quarta-feira, 2 de março de 2022

ÂNSIA AMARGA

Por João Lins Caldas

Venha à tortura, a mácula tortura
Sonhada dos profetas torturados...
Que venha a dor dos grandes desgraçados
Para a noite sem fim desta amargura.

Tu que na vida foste a crença pura,
Mudada agora para meus decaídos,
Não me queiras da dor os feios brados,
Que não vale saber-me a dor mais pura.

Choro e comigo chora o meu proscrito
Coração... d'ele vem todo o meu grito,
Toda a tortura e dor e soledade...

Dele é que vem esta saudade bruta,
Esta medonha, esta infinita luta,
Esta infinita e lânguida saudade.


Rio de Janeiro, 1916. Soneto publicado em Almanaque de Pernambuco, para 1916.

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