além da visão.
Como Deus e o Diabo elas disputam seguidores nas praças da vida
Dia após dia.
http://assunapontadalingua.blogspot.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário