Alba Leitão
personificou o glamour, em Assu, por muitos anos. Ela foi a imagem dos bailes elegantes e das
grandes festas, quando se apresentava com vestidos especiais, calçava luvas,
colocava sapatos altos e
resplandecia pelo bom gosto. Gestos e voz se harmonizavam. Eram os anos finais da década de 1950. A
década de 1960. Os anos dourados das orquestras que enchiam o ar com o som dos
metais, ou o ritmo dado pelas maracas, pois as grandes
orquestras seguiam o estilo americano ou
mexicano. Esse era o ambiente em que Alba se movia e impregnava de elegância.
Para compor a personagem
vem a frase que lhe atribuía a
qualidade de árbitro da moda, na cidade.
Se Alba vestiu é porque está na moda, era o sussurro à sua passagem. Mas não era uma moda simplesmente vinda da costureira fina e dos tecidos nobres ou como decorrência da reprodução dos trajes da revista “O Cruzeiro” ou dos figurinos importados. A moda de Alba era feita de bom gosto e, por isso, conferia destaque e se afirmava sem retoques, por inteiro como um retrato completo e perfeito. Tudo era exato, nem a mais nem a menos. A fulguração era suave, pois não era de bom tom a estridência.
Se Alba vestiu é porque está na moda, era o sussurro à sua passagem. Mas não era uma moda simplesmente vinda da costureira fina e dos tecidos nobres ou como decorrência da reprodução dos trajes da revista “O Cruzeiro” ou dos figurinos importados. A moda de Alba era feita de bom gosto e, por isso, conferia destaque e se afirmava sem retoques, por inteiro como um retrato completo e perfeito. Tudo era exato, nem a mais nem a menos. A fulguração era suave, pois não era de bom tom a estridência.
Não me recordo de qualquer vestido que Alba usou para descrever aqui. Dos
adornos do que poderia ser chamado de vaidade, lembro apenas os brincos de
pérola presos à orelha, grandes pérolas, clássicas. O que descrevo, esse pouco
mundano ou material, é próprio da
elegância, em que o importante é o gesto, a postura, a voz, um conjunto que
identifica a pessoa e lhe cria uma marca pessoal, inimitável. Um certo jeito de dizer. Uma certa forma de se
comportar. Um conjunto que registra o estar no mundo, ocupando o lugar
que é seu e é único.
Afinal o poeta Paulo Valery
afirmou que – “Elegância é a arte de não
se fazer notar, aliada ao cuidado sutil de se deixar distinguir.”
Dessa forma feita de
harmonia e sutileza, Alba compôs o
retrato das festas que, como dizia dona
Sinhazinha, o Assu já teve. De finesse e harmonia. O grandioso palco da época
foi o Clube Municipal. E o som de Orquestras como a de Ed Mandarino que
animaram festas nos anos 1960 e sempre retornam à saudade daquela época.
Hoje Alba partiu. Ao
encontro de José de Sá Leitão. Ao encontro dos familiares que a precederam.
Foi
para a casa do Pai Eterno. Ficaram seus
filhos, Raissa e Caio César, que, em meio às lágrimas da despedida, devem encontrar
o conforto da gratidão nos anos de vida de Alba. Para os assuenses, faço o registro que homenageia e relembra
toda uma época que recendia a rosas e modula as lembranças
com os afetos. Uma luz que presente nas histórias que são contadas sobre Assu.
Perpetua
Wanderley, 10/07/2020
(Fotografia do blog).
Nenhum comentário:
Postar um comentário