quarta-feira, 8 de setembro de 2021

SOLIDÃO


Por Deífilo Gurgel


Com quem festejarei minha chegada,

à terra onde nasci, ao chão comum,

se todos já partiram, um a um,

levados pelo Vento, para o Nada?

Com quem dividirei minha risada,

se não encontro mais, aqui, nenhum

dos velhos companheiros de jornada,

que o Vento arrebatou, frágeis anuns?

De que vale perguntar à Morte

Por que os levou, para que Sul ou Norte,

Se a Morte não responde à indagação?

Um dia a Morte, monja silenciosa,

me levará também, morto, entre rosas,

para a outra margem desta solidão.

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