quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

A CAGADA

*Por Damasceno Bezerra
Outro gozo não há, bem se pensando,
Que se compare ao gozo da cagada…
Depois de digerida a feijoada,
Quando toda a barriga está roncando…
Os peidos, um por um, vão ribombando
Como em noite de inverno a trovoada…
O cu vai , pouco a pouco, se esticando
E a merda vai fugindo em debandada…
Então, o camarada fecha os olhos,
- convencido que a vida é um mar de abrolhos…
Mas, a merda sendo rala – que canudo
Vermelho e quente que da bunda sai:
Rompe as pregas do cagão, se esvai
Mela o cu, mela as pernas, mela tudo!


*Damasceno Bezerra era poeta, boêmio, nasceu em Natal/RN, em 1902 e morreu em 1947 na capital potiguar onde está enterrado.

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