terça-feira, 11 de julho de 2017

TRAÇOS BIOGRÁFICOS DE JOÃO CELSO FILHO


João Celso Filho nasceu no dia 05 de setembro de 1886. Foi um dos assuenses que marcou a história de sua época. Foi professor, literato, teatrólogo, animador cultural, orador, jornalista, advogado, comerciante e político. 

Filho do tabelião público e capitão João Celso da Silveira Borges e de dona Emília Amarantina Chaves da Silveira Borges. João Celso, muito moço ainda, começou a escrever para as gazetas locais ao lado de Palmério Filho desenvolvendo o jornalismo provinciano.

Transpondo-se, um dia, para Belém, do Pará, deu mostra de seu talento nas colunas de A Província e ouros periódicos.

Retornando a sua terra berço, consorciou-se com dona Maria Leocádia de Medeiros Furtado da Silveira, descendente da família Casa Grande, no dia 31 de maio de 1915, cuja união nasceram: Maria Leocádia da Silveira, Expedito Dantas da Silveira, Dolores Dantas da Silveira, Eudoro Dantas da Silveira, Laurita da Silveira e Sá Leitão, Emílio Dantas da Silveira e Celso Dantas da Silveira. 

Foi presidente do Centro Bibliográfico Assuense, diretor e fundador da revista literária Palládio, diretor do Grupo Escolar Tenente Coronel José Correia. Em Assu, também foi fundador do Externato Rui Barbosa que teve vida efêmera.

A sua atuação de comerciante não o impossibilitou de preparar o livro ‘Terra Bendita’, de onde Dom Raphael Gutiere arrancou umas estrofes sertanejas, sob o mesmo título, de que fez versão para o idioma castelhano.

João Celso Filho faleceu, de enfarte, em sua fazenda Camelo – zona rural do município do Assu, a 14 de novembro de 1943. A sociedade assuense, consternada, publicou uma polianteia em sua homenagem. 

Em Natal, no bairro Cidade da Esperança, existe a Rua João Celso Filho. Em Assu ele é patrono da Avenida João Celso Filho - via totalmente duplicada – que, incorporada as ruas João Pessoa e Augusto Severo, dão acesso ao centro da cidade. 

Além da aludida Avenida, existe o Largo João Celso Filho com um obelisco constando a sua imagem em alto relevo, localizado no início da Rua Moisés Soares. 

No centenário do seu nascimento, ou seja, em setembro de 1986, foi lançado o livro Terra Bendita com várias de suas poesias e com pronunciamentos de amigos e intelectuais. 

Segundo Lauro Pinto, João Celso foi: “... um dos homens mais alegres, um otimista e um elegante boêmio. João Celso era como um oásis, muito verde e brilhante a irradiar a alegria de um espírito sempre encantador”.

João Celso Filho fez parte da coletânea POETAS DO RIO GRANDE DO NORTE – Ezequiel Wanderley – 1ª Edição de 1922. Reeditado em edição Fac-Similar com atualização e notas de Anchieta Fernandes, em 1993, através da coedição Sebo Vermelho, Clima e Sebo Cata Livros.

DEUS

Deus, dizem todos, é onipotente
Pode, querendo, o mundo exterminar,
E pode, se quiser, incontinente,
Outra vez, o universo arquitetar!

Eu, sou homem, o ser inteligente
Cá da terra, que pode o braço armar
Para - maior que o tigre e que a serpente,
O homem - seu rival - aniquilar!

Porém Deus é maior: é soberano!
Não conhece outro Deus, outro tirano,
Mora em cima de tudo, Lá nos céus!...

Mata os filhos, sem dor nem piedade!
No entanto, todos clamam-lhe a bondade...
Ah! Se eu fosse também como esse Deus!...

João Celso Filho

Nenhum comentário:

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...