segunda-feira, 6 de abril de 2020

RENATO CALDAS - Seresteiro da Velha Guarda, boêmio inveterado. Além de poeta era espirituoso tipo aquele que tem a resposta certa na ponta da língua para qualquer ocasião. Casou-se e, após a cerimônia deixou a sua mulher em casa, dizendo assim: "Eu vou ali, volto já". E foi farrear com os amigos. No outro dia, bem cedinho retornou a sua casa e encontra a sua sogra que já lhe reprovava o seu procedimento. Renato então respondeu: "Fale baixinho. Vim só buscar o violão". - E saiu novamente.

Fausta era o nome da sua mulher que, não suportando mais a ausência do marido boêmio mandou alguém de sua confiança procurar Renato pelos botequins da cidade. Ao encontrá-lo no primeiro bar que chegou, arrochou o grito a distância: - "Seu" Renato. Dona Fausta quer saber quando o senhor vai voltar pra casa?" - Renato foi curto e grosso: "Diga a Fausta que eu não sou profeta, não!".

Já velho e cansado, Renato Caldas, o poeta matuto, filosofou:

Hoje vivo como um carro de boi, encostado debaixo de um Juazeiro, capaz de provocar apenas o gemido.

Fernando Caldas


Nenhum comentário:

Postar um comentário

  Assu Antigo (TEXTO DO JORNALISTA E ESCRITOR CELSO DA SILVEIRA, PUBLICADO NO DIÁRIO DE NATAL, 1983, RECHEADO DE VERDADES, TEMOR, FICÇÃO SOB...