quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Eu não vou falar sobre a obra poética de um gênio (esquecido e injustiçado da poesia brasileira) chamado João Lins Caldas (poeta Norte-riograndense do Assu) porque, é tarefa difícil para mim. Apenas registrar a grandeza do seu poetar como venho fazendo por meio desta página. Porém, tenho certeza, trata-se de um vate que, por ironia do destino, não conseguiu publicar-se. Tinha ele, Caldas, a convicção de que publicado todo seu trabalho literário se consagraria como um dos maiores da poesia universal. O poema (inédito) adiante, penso eu, já é o bastante para "figurar numa antologia dos maiores poetas do mundo". Vejamos:

Eu acendi o relâmpago do ódio.

A noite tem ladrões engurujados
E tem traidores
E tem invejosos
E tem morcegos
E tem corujas
Eu preciso com os seus relâmpagos queimar toda essa fauna da noite.
A noite tem ladrões engurujados
Eles são lemáticos e frios,
Desencantados
O encanto dos charcos mais sombrios,
A sombra de todos os malvados,
- Condenados,
As suas ânsias, os seus arrepios...
A noite tem, com a traição, a inveja, os invejosos...
São da noite
Todos esses negros partos monstruosos...
São da noite
Os ladrões, a traição, os invejosos...
Mas da noite
Luminosos
Os relâmpagos que hão de queimar também todos os invejosos...

Acendam-se todos os meus relâmpagos.

Postado por Fernando Caldas

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