terça-feira, 6 de abril de 2021

Sorriso da eternidade



Por Perpétuo Wanderley de Castro

Há saudades  que  são sons.  Josenilde  ficará  em nossas  lembranças  como o som de sua risada franca e  aberta, pois era assim   seu coração  fraterno e  amoroso.

O que  podemos dizer a você, Nildinha, que  partiu  para o maior e mais  elevado encontro  da vida?  Você retornou para  Deus que aprendeu  a conhecer e a crer  nas  matinas do Colégio Nossa Senhora das Vitórias. Ou nas lindas manhãs de Maio quando enfeitávamos o altar da Virgem. Será assim que você continuará  entre nós, nas  lembranças vívidas e cheias de animação. Você, Nildinha com quem convivemos, por tantos anos,  representava a alegria, o puro contentamento,  o prazer de viver.  

Simplesmente, vivia  e encontrava satisfação nas pequenas coisas que o mundo esquece. Ah,  o pequeno momento de bordar uma toalha, de encher de flores o tecido amarelo e, para tornar ainda mais festiva, fazer uma barra cintilante de contas, uma a uma entremeadas. Como quem reúne transparência e cintilações,  reflexos seus.

Nildinha entremeou a vida de alegria e leveza. Uma  presença integral, plena, que chegava e iluminava   com entrega todos os momentos, sem medir esforços para colaborar. A comemoração do nosso padroeiro, São João Batista, ou  na Igreja de São João, tinham sua assistência para organizar a mesa lauta, o café farto. Porque Nildinha era a fartura sertaneja do acolhimento, do abraço. E se ampliava em  risos, depois já  na festa profana  em meio aos amigos, à música, à festividade.

Não é possível  falar em Nildinha, sem ver o seu sorriso, sem sentir no coração seu afago sorridente que enchia o ar de amizade e de meiguice. Seu sorriso era a  marca registrada de querer bem. Sinal de sua espontaneidade fraterna. Sinal de união entre os amigos que sua afabilidade reunia. Você  está conosco, porque sua lembrança nos enternece e se instaura em largo espaço de nossos corações, seu carinho e seu dulçor nos animam a revê-la sempre com amor, o mesmo amor  que você prodigalizou na vida para seus pais, para seus filhos e chegou até nós, suas amigas. Somos numerosas, não se pode contar nos dedos quantos amigos apegados ao seu jeito de ser, admiradores de sua alma cheia de bondade. 

Nildinha: Sua  morada será de luz e de alegria e será  assim, que em cada momento você estará entre nós, no nosso afeto, na nossa fraternidade e, porque não dizer, na nossa irmandade, porque você se tornou  parte de nossas vidas, com a solidez em  que os afetos verdadeiros se tornam eternos.

 

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Que eu seja eternamente eterno louco e nunca deixe de sonhar na vida. (João Lins Caldas, pensador potiguar).