domingo, 8 de fevereiro de 2015
AS APRESENTAÇÕES DO POETA ASSUENSE RENATO CALDAS EM NATAL E ARACAJU
By Rostand Medeiros
O poeta Renato Caldas nasceu na cidade de Assú no dia 8 de outubro de 1902, sendo considerado o maior representante da poesia matuta no Rio Grande do Norte.Ficou conhecido como o “poeta das melodias selvagens”, por seus versos apresentarem de maneira simple e espontânea, para alguns até mesmo rude, mas sempre original, aspectos do amor, da simplicidade da vida do homem do campo, da natureza sertaneja e da beleza feminina.
Homem expansivo, o poeta Renato Caldas era um grande boêmio e um apreciador das cantigas populares.
A sua obra mais conhecida é o livro de poesias “Fulô do Mato”.
O jornalista Franklin Jorge (http://almadobeco.blogspot.com/2005/02/renato-caldas.html) nos mostra que ele era um “Autor de uma verve espontânea, irreverente e fecunda, que por muitos anos surpreendeu e deliciou gerações”.
Em 1987, este jornalista entrevistou longamente o poeta para o Caderno de Domingo, suplemento que então se publicava no jornal natalense “Tribuna do Norte”. Neste trabalho Jorge encontrou o velho homem de letras já “bastante alquebrado pela doença e pela velhice”, mas ainda memorioso, lúcido e frequentando um bar em Assú.
O jornalista comenta que em 1993, pouco tempo depois da morte de Caldas, o então prefeito de Assú, Lourinaldo Soares desejava construir um memorial em honra do poeta. Coube a Franklin Jorge a tarefa de organizar e classificar os papéis de Renato Caldas.
Infelizmente em sua busca, ele encontrou algumas poucas cartas e fotos. Segundo o jornalista “Não havia nenhum livro, nenhum manuscrito; nada, enfim, que justificasse a criação de um memorial. Da sua copiosa produção, dispersa ao longo dos anos, não restara nada”.
É uma pena que nada tenha sido encontrado. Li “Fulô do Mato” e considero uma obra verdadeiramente maravilhosa.
Fui à busca de algum material sobre este poeta nos meus arquivos e encontrei duas interessantes reportagens sobre apresentações realizadas por Caldas.
Em 1937, no dia 7 de agosto, um sábado, o jornal “A Republica” trazia na sua terceira página o anúncio “O sertão na cidade – O que será o recital de Renato Caldas”. Neste jornal o poeta era apresentado como “magnífico intérprete da poesia matuta”.
A apresentação de “O sertão na cidade” aconteceria às oito e meia da noite, no então Teatro Carlos Gomes, atual Alberto Maranhão, no bairro da Ribeira. Para aqueles que se fizessem presentes, o jornal anunciava que a apresentação traria “tudo que o sertão tem de beijo, através dos versos esplêndidos de Renato Caldas”, que era designado pelo jornal como sendo um “folklorista”.
O poeta é apresentado de forma solene e exuberante. Mostrando que parecia estar em uma fase muito positiva de sua carreira e com uma enorme aceitação por parte da sociedade natalense.
Naquela noite de sábado, antes de Renato Caldas começar a declamar seus versos, subiu ao palco do Carlos Gomes o também poeta Genar Wanderley, que logo se tornaria radialista e seria conhecido como o “Cacique do Rádio Potiguar”. Genar fez uma apresentação sobre a vida de Caldas e enalteceu a sua poesia.
Também se apresentou o músico e cantor Santos Lemos, ou Santos Lins (Devido ao estado do jornal não foi possível ter uma certeza deste nome). O jornal informava que este era o “Cantor que todos conhecem”.
Sobre o recital de Renato Caldas propriamente dito, encontramos basicamente a informação que ele foi realizado com “muita expressão” e que o poeta aproveitou e contou “várias anedotas”.
Vemos que o relato da apresentação, publicado em 10 de agosto, foi uma nota extremamente curta e econômica nas informações. Se compararmos com a nota que informava sobre o mesmo espetáculo, percebemos uma nítida diferença.
Devido à qualidade da poesia de Renato Caldas, acho difícil que o público presente ao Carlos Gomes não tenha gostado do que viu e ouviu. O que talvez justificasse uma nota informativa tão limitada.
Não sei se o poeta de Assú, talvez ao contar suas piadas, tenha se excedido perante os rigores da sociedade natalense da época. Não podemos esquecer que era 1937, o ano da implantação do Estado Novo, onde os ideais apregoados pela ditadura Vargas em relação a moral, os bons costumