terça-feira, 14 de abril de 2020

domingo, 23 de outubro de 2011


Casarões lembram o período colonial

Assú - Antes, eram centenas; hoje, não chega a 40 o número de casarões com condições de restauração na cidade de Assú, que é detentora da segundo maior herança arquitetônica do período colonial com uma pitada de barroco do Rio Grande do Norte, perdendo apenas para o bairro da Ribeira, em Natal. Com o mesmo estilo, existem residências em Angicos, Mossoró e Ipanguaçu. Através da Assessoria de Comunicação, a Prefeitura informa que existe um esforço para salvar o que ainda resta de casarões que, em seus traços, contam a história da colonização do Brasil.
Entre os casarões que marcaram época no século XVIII em Assú e que foram destruídos está a estrutura onde nasceu e vive o ex-prefeito Pedro Soares de Amorim, assim como o pertencente ao primeiro médico do Rio Grande do Norte e também ex-prefeito de Assú Ezequiel Wanderley. No local onde haviam essas arquiteturas, que para a preservação da história não têm preço, atualmente está sendo instalado um supermercado. Antes funcionou um parque de diversão.

A moradia do jornalista Palmério Filho, que nasceu em 1874, e depois do escritor e poeta Francisco Augusto de Amorim, "Chisquito", em 1899, ainda tem paredes e sobrado. Parte ameaça cair pela falta de conservação e pela ação do tempo. Chisquito também foi prefeito de Assú. Parte desse casarão está desabrigada e outra é ocupada por comerciantes na parte inferior, mas a parte de superior, o sótão, a cobertura já ameaça desabar. Porém, entre os prédios em ruínas uns resistem, apesar do elevado custo de recuperação com recursos públicos.

É o caso do sobrado da baronesa Eliziária Lins Wanderlei, que fica quase em frente à Igreja Matriz de São João Batista, que também tem arquitetura que remonta ao período colonial. O sobrado foi reconstruído pela Fundação José Augusto, do Governo do Estado, há oito anos, porém nunca foi utilizado. Aliás, foi deixado para ser esquecido. No dia 13 passado, foi que o coordenador do Centro Cultural de Artes e Assú (CENEC), da Prefeitura Municipal, Gilvan Lopes de Sousa, decidiu fazer uso da estrutura. Vai funcionar o Centro de Cultura Fulô do Mato, em homenagem ao poeta Renato Caldas, autor do livro Fulô do Mato.

 

Outro prédio que terá ordem de serviço assinada no dia 7 de novembro pela governadora Rosalba Ciarlini é o antigo Cinema e Teatro Pedro Amorim, que será recuperado com recursos da Lei Câmara Cascudo, na ordem de R$ 1.411.360,00. A estrutura interna está totalmente destruída; apenas as paredes externas resistem. Segundo Gilvan Lopes, os recursos destinados serão para reconstruir e comprar os equipamentos. 


Os proprietários do Sobrado Amorim já demonstraram interesse de doá-lo para o Município. Gilvan Lopes confirma essa proposta e disse que a ideia é transformar o casarão, caso se configure oficialmente a doação, numa grande biblioteca. Disse que esse prédio foi onde funcionou a primeira farmácia de Assú. A própria arquitetura dos casarões revela a exuberância da sociedade do século XVIII, seus costumes, suas origens... Além dessas residências com traços históricos na cidade, existem vários outros na zona rural, como o Banguê, Porto do Piató e Curralinho. 

TOMBAMENTO
 
Gilvan Lopes informou que recentemente a Prefeitura de Assú elaborou projeto e a Câmara Municipal aprovou, tombando 35 prédios, que ainda reúnem condições de recuperação. A lei regula o que os proprietários dos prédios podem fazer nas estruturas. "A ideia melhor será também fazer um tombamento estadual, mas isso é mais difícil', reconhece Gilvan Lopes.

Fonte: Jornal de Fato

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