Virgínia Victorino, poeta sonetista e dramaturga portuguesa de Alcabaça. Nasceu no dia 13 de agosto de 1898 e faleceu em 1967. Por sinal, o amargurado e apaixonado poeta potiguar, também sonetista chamado João Lins Caldas, era um dos seus admiradores e, no dia em que veio a falecer também em 1967, conta-se que estava a ler o livro sobre o título "Apaixonadamente" daquela poetisa lusitana autora do livro "Namorados, já em quatorze edições. A primeira é de 1918. De Virgínia conta-se que ela "foi amada e odiada ao extremo". Vamos nos deleitar com um dos seus belos versos recheado de melancolia e paixão, transcritos adiante sob o título "Renúncia", que diz assim:
Fui nova, mais fui triste... Só eu sei
Como passou por mim a mocidade...
Cantar era o dever da minha idade!
Devia ter amado e não cantei...
Fui bela... Fui amada e desprezei
Não quis beber o filtro da ansiedade.
Amar era o destino, a claridade...
Devia ter amado e não amei...
Si de mim!... Nem saudade, nem desejos...
Nem cinzas mortas... Nem calor de beijos...
Eu nada soube, eu nada quis perder...
E o que me resta?! Uma amargura infinda...
Ver que é, para morrer, tão cedo ainda...
E que é tão tarde já, para viver!...
Fui nova, mais fui triste... Só eu sei
Como passou por mim a mocidade...
Cantar era o dever da minha idade!
Devia ter amado e não cantei...
Fui bela... Fui amada e desprezei
Não quis beber o filtro da ansiedade.
Amar era o destino, a claridade...
Devia ter amado e não amei...
Si de mim!... Nem saudade, nem desejos...
Nem cinzas mortas... Nem calor de beijos...
Eu nada soube, eu nada quis perder...
E o que me resta?! Uma amargura infinda...
Ver que é, para morrer, tão cedo ainda...
E que é tão tarde já, para viver!...
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