segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Lembrando João Lins Caldas.
 
Hoje, 1/8/22, se vivo fosse, o lírico João Lins Caldas completaria 134 anos de idade. Nasceu em Goianinha, de família do Assu, ambos importantes municípios da terra potiguar. Caldas não alcançou a glória conforme desejava. Sonhava ganhar um Prêmio Nobel de Literatura. Tinha ele “o temor de não compartilhar com a humanidade a sua produção intelectual. O resultado de uma vida inteira dedicada ao manuseio e amor as letras. Resultado esse que já temia não ver repassado ao mundo literário."
 
Escreveu o bardo Caldas, na grandeza do seu poetar:
 
Não creiam ser na vida a morte o que eu mais temo.
A dor não me intimida, o mal não me apavora.
Eu só temo no fim, é o fim daquela aurora
Que fez grande Camões e que é meu bem supremo.
 
Pela morte eu não tremo e pela vida eu tremo.
Mas, a vida, que é mãe e do pesar senhora.
O sonho que me deu pesadamente escora
Com o gosto de querer da glória o sonho extremo.
 
Esse sonho me doma, esse sonho me arrasta:
Por ele adoro a vida esse profundo inferno
Por ele odeio a morte, essa miséria casta.
 
Braços dados com a vida , eu de de seguir-lhe o norte.
Braços dados com a vida, eu de segui-la eterno
Com os olhos para a vida e os braços para a morte.
 
Pena que João Lins Caldas não conseguiu publicar-se trilíngue: português, inglês e francês conforme desejava, seus mais de dez livros que tinha, ficaram apenas nos manuscritos, pois se tivesse publicado todo aquele seu trabalho, teria certamente conseguido a consagração.
 
(Fernando Caldas)
 
Na fotografia. Da esquerda para direita: João Lins Caldas e o romancista paulistano José Geraldo Vieira.
 

 

Nenhum comentário:

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...