OLHOS NEGROS
Teus olhos negros Maria,
São uns olhos singulares,
São tão cheios de poesia,
São tão cheio de cismares
Que, por vê-los, certo dia
Passei a noite cantando,
Teu sono mesmo sonhando,
Vendo o sonho dos luares...
Depois, refleti comigo:
“ - Não há no céu uma estrela,
Um astro formoso, amigo,
Com o brilho dos olhos dela.
Se algum dia eu fosse Deus
O senhor das borboletas,
Formaria estrelas pretas
Do brilho dos olhos teus.”
João Lins Caldas
Assu, 1910
__________________In, Almanaque Literário de Pernambuco, para 1910
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