Valério Mesquita*
Mesquita.valerio@gmail.com
01) O “majó” Theodorico Bezerra, sentiu-se acossado em sua região, tamanha era a leva de candidatos adversários e partidários garimpando votos. Aí funcionou mais uma vez, a infalível capacidade do velho cacique. Com uma camionete abarrotada de rapadura do Cariri, o “majó” visitava casa por casa, e, distribuía “o cocadão” e mais um santinho do Frei Damião. No verso a catequese: “Para deputado, etc, etc”. Numa residência alguém comentou: “Lá vem mais um político pedir voto!”. Theodorico ouviu o comentário. Aproximou-se, sem constrangimento: “Não estou pedindo voto, estou dando essa rapadura para adoçar a boca dos amigos, e, a imagem do Frei Damião para abençoar o seu lar”. Em pouco tempo, uma pequena multidão se juntava e acompanhava o “majó”. Aí um popular comentou com entusiasmo: “Esse é que é o homem! Se lembra de nós de corpo e alma. Viva o “majó””. Estava comprovado que é dando que se recebe.
02) J. Soares, de Mossoró, depois de haver conquistado o mandato de vereador, enveredou pelos caminhos do supletivo e chegou aos bancos da faculdade. O pior é que o linguajar viciado do J. Soares, não acompanhou o “seu progresso” nos estudos. Certo dia, chegando ao plenário, o edil aborrecido falou para o assessor: “”Croves” (entenda-se Clóvis), ô “Croves”! “Trai” pra mim o “relatoro compreto” dos “probemas” da feira livre. O assessor saiu resmungando pelo corredor: “Eu queria me ver livre disso...”.Não conseguiu. Tirou os quatro anos.
03) Num passado distante, o político são-gonçalense José Targino chegou à prefeitura. Os tempos mudaram, e, no último pleito, foi cotado para ser o vice-prefeito. No entanto, teve o seu intento frustrado pela justiça. Motivo: analfabeto não pode concorrer. De última hora, um filho do Zé, assumiu a candidatura. Eleito, o jovem vez por outra, prestigia o pai, mandando-o representá-lo. A última, aconteceu no cemitério. Homenagem derradeira a um velho amigo, Zé Targino temperou a garganta e usou da palavra: “Emocionado, falo nessa hora, para os meus conterrâneos, e, para meus “subterrâneos” aqui presentes...”. O riso correu frouxo na tarde fúnebre.
04) José Damasceno era prefeito do município de Timbaúba dos Batistas. Pertencia ao PDS da gema. Certo dia, recebeu na cidade, a visita do então governador Lavoisier Maia Sobrinho. Este, político até demais, foi logo perguntando: "Zé Damasceno como vai a zona rural?". O prefeito, matuto sério e diligente com as suas obrigações , de pronto respondeu: "Governador, a zona eu feche,i né? E aquela rural eu vendi…". Lavô fixou os circunstantes e ficou na mesma.
05) Corria o ano da graça de 1965. O foco era a disputa eleitoral entre Walfredo Gurgel e Dinarte Mariz para governador. À noite, comício na praça Gentil Ferreira no alecrim. A passeata com Aluízio Alves, Agnelo, deputados e senadores desciam da Cidade Alta pela rua Padre Pinto. Nas proximidades da Cosern e da boate de Maria Boa, a comitiva era saudada com vibrante e atípico entusiasmo. O fato despertou tanto a atenção do padre candidato que resolveu perguntar ao deputado federal Aristófanes Fernandes: "Aristófanes, quem são essas mocinhas tão entusiasmadas e exibidas?". "São as raparigas de Maria Boa, monsenhor!", respondeu o despachado líder de Santana do Matos. O padre só fez acenar, discretamente.
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