segunda-feira, 14 de outubro de 2024

UM SONETO DE JOÃO LINS CALDAS

Pesquisando o poeta potiguar João Lins Caldas, na Hemeroteca Digital/Bibloteca Nacional, Rio de Janeiro, emcontro numa das edições da revista Fon-Fon (imagem abaixo, do ano de 1924) um belo soneto daquele bardo assuense, intitulado 'Turris Eburnea', palavras que vem do Latim que quer dizer Torre de Marfim, na tradução. Vejamos o citado soneto:

A mulher encantada que procuras, 

Sombrio coração alucinado,

E' uma boca que não teve juras,

E' um destino que não tem passado...

 

Passará as manhas e as noites puras...

Toda sem ânsia, sem refrão de brado,

Não sabe o que é delícia nas torturas,

Seu quente rosto nunca foi olhado...

 

Essa mulher, essa mulher se existe,

Há de ser bela, como é bela e triste...

Eu navego um destino a procurá-la...

 

... E naufragando, gradativamente,

Hei de saber onde ela é bela e ardente,

Hei de saber onde lhe encontre a fala...

 

                             






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