Janaína SilvaColaboração para VivaBem
04/09/2025 05h30
Remédio é indicado para as fases iniciais da doença de Alzheimer
Imagem: Getty Images
O medicamento donanemabe (Kisunla), da farmacêutica Eli Lilly, passa a ser aplicado no Brasil em pacientes com a doença de Alzheimer, após a aprovação de preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, no fim de julho.
A aplicação está disponível apenas na rede particular. O medicamento é aplicado por meio de infusão intravenosa e o tratamento é indicado para as fases iniciais da doença de Alzheimer, com comprometimento cognitivo leve —sem perda funcional significativa— ou demência leve por Alzheimer.
Como é o tratamento?
O tratamento segue um protocolo específico aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em abril deste ano. Nos três primeiros meses, são administradas duas ampolas mensais, com custo estimado entre R$ 5.000 e R$ 6.000 por unidade.
A partir do quarto mês, a frequência aumenta para quatro ampolas mensais, mantendo-se assim até o décimo oitavo mês, quando o ciclo de tratamento costuma ser encerrado, segundo Fábio Porto, neurologista e presidente da Abraz (Associação Brasileira de Alzheimer) da regional de São Paulo.
"Com isso, o custo mensal pode variar entre R$ 20.000 e R$ 24.000."
A Alta Diagnósticos, da Dasa, já anunciou a aplicação do medicamento em suas unidades no Rio e em São Paulo, a partir deste mês —a data exata não foi informada. A rede Mater Dei também comercializará o Kisunla.
Na Alta Diagnósticos, o medicamento será aplicado por preço a partir de R$ 8.000 o frasco —o que inclui, além da substância, os materiais e profissionais que acompanharão a infusão.
Para Diogo Haddad, coordenador do núcleo de Memória do Alta Diagnósticos, existe a possibilidade de interrupção do tratamento após clareamento substancial das placas amiloides (marcadores da doença de Alzheimer), algo que não ocorre com terapias tradicionais.
É um marco, pois sai do paradigma sintomático para o biológico-modificador da doença. Contudo, o benefício é limitado a um subgrupo de pacientes, exige diagnóstico precoce com biomarcadores, ainda demanda um custo alto econômico, além de estrutura de monitoramento avançada.
Diogo Haddad
De - https://www.uol.com.br/viva
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