Quando criança, na antiga Rua Velha, Chiquinho de Maroca tinha uma 'fábrica' de carrinhos de madeira. Ele aproveitava tábuas e aspas dos medicamentos que vinham nas caixas de madeira para a farmácia de Zelito Calaça.
Francisco também aproveitava as latas vazias de óleo para confeccionar esse brinquedo tão popular entre os meninos da nossa época. O carrinho tinha portas, janelas, pneus de madeira cobertos com borracha, além de fecho de mola. Era um sucesso.
Com dez anos de idade, papai presenteou-me um ônibus de madeira e foi uma alegria imensa. Com o tempo, fiz um laço de amizade com esse transporte coletivo, como se fosse um ônibus de verdade.
Todas as tardes tinha que refazer a estrada para brincar até anoitecer, ao lado da minha casa, pois as pessoas passavam e apagavam a trilha feita no dia anterior.
É claro que existiam 'cidades' com estradas e ruas que brincávamos numa felicidade eterna.
Com minha pequena idade desfrutei a alegria de muitas viagens dirigindo os sonhos da imaginação numa infância feliz.
Marcos Calaça, cronista saudosista.
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