terça-feira, 16 de janeiro de 2024

SEPARAÇÃO


Por uma lei fatal que rege os fados

Desta nossa existência desditosa,

Dos sonhos na alvorada graciosa

Meu doce amor, vivemos separados!


Esses dias cruéis e amargurados

Como a noite mais negra e dolorosa,

Teus olhares tão meigos e adorados.


Cheia de amarguras, sem prazer ou calma,

Vivo guardando desolada, em pranto,

Teu nome escrito nos recessos d'alma!


E quando ao longe vae morrendo a tarde

Oh! meu saudoso e delicado encanto,

O coração me estala de saudade.


Ana Lima, poetiza do Assu

Natal, junho, 1901, In, Verbenas (VERSOS), 1898-1901. 


Fotografia de Bernardo Celestino Pimentel, neto de Ana Lima.








POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.


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