terça-feira, 7 de julho de 2020

SONETO

Pobre, morri sem me ver... Disseram
Os que da parte dela me chamavam...
E havia lágrimas no falar... Vieram
Porque seus tristes olhos me buscavam.

Noite... Segui... Os homens soluçavam.
E, nos meus olhos  só tristeza leram,
Os que  subiram e, a tremer desceram
Na noite escura em que me acompanhavam.

Cheguei tremendo...e, quando aberta a  porta,
Era tarde demais: - estava morta,
- Pertencia-lhe a glória do renome...

Vi-a e notei: nas lágrimas do rosto
Soluçava meu nome com desgostos,
Repartindo nas sílabas do nome.

João Lins Caldas

Nenhum comentário:

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...