A IRREVERÊNCIA DE MANOEL FORTE
Valério Mesquita
Mesquita.valerio@gmail.com
01)
Manoel Forte (personagem folclórico do Rio Grande do Norte e Paraíba),
alto, corpulento, vozeirão, foi conhecer Brasília acompanhado do seu
filho. Caminhando pelo Centro Comercial e revivendo o costume
nordestino, comprou um enorme pão doce e saiu devorando-o normalmente
pela calçada para indignação do filho: “Você quer que eu alugue aqui uma
casa só para comer esse pão, é?”, vociferou Mané Forte, soltando
pedaços de pão pela boca.
02) De outra feita, aconselhado a
fazer exame parasitológico, Mané Forte evacuou o material enchendo uma
lata grande de Bardhal e pegou o ônibus rumo a Mossoró. No banco da
frente, pernas abertas e sobre uma delas o produto, foi advertido de
saída por uma senhora moralista que subia no coletivo: “Feche as pernas,
tenha respeito!!”. Mané Forte, em cima da bucha, retruca: “Feche você,
que não tem o que quebrar!!”
03) Em Catolé do Rocha, Mané Forte,
parente distante dos Maia, foi convidado para o pomposo jantar
oferecido pela família da matriarca, genitora de Tarcísio Maia. Na
confraternização, tipo banquete, Mané Forte, consciente do parentesco
distante, sentou-se na extremidade da imensa mesa. O jantar foi
organizado seguindo a etiqueta da Escola Doméstica. Mocinhas da
sociedade enfileiradas portavam, cada uma, diferentes pratos que iam
servindo sucessivamente aos convivas. Carnes, massas, peixe, verduras,
frutos eram colocados nos pratos dos Maias ilustres, Tarcísio, João,
Otávio, Sérgio, Isauro, etc., etc., mas levantavam voo quando se
aproximavam de Mané Forte. Lá pras tantas, chega uma travessa de farofa
que sobrevoou os pratos dos notáveis mas aterrisou no de Mané,
enchendo-o até as bordas, para sua decepção. Inconformado, seu Mané
exclamou trovejante e contrafeito: “Preste atenção ao serviço menina,
aqui só ta chegando cereais!!”.
04) O Dr. Fábio Mariz viajou com
Mané Forte a João Pessoa e juntos se hospedaram na residência do
deputado estadual Américo Maia, representante de Catolé do Rocha na
Assembléleia. Na hora do jantar foi servida uma sopa aos convidados.
Para surpresa de todos, Mané Forte despejou o farinheiro na sopa e fez
aquele “grolado”. Advertido polidamente pelo deputado, Mané Forte foi
enfático: “Américo, só gosto de comer que faça bosta!!!”.
(*) Do livro "Pisa na Fulô - Anedotário Político e Social de Macaiba e Adjacências".
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