Noventa e quatro anos passados, o estado do Rio Grande do Norte ainda se firmando na sua construção literária, audaciosamente exportava textos para a cidade de São Paulo, onde chegavam ao escritório da “Revista de Antropofagia”, localizado à Rua Benjamin Constant.
Em Maio de 1928, quando é lançada a revista, já somos agraciados na página 4, com um comentário generoso sobre o “Livro de Poemas” de Jorge Fernandes, que havia sido editado no ano anterior.Na edição nº 2, Junho de 1928, eis que Jorge Fernandes tem poesia publicada logo na primeira página: “O Estrangeiro”. E se por aqui Jorge Fernandes continuava batalhando por um lugar ao sol, lá em São Paulo, a Revista de Antropofagia continuava dando espaço ao poeta, desta vez na edição de nº 7, Novembro - 1928, página 5, publicando a prosa poética: “A Tardinha em viagem no Seridó”Na edição nº 9, Janeiro de 1929, página 5, é publicada “Canção do Retirante”. Era o Brasil tomando conhecimento da porteira de Jorge Fernandes que se abria para deixar entrar o Modernismo no Rio Grande do Norte. Alguns desses trabalhos acima citados não estão presentes no livro: "Jorge Fernandes - o viajante do tempo modernista - obra completa", organizada por Maria Lúcia de Amorim Garcia.
Câmara
Cascudo também deu sua contribuição ao periódico. A primeira é em Agosto de
1928, revista nº 4, página 3, onde ele
escreve: “Cidade do Natal do Rio Grande do Norte”. Na página seguinte, o
Diretor da Revista, Antonio de Alcântara Machado ( A. De A.M) comenta um livro
de Cascudo sobre López do Paraguay
(1927). Na revista nº 10 - Fevereiro de
1929 – Câmara Cascudo se apresenta como poeta, em “Banzo”, na primeira página.
Depois
de Jorge Fernandes e Câmara Cascudo, a Revista de Antropofagia também
registra a participação de dois outros potiguares: Jayme Adour e
Otacílio Alecrim. O primeiro escreveu um artigo com o título "História
do Brasil em dez tomos", na edição nº 4, de 7 de abril de 1929 e no mês
seguinte, maio, foi o Diretor do Mês da revista. Jayme Adour nasceu em
Ceará-Mirim e muito jovem se transferiu para a região Sudeste.
Otacílio Alecrim, escreve na edição nº 12, que circulou no dia 26 de junho de 1929. O seu artigo tem como título: "Miss Macunaima". Otacílio Alecrim nasceu em Macaíba e assim, como Jayme Adour também se transferiu para o Sudeste. Com esta pequena pesquisa, deixo aqui a minha contribuição, neste ano em que comemoramos 100 anos do Modernismo. Para ter acesso a todos os números da Revista de Antropofagia é só clicar aqui: Biblioteca Brasiliana
30 de Novembro de 2022
Francisco Martins
Pesquisador
Do Blog: https://franciscomartinsescritor.blogspot.com
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