José Aldenir / Agora Imagens
Luiz Roberto Barcelo, da Abrafrutas: preocupações logísticas
Redação
O presidente da Associação Brasileira de Produtores de Frutas (Abrafrutas) e da Agrícola Famosa, Luiz Roberto Barcelos, disse nesta segunda-feira, 4, que um dos maiores desafios da logística do RN será resolver o escoamento marítimo das frutas para a Europa, que no ano passado deu ao porto de Natal o primeiro lugar entre os terminais líderes na exportação de melão do País.
Depois de mostrar gráficos do crescimento continuo das exportações da Agrícola na última década e meia, Barcelos deu a entender que dificilmente o porto de Natal, pelas dificuldades de ser um terminal pequeno e estar limitado pela própria localização – o bairro antigo da Ribeira – dificilmente oferecerá respostas efetivas para as demandas futuras.
Luiz Roberto Barcelos, que até recentemente pleiteava uma pré-candidatura ao Senado pelo RN, mas desistiu alegando problemas pessoais, participou como palestrante do seminário Motores do Desenvolvimento, promovido pelo jornal Tribuna do Norte.
Com 22 fazendas produtoras de frutas em toda a extensão da chapada do Apodi, a Agrícola Famosa faturou, no exercício 2017, US$ 630 milhões e deixou 25% disso na folha de pagamento de seus mais de 9 mil empregados e colaboradores.
Segundo Barcelos, no ano passado, a empresa fundada por ele no início dos anos 2000 contabilizou investimentos da ordem de R$ 90 milhões e repassou para sua força de trabalho R$ 12 milhões em alimentação, sem qualquer tipo de desconto em folha.
Com a produção embarcada pelos portos de Natal e Pecém, no Ceará, ambos localizados a mesma distância das fazendas de produção no RN, Luiz Roberto disse que os problemas de escoamento por Natal precisam de soluções urgentes.
O executivo, porém, elogiou os órgãos ambientais – Idema e Igarn, esta de gestão das águas – que, segundo ele, têm apresentado um trabalho ágil toda a vez que são requeridos.
“Nosso problema é realmente dotar a nossa logística, especialmente a portuária, de um escoamento mais eficiente e isto terá que ser objeto de ações prioritárias”, afirmou Luiz Roberto.
Para ele, que se definiu como um “fã das transposições”, um tema centenário no Brasil, criticou a falta de “vontade política” para apressar a chegada das águas para o semiárido nordestino.
“Aqui, a precipitação0 média das chuvas não chega a 500 mm por ano, sendo que a evaporação medida chega a quatro vezes essa quantidade”, assinalou.
Depois de apoiar a paralisação dos caminhoneiros, por entender a necessidade de uma política para os combustíveis, em especial o diesel, que tem sérios impactos sobre a formação dos preços de alimentos, Luiz Roberto refluiu dessa posição quando o movimento ignorou os acordos de suas representações e manteve o bloqueio das estradas.
Ao qualificar essa decisão de “criminosa”, Luiz Roberto afirmou que ainda agora é difícil quantificar os prejuízos da paralisação para o setor de frutas.
Fonte: http://agorarn.com.br
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