Na leda infância descuidosa e mansa
Como o risonho alvorecer de um dia
Era o meu sonho róseo da criança
- A ventura e a alegria.
Depois, quando te vi, astro formoso
Do céu do meu viver, boiando à flor,
Tive o meu sonho, ardente e esplendoroso
- A esperança e o amor.
E agora, que deixas-te me e partiste,
Nesta deserta e fria soledade,
Eu tenho um sonho, sempre negro e triste:
- A dúvida e a saudade.
(Ana Lima 1882/1918, uma das maiores vozes da poesia do Assu e, porque
não dizer do Rio Grande do Norte. Seus sonetos são amorosos, ternos. Seu livro
de estreia intitulado Verbenas, fora reeditado pela editora Azimute de Wandir
Vilar. Tenho aqui uma edição daquela bela antologia).
Fotografia do Blog: https://assunapontadalingua.blogspot.com/
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