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emUm menino de oito anos, refugiado de guerra, conseguiu ajudar um cachorro atirado na rua.
A guerra civil síria, iniciada em 2011, já deixou pelo menos 500 mil mortos e expulsou cinco milhões de pessoas do país. A Turquia, país vizinho, recebeu três milhões desses refugiados. Entre eles, está Hussein Al Hasan, um menino de oito anos que não perdeu a capacidade de ajudar os animais. Ele socorreu um cachorro que foi atropelado por um automóvel.
Foto: TRT Haber
A guerra deixa marcas difíceis na vida de qualquer pessoa. Com apenas oito anos, Hussein sabe o que significa necessidade, doença, dor e morte, coisas com que nenhuma criança deveria se preocupar. Felizmente, ele não perdeu a capacidade de ser solidário e altruísta, como prova o resgate de um animal de rua, tão carente como ele, ou até mais.
Hussein e o cachorro
O menino de apenas oito anos deixou a sua terra natal e vive como refugiado, junto com a sua família, em Kilis, uma cidade turca de cem mil habitantes, na fronteira com a Síria. Há poucos dias, Hussein saiu de casa e deparou-se com uma cena triste e revoltante.
Foto: Anadolu Ajansi
Um automóvel passou pela rua e atropelou um cachorro de rua. O motorista não parou para socorrer o animal; na verdade, ele nem sequer reduziu a velocidade. O menino poderia ter seguido o seu caminho, mas decidiu que precisava ajudar a vítima.
Trata-se de um cão sem raça definida, um vira-lata caramelo. O coração de Hussein não permitiu que ele deixasse o animal sem socorro: depois de ter vivenciado a amargura da guerra, ele não poderia ficar indiferente a um fato tão doloroso e triste.
Outros
pedestres tinham observado o atropelamento, mas ninguém se dispôs a
socorrer o animal. Hussein retirou o cachorro do asfalto, colocou-o a
salvo na sarjeta e estimulou-o, para que não perdesse os sentidos.
Um automóvel passou pela rua e atropelou um cachorro de rua. O motorista não parou para socorrer o animal; na verdade, ele nem sequer reduziu a velocidade. O menino poderia ter seguido o seu caminho, mas decidiu que precisava ajudar a vítima.
Trata-se de um cão sem raça definida, um vira-lata caramelo. O coração de Hussein não permitiu que ele deixasse o animal sem socorro: depois de ter vivenciado a amargura da guerra, ele não poderia ficar indiferente a um fato tão doloroso e triste.
Outros pedestres tinham observado o atropelamento, mas ninguém se dispôs a socorrer o animal. Hussein retirou o cachorro do asfalto, colocou-o a salvo na sarjeta e estimulou-o, para que não perdesse os sentidos.
Rapidamente, o menino foi até em casa e voltou com um cobertor para aquecer a vítima de atropelamento. A casa em que o refugiado vive não tem aquecimento e passa por muitas necessidades, mas ele não se preocupou em perder um cobertor para ajudar o cachorro desconhecido. Hussein teve o cuidado de não cobrir a cabeça do cachorro, para que ele conseguisse respirar livremente.
O menino pacientemente ficou esperando a ajuda tão necessária. Alguém deve ter acionado o serviço de resgate, pois em alguns minutos uma equipe chegou ao local para atender a emergência. O cachorro estava em estado bastante grave.
Foto: TRT HaberFoto: TRT Haber
Os salvadores transportaram o cachorro com cuidado, para não causar outras lesões. O animal foi levado para uma clínica veterinária da cidade, para receber os socorros necessários. Infelizmente, o vira-lata caramelo não conseguiu resistir aos ferimentos.
Nada poderia ter sido feito para salvar o cachorro: o impacto foi muito forte e lesou órgãos internos. Hussein permaneceu na entrada da clínica, esperando notícias sobre o estado do novo amigo peludo. Ao ser informado da morte, o coração do menino ficou despedaçado.
O cachorro de rua não pôde ser salvo, mas teve, nos últimos instantes de vida, a companhia de um garoto doce e gentil, que ofereceu apoio e algum conforto para as muitas dores que o animal estava sentindo. Se o vira-lata não teve direito a uma boa vida, ele pelo menos teve uma boa morte.
O menino refugiado passou alguns dias desconsolado. O exemplo de cuidado e abnegação, no entanto, não foi esquecido. A família de Hussein recebeu a visita do vice-prefeito da cidade, o educador Cuma Özdemir.
O garoto foi cumprimentado oficialmente por seu gesto, ao tentar salvar um cachorro de rua desconhecido. Um ato gratuito de bondade e de reconhecimento que os cachorros, assim como os humanos, também têm direitos que devem ser respeitados.
À imprensa local, o vice-prefeito de Kilis declarou: “Embora o gesto de Hussein possa parecer incomum para algumas pessoas, ele representa o que há de melhor na humanidade”. Além da homenagem, o menino refugiado também ganhou novos cobertores, para substituir o que ele usou para socorrer o vira-lata.
Hussein e a família estão aquecidos para o inverno que se aproxima. O menino não tem um cachorro, mas vive com um fiel animal de estimação: um belo gatinho rajado, que o acompanha por toda a parte. Gestos como os deste refugiado servem para lembrar que a humanidade ainda é capaz de amar e doar a quem tem ainda menos.
Amaury de Almeida Costa (amaury.alcosta@gmail.com) é redator publicitário há mais de 30 anos. Escreve para diversos blogs desde 2008. Presente nas redes sociais desde a época do Orkut, foi editor da revista Animanews, sucesso editorial do final dos anos 1990, que trazia informações sobre pets – além de cães, gatos e aves, trazia informações sobre répteis, anfíbios, peixes e invertebrados de estimação.
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