Tu não és da
fama nem tão pouco da lama. Tu és o Beco mais famoso da cidade. E na fotografia
de nossa realidade. Tu és o Beco de todos nós: Da Várzea ao Mendubim. Não tem nada de Beco de Pedro
Amorim, pois tem seu destino traçado.
Tu és igual
a rizada de Dilina, uma alegria contagiante, onde Chico Dias marca presença
constante.
Tu, meu
Beco, nunca vai ser uma rua, nem tão pouco
uma avenida.
Você vai ser
eternizado e vou mostrar porque: você sempre vai se lembrar de LOU, Chico Traíra
e o poeta Mora, assim como o salgueiro eternizou a rua do Ouvidor. Pelo teu
chão, passou a Boemia Assuense: A Vara, Zé Pretinho, Gale-Gale, Augusto de
Lula, Mariano, Purueca, Zé de Deus, Detonho. Exolimar, Mundoca, Texeira,
Batista de Hermes, João Fonseca, Manuel Rodrigues, Walter, Capacidade, Xineiro,
Manguinha e muitos outros varzeanos. Beco do Xerife Nozinho e Lulu. Também sois
do Baralho e Calmaria sem Roberto de Carvalho. De Renato sentes saudaio.des,
menos das meninas bonitas que desfilam sem ordem do delegado.
Eu sei
Paulo, chega de elogio.
Eu sou um retângulo
parado, sem vertese e sem hipotenusa, onde Brancos e negros param sem distinção
pelo meu corredor escuro.
Fui feliz ao
som de Badaneco, Paraíba, Sassarimba, Fransisquinho.
Meu destino nunca será o fim.
Fui palco do
humor certeiro de Inácio de Joao Pio. Testemunha das glosas de Sesiom e da
presença de Anastácio, Doninha e Miguel da Lata quando eu era ainda Beco da
Caridade.
E se o Assu é
um pedaço do céu dentro do mundo, você é o vagabundo que dorme para acordar a
cidade. E se não bastasse ainda tu és o Beco do Instituto Padre
Ibiapina.
Paulo Montenegro
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