Antonio Soares de Macedo
(Coronel). Político e jornalista. Nasceu na cidade do Assú, então Villa
Nova da Princesa, a 27 de fevereiro de 1831, sendo filho legítimo do
capitão Pedro Soares de Macêdo e D. Anna Thereza Soares de Macêdo.
Recebida a instrução primária, dedicou-se ao estudo da língua latina e
conhecimento de outras matérias do curso de humanidades, conseguindo um
regular cabedal literário. Indo residir na freguesia de Serra Negra,
tornou-se criador e agricultor, ali consorciando-se, em 1853, com D.
Anna Senhorinha de Macêdo, filha legítima do capitão Manoel Pereira
Monteiro e D. Maria de Jesus José da Rocha. Viuvando em 1862, Antonio
Soares casou-se, em segundas núpcias, na cidade do Assú, a 07 de julho
de 1863, com D. Francisca Francelina de Macêdo e Araújo, filha legítima
do seu tio João Luiz de Araújo Picado e D. Anna Jacyntha de Araújo
Picado. Em 1870, voltou a residir no município de Assú, sua terra natal,
continuando aí a profissão de agricultor e criador. Ingressando na
política local, alistou-se, ao lado dos seus parentes, nas fileiras do
partido conservador, em que, pela sua inteligência, critério e lealdade,
foi galgando posições, até a chefia suprema no município, posto em que
ainda o encontrou o regime político iniciado a 15 de novembro de 1889.
Na antiga Guarda Nacional, teve a patente de capitão, sendo mais tarde
nomeado coronel. Além das funções de cargos municipais, o coronel
Antonio Soares exerceu o mandato de deputado a Assembleia Legislativa da
Província, estendendo-se a sua influência política a diversos
municípios, onde a sua palavra era ouvida e acatada.
Em
1876, fundou o Brado Conservador, jornal político de combate, do qual
era diretor e principal redator, defendendo pelas suas colunas a
bandeira do partido e pugnando pelos altos interesses da Província e, em
particular, pelos da zona sertaneja.
Viúvo,
pela segunda vez, em 1878, contraiu terceiras núpcias, no ano seguinte
com D. Claudina Carolina de Macêdo e Araújo, também, filha do mesmo seu
tio João Luiz.
Agitando-se
a campanha abolicionista, o coronel Antonio Soares abraçou com
entusiasmo a causa dos escravos, empenhando nela o seu jornal e sua ação
pessoal, como membro fundador da Sociedade Libertadora Assuense,
instalada, por interessante coincidência, a 13 de maio de 1883. No dia
24 de junho de 1885, durante a festa do Padroeiro da Paróquia, a
Libertadora, em sessão solene, declarava a cidade do Assú emancipada do
elemento servil.
O
Brado Conservador, com tipografia própria, manteve-se até 1890, quando
dissolvido o partido conservador, passou a denominar-se Brado Federal
(02 de abril), desaparecendo pouco tempo depois. Fundou-se nessa época,
no Rio grande do Norte, um partido católico, com órgão na imprensa – A
Pátria – batendo-se contra o ateísmo adotado pelas novas instituições e
em desacordo com o sentimento e tradições do povo brasileiro. Esse
partido apresentou a candidatura do Coronel Antonio Soares a deputado
federal, não conseguindo, porém, a vitória da sua chapa. Desde então, o
velho chefe sertanejo afastou-se da atividade política, desfalcado dos
haveres que adquirira em longos anos de honesto trabalho. Em 1917,
achando-se na capital do Estado, em visita a filhos e netos nela
domiciliados, foi acometido de grave moléstia, da qual veio a falecer,
aos 86 anos de idade, no dia 11 de maio, deixando, sobreviventes, a
viúva, que faleceu em 1928, e 12 filhos, de um total de 23 nascidos das
três núpcias.
Publicou
Árvore Genealógica da Família Casa Grande, opúsculo impresso na
Tipografia da Companhia Libro-Tipográfica Natalense, 1893.
(fonte: Dicionário Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. Vol. I. A-E. Coleção Mossoroense. Vol. CDXVII, 1988).
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