Deste livrinho (imagem acima), data de 1996 é feito de estórias pitorescas, jocosas, espirituosas do povo da minha terra - o Assu, celeiro de figuras espirituosas. Transcrevo três estórias conforme adiante:
João Marcolino de Vasconcelos, habitualmente chamado de Lou era advogado rábula. Pois bem. Certo dia, fora procurado em seu escritório por certa senhora viúva, proprietária de um sítio no Vale do Açu. Reclamava que seu vizinho por apelido "Zé Sebo" estava colocando todo o gado que possuía, na propriedade dela, para pastar. Antes de mover uma ação judicial queria um entendimento amigável. Lou então enviou uma carta convidando Zé Sebo comparecer em seu escritório. Comparecendo, perguntou aquele advogado: - "Seu" José... é verdade que o senhor está colocando seu gado no sítio de dona Maria, sua vizinha?" - "É verdade doutor..." - "O senhor acha que isto está certo?" - Fez nova pergunta aquele advogado. - Zé sebo foi curto e grosso: - "acho certo e vou fazer novamente e pronto.Ora, doutor Lou. Terra de moça velha e viúva rica, não tem dono!" - Dias depois, o advogado fora procurado pela sua cliente ansiosa, querendo saber o resultado do entendimento. Lou foi logo lhe dizendo: - "Minha senhora. A solução é você se casar com Zé Sebo."
João Marcolino de Vasconcelos, habitualmente chamado de Lou era advogado rábula. Pois bem. Certo dia, fora procurado em seu escritório por certa senhora viúva, proprietária de um sítio no Vale do Açu. Reclamava que seu vizinho por apelido "Zé Sebo" estava colocando todo o gado que possuía, na propriedade dela, para pastar. Antes de mover uma ação judicial queria um entendimento amigável. Lou então enviou uma carta convidando Zé Sebo comparecer em seu escritório. Comparecendo, perguntou aquele advogado: - "Seu" José... é verdade que o senhor está colocando seu gado no sítio de dona Maria, sua vizinha?" - "É verdade doutor..." - "O senhor acha que isto está certo?" - Fez nova pergunta aquele advogado. - Zé sebo foi curto e grosso: - "acho certo e vou fazer novamente e pronto.Ora, doutor Lou. Terra de moça velha e viúva rica, não tem dono!" - Dias depois, o advogado fora procurado pela sua cliente ansiosa, querendo saber o resultado do entendimento. Lou foi logo lhe dizendo: - "Minha senhora. A solução é você se casar com Zé Sebo."
José Caldas Soares Filgueira, ou Dedé Caldas como era carinhosamente chamado, era uma figura observadora e conhecedora das coisas do Assu. erta vez, ao se encontrar com certa amiga, foi logo perguntando: "Como vai sua filha, dona Maria?" - "Dédé. Minha filha casou-se com um rapaz muito bom, de posses, mas não vai bem. Não tem conforto." - Lamentou aquela senhora. - "Mas, dona Maria. Na casa dela falta alguma coisa?" - Interrogou, Dedé. - Maria respondeu: "Olhe, Dedé. Na casa dela tem sala de jantar, fogão, geladeira, freezer, dormitório completo, tem até ar-condicionado... um luxo, né?" - Dedé ficou mais curioso ainda: - "Dona Maria. O que a senhora entende por conforto?" - Aquela senhora direcionou a Dedé o seu braço endurecido e com a mão fechada, esbravejou com seu linguajar na forma mais direta: "Dedé. "Conforto" é talento de homem.!"
O Bar de Ximenes (Francisco Ximenes) na década de quarenta, cinquenta e início de sessenta, era o ponto de encontra das pessoas influentes da cidade de Assu. Além de bar, funcionava como casa de jogo de cartas (baralho), entre tantos frequentadores, o senhor Lauro Leite (Lauro era mossoroense, chegou no Assu, para trabalhar com Zequinha Pinheiro e foi um dos combatentes ao Bando de Lampião na invasão a Mossoró). Pois bem. Numa conversa amistosa no referenciado bar, alguém teria dito assim: - "Deus é muito bom", ao que contestou: - "É bom nada, amigo. Tira a tesão, mas não tira a lembrança." - Recriminou Lauro se autodiagnosticando.
Fernando Caldas
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