Roupas e máscaras de símbolos do Carnaval estão na mostra "Aptidão para a Alegria: Vem de Berço", em cartaz na Fundação Joaquim Nabuco, no Derby
Por: Paulo Trigueiro em 10/02/19
Caboclo de lançaFoto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco
O Mateus é um personagem que surgiu com o fim da escravidão no Brasil. “Ele aparece zombando de quem os escravizava. Na prática, ele é como um produtor cultural de hoje em dia, porque sua função era ir na frente dos maracatus aos locais de apresentação. Ele via se aquela cidade receberia bem o maracatu. Dependendo do que percebesse, o maracatu seguiria por outro caminho”, explica o historiador Severino Vicente. Mateus aparece sempre com sua companheira, Catirina, e a burrinha. Também é muito importante na brincadeira do Cavalo Marinho, outra festa originária da Zona da Mata Norte.
CALUNGA
A professora de História da UFPE Bartira Ferraz explica que as bonecas que aparecem no Carnaval carregadas por mãos dançantes de mulheres em apresentações de maracatu são as calungas. “É um termo usado em quimbundo para ‘pessoa ilustre’ e, na língua quioco, para dizer ‘mar’, como nos cânticos de macumba e candomblés cariocas e baianos. No dicionário de Luís da Câmara Cascudo, Calunga significa boneca, figura humana ou animal feita de pano, de madeira, de osso ou de metal. A Calunga pode ser considerada como um elemento totêmico no dizer de Mário de Andrade e é usada em rituais e cortejos representando entidades.”
O Mateus é um personagem que surgiu com o fim da escravidão no Brasil. “Ele aparece zombando de quem os escravizava. Na prática, ele é como um produtor cultural de hoje em dia, porque sua função era ir na frente dos maracatus aos locais de apresentação. Ele via se aquela cidade receberia bem o maracatu. Dependendo do que percebesse, o maracatu seguiria por outro caminho”, explica o historiador Severino Vicente. Mateus aparece sempre com sua companheira, Catirina, e a burrinha. Também é muito importante na brincadeira do Cavalo Marinho, outra festa originária da Zona da Mata Norte.
CALUNGA
A professora de História da UFPE Bartira Ferraz explica que as bonecas que aparecem no Carnaval carregadas por mãos dançantes de mulheres em apresentações de maracatu são as calungas. “É um termo usado em quimbundo para ‘pessoa ilustre’ e, na língua quioco, para dizer ‘mar’, como nos cânticos de macumba e candomblés cariocas e baianos. No dicionário de Luís da Câmara Cascudo, Calunga significa boneca, figura humana ou animal feita de pano, de madeira, de osso ou de metal. A Calunga pode ser considerada como um elemento totêmico no dizer de Mário de Andrade e é usada em rituais e cortejos representando entidades.”
Caretas - Crédito: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco
CARETAS
Os caretas surgiram de uma única pessoa. Um homem que, com um chicote, abria o
espaço para as procissões em Triunfo. “Inicialmente, o careta era próprio dos tempos de
Páscoa”, contou Severino Vicente, que foi até o local conhecer e estudar o brinquedo.
Segundo ele, grupos anônimos utilizando as máscaras passaram a repetir o
omportamento desse brincante originário. “Até hoje permanecem anônimos. São
pessoas da comunidade, dos bairros próximos, mas não mostram os rostos nem falam
quem são. O que mais impressiona é a habilidade de manuseio que eles têm com os
chicotes pelas ladeiras de Triunfo.”
LA URSA
La Ursa é pernambucana. Mas não totalmente. “Não haver ursos de verdade em
Pernambuco já é uma dica de que a brincadeira é um resquício de folguedos europeus”,
conta o doutor em História pela UFPE Severino Vicente. Mais precisamente das
brincadeiras de ursos e caçadores, que, inclusive ainda hoje existe no Brasil.
“A La Ursa é uma forma de pedir dinheiro durante o período carnavalesco, ao mesmo
tempo em que diverte as pessoas. E essa brincadeira, tendo origem a partir daquela,
europeia, é daqui do estado. Tenho visto com muita frequência acontecer na praia, mas
não acontece só lá.” Qualquer rua pode ser palco para uma La Ursa.
