domingo, 15 de janeiro de 2023

 Fernando Caldas

João Lins Caldas (perdoe-me se estou sendo repetitivo) era taural do Rio Grande do Norte, da cidade Goianinha, onde seu pai além de ter esplorado a agricultura teriar sido prromotor público. Ainda menino passou Caldas a morar na cidade de Assu e no povoado de Sacracremto, atual Ipanguaçu. Caldas era poeta de diversos estilos e temas. Viveu a Belle Époque no Rio de janeiro, para onde regressou em 1912 e viveu até 1933. No seu erotismo, escreveu Caldas:
O teu mundo é novo. A tua carne é nova. Eu sou a velhice, o mundo abalado.
O teu mundo que me convida. O permanente mundo em flor da tua carne.
Beijar-te os olhos, acariciar-te os dedos, ter nas mãos a doçura do teu cabelo, tua nuca, o teu pescoço roliço para acariciados...
Dirás que a vida é bela. A vida é bela!
Mas eu, amor, já agora tão triste e tão cansado.
Ontem que não chegou. Ontem que foi mesmo um dia amarelo...
Mas agora, que o dia é chegado...
Perdão, perdão, eu de mim mesmo é que já não sou belo.
Vai, e não leves de ti a tua desilusão...
O que me dói, o que ainda me dói...
(... E não ver essas roupas desmanchadas,
O azul desses olhos, a graça e a festa dessas mãos...)
Deixa que eu feche os olhos, e não te veja, e não veja mais nada...
Obrigado, e perdão.

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