quinta-feira, 7 de setembro de 2023

 .NOTA

À tardinha de ontem, setembro 6, de frente ao mar de Areia Preta/Natal, visitando um primo querido chamado Domingos Sávio de Medeiros Marinho que reside há mais de quarenta anos no Rio de Janeiro, para onde regressou e passou a morar e conviver com seu tio João Moacir de Medeiros, um potiguar nascido no Assu, que se fez publicitário e se tornou famoso na publicidade brasileira. (Esse Moacir era publicitário da JMM Publicidade, idealizador da famosa propaganda do Guarda Chuva (Banco Nacional de Mins Gerais, de Magalhães Pinto, que abria, acho que até os anos setenta, o Jornal Nacional da TV Globo,. Por por sinal, a sigla JN - Jornal Nacional, fora de sua ideia. Moacir foi pioneiro do Marketing Político no Brasil fazendo em 1954, a campanha de Celso Azevedo para prefeito de Belo Horizonte, com sucesso. Muito tem a se contar e dizer sobre a sua trajectória vitoriosa. Era ele, Moacir, meu primo próximo pela lado da família Lins Caldas com raíses no Assu e Ipanguaçu, então Sacramento, onde seu pai foi o benfeitor da cidade). Pois bem, naquela oportunidade recebi de Domingos que chegou à Natal, sua terra natal, anteontem para rever familiares e amigos, um caderno manuscritos do poeta assuense João Lins Caldas, também primo de Moacir. Anos antes já teria eu recebido outros cadernos com centenas de poemas e pensamentos filosóficos inéditos que organizo para publicação. Deste caderno que recebi hoje de Domingos, que estava em poder de Moacir, transcrevo um dos sonetos, aliás um dos belos sonetos dos milhares de que Caldas, este vate potiguar do Assu, que engrandece as letras Norte-riograndenses e brasileiras, escreveu entre o Rio Grande do Norte e sudeste do Brasil. Senão Vejamos para o nosso deleite:

Meu Coração não bate como outrora,
Meu coração mudou - fez-se verdade...
Há uma pátria de dor e um sol que chora...
- O céu, a imensidão, a solidade.
Os corações são trágicos, saudade...
E vista em tudo a mesma negra aurora,
Tudo é um profundo caos - morto descora...
Olho em torno de mim a imensidade.
Para nascer, gemendo, fui gemido...
Meu verbo nunca foi na terra ouvido,
Minha voz nunca foi na Voz se vendo...
E, solitáriorio, como a morte em tudo,
Fui cada vez mais frágil, mais mudo
E mais mudo, mais trágico, nascendo...

Postado por Fernando Caldas

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Da esquerda para direita: Domingos Sávio de Medeiros Marinho e Fernando Caldas


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