FANTASIAS
As fantasias, incluindo as máscaras, têm origem no Carnaval de Veneza, na Itália. “A
ideia foi trazida ao Brasil e, aqui, como tudo que chega, foi reorganizada à maneira da
população local. As pessoas expunham suas fantasias nas ruas, como uma exibição.
Mas também há a ideia de viver uma personalidade diferente quando a gente se fantasia”,
conta Vicente.
Tela do pintor Bajado
Tela do pintor Bajado - Crédito: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco
Os caretas surgiram de uma única pessoa. Um homem que, com um chicote, abria o
espaço para as procissões em Triunfo. “Inicialmente, o careta era próprio dos tempos de
Páscoa”, contou Severino Vicente, que foi até o local conhecer e estudar o brinquedo.
Segundo ele, grupos anônimos utilizando as máscaras passaram a repetir o
omportamento desse brincante originário. “Até hoje permanecem anônimos. São
pessoas da comunidade, dos bairros próximos, mas não mostram os rostos nem falam
quem são. O que mais impressiona é a habilidade de manuseio que eles têm com os
chicotes pelas ladeiras de Triunfo.”
LA URSA
La Ursa é pernambucana. Mas não totalmente. “Não haver ursos de verdade em
Pernambuco já é uma dica de que a brincadeira é um resquício de folguedos europeus”,
conta o doutor em História pela UFPE Severino Vicente. Mais precisamente das
brincadeiras de ursos e caçadores, que, inclusive ainda hoje existe no Brasil.
“A La Ursa é uma forma de pedir dinheiro durante o período carnavalesco, ao mesmo
tempo em que diverte as pessoas. E essa brincadeira, tendo origem a partir daquela,
europeia, é daqui do estado. Tenho visto com muita frequência acontecer na praia, mas
não acontece só lá.” Qualquer rua pode ser palco para uma La Ursa.
FANTASIAS
As fantasias, incluindo as máscaras, têm origem no Carnaval de Veneza, na Itália. “A
ideia foi trazida ao Brasil e, aqui, como tudo que chega, foi reorganizada à maneira da
população local. As pessoas expunham suas fantasias nas ruas, como uma exibição.
Mas também há a ideia de viver uma personalidade diferente quando a gente se fantasia”,
conta Vicente.
Tela do pintor Bajado
Tela do pintor Bajado - Crédito: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco
Tela do pintor Bajado - Crédito: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco
BAJADO
Quatro quadros de Bajados estão expostos. Todos voltados ao carnaval, um dos temas
mais recorrentes da obra do pintor maraialense. Bajado tem relação estreita com a folia.
De acordo com pesquisa de Regina Coeli Vieira, da Fundaj, ele retratou os clubes
carnavalescos de Olinda, Pernambuco, Pitombeira dos Quatro Cantos, Elefante,
O Homem da Meia-Noite, Cariri, Vassourinhas, assim como o frevo rasgado na
Ribeira, Largo do Amparo, Varadouro, Praça do Carmo. “Sua tendência artística era
a liberdade de estética, comum na arte moderna, e suas obras retratavam tanto os
folguedos carnavalescos, como também reverenciavam personalidades ilustres da
sociedade pernambucana.”
Quatro quadros de Bajados estão expostos. Todos voltados ao carnaval, um dos temas
mais recorrentes da obra do pintor maraialense. Bajado tem relação estreita com a folia.
De acordo com pesquisa de Regina Coeli Vieira, da Fundaj, ele retratou os clubes
carnavalescos de Olinda, Pernambuco, Pitombeira dos Quatro Cantos, Elefante,
O Homem da Meia-Noite, Cariri, Vassourinhas, assim como o frevo rasgado na
Ribeira, Largo do Amparo, Varadouro, Praça do Carmo. “Sua tendência artística era
a liberdade de estética, comum na arte moderna, e suas obras retratavam tanto os
folguedos carnavalescos, como também reverenciavam personalidades ilustres da
sociedade pernambucana.”
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