quinta-feira, 21 de setembro de 2023

A CARNAUBEIRA


Neste sertão de hércules habitantes,

Nesta nesga de terra hospitaleira,

Ergue as tremulas palmas verdejantes

A rica e majestosa carnaubeira.


Mesmo os ricos do sol mais causticantes

Ela, virente, mostra-se altaneira,

Secular como sempre e como dantes,

Dando a aparência esbelta de palmeira.


Seus frutos dão um pó igual ao de ouro:

Seus frutos são de um gosto adocicado,

E tudo é bom do vegetal tesouro.


O homem conserve essa árvore tão nobre,

Que, morta, vive ainda no sobrado

E na choupana rústica do pobre. 


(Nota do blog: Temos dúvida se o soneto acima é de autoria de João Nathanael de Macedo ou de Francisco Amorim).







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