quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Na leda infância descuidosa e mansa

Como o risonho alvorecer de um dia

Era o meu sonho róseo da criança

- A ventura e a alegria.

 

Depois, quando te vi, astro formoso

Do céu do meu viver, boiando à flor,

Tive o meu sonho, ardente e esplendoroso

- A esperança e o amor.

 

E agora, que deixas-te me e partiste,

Nesta deserta e fria soledade,

Eu tenho um sonho, sempre negro e triste:

- A dúvida e a saudade.

 

(Ana Lima 1882/1918, uma das maiores vozes da poesia do Assu e, porque não dizer do Rio Grande do Norte. Seus sonetos são amorosos, ternos. Seu livro de estreia intitulado Verbenas, fora reeditado pela editora Azimute de Wandir Vilar. Tenho aqui uma edição daquela bela antologia).

 Fernando Caldas

Fotografia do Blog: https://assunapontadalingua.blogspot.com/



Fernando Caldas

Fotografia do Blog: https://assunapontadalingua.blogspot.com/

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