terça-feira, 30 de agosto de 2022

SÚPLICA

 

Vai alta noite já. Entro em meu quarto

A procura de um bem que não existe.

Passo as horas cismando, cheio, farto,

Desta saudade que em meu ser persiste.

 

Tenho a opressão como se fosse infarto,

Se processando na minha alma triste.

 E se ânsias cruéis, sozinho parto,

Volto a te desejar. Ninguém resiste.

 

É a falta de ti que me aborrece.

E a insipidez a ausência me parece,

O longo isolamento do degredo.

 

Vem, já não suporto este martírio.

Aos meus olhos eu vejo a luz do círio.

Fica perto de mim. Não tenhas medo.

 

(Francisco Augusto Caldas de Amorim, poeta e escritor do Assu/RN).

 


 

 

Nenhum comentário:

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...