segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

POUCAS E BOAS

Valerio Mesquita
mesquita.valerio@gmail.com
01) Chegou-me o causo do ex-vereador Adelson Martins de São Gonçalo que num almoço cerimonioso, espetou com um palito a manteiga do couvert. Com as palavras escorregando na boca apontou para o prato, chamando a atenção dos colegas: “Cuidado com esse troço, é manteiga”. A surpresa maior estava por vir. Quando pediram camarão à havaiana. O prato foi servido, como manda a praxe, dentro de um abacaxi. ““Qués” abacaxi Adelson?”. “Não. Vou esperar o camarão”. Conversa pra lá, conversa pra cá e lá pras tantas chamaram o garçom. “Amigo, esse almoço é de rosca?”. “A comida está servida. Tá dentro do abacaxi”, explicou o garçom pacientemente. Foi uma mancada geral.
02) Uma história de gemido. Contou-me o saudoso amigo Agnelo Alves, o nosso Neco, que Alcebíades que não é o de Santana do Matos, era um boêmio incorrigível. Nos porres homéricos, chegava em casa de madrugada e iniciava uma sessão de gemidos histriônicos provocados pelo quase estado de coma-etílica. As irmãs seriamente afetadas e preocupadas, impuseram um armistício a Alcebíades: “ou para com a bebedeira e os gemidos ou não dorme mais em casa”. Solteiro, dependente das manas indulgentes, aceitou as cláusulas impostas. Mas, estava escrito que, pelos descaminhos do mundo, o boêmio é um ser terrivelmente frágil. Numa alta madrugada, Alcebíades traiu-se e “cheio de mé”, soltou uns longos gemidos seguidos de uma frase pungente: “Ninguém pode mais nem gemer nessa casa, ai, ai, ai, ai, ai...”. A partir daí, igual a Maisa Matarazzo, o seu mundo caiu.
03) Viajar para conhecer um país ou uma cidade tem que ser de relativa duração. Sobre o assunto um grupo discutia uma agenda de viagens com o médico Ivis Bezerra na residência de um amigo comum, alcunhado de “o filósofo da Mor-Goveia”, pelas frases lapidares que profere. Lá pras tantas ouviu-se do filósofo essa sentença irrecorrível: “Para se conhecer bem uma cidade do exterior tem que se comer e se cagar nela”.

04) Mas turistas existem para todos os gostos. Conta-se que o major Theodorico Bezerra, grande viajor dos cinco continentes, quando retornou da Europa após percorrê-la inteirinha, ofereceu a um jornalista que o entrevistava, a seguinte impressão de viagem, com aquele sotaque inconfundível.: “Estive na Inglaterra no Palácio da Rainha e vi aqueles soldados com os seus cavalos bonitos e a coisa que mais me impressionou foi quando alisei o focinho do animal, todo lisinho...”.

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E a experiência?  A experiência se consegue a proporção que os dias se passam! (Fernando Caldas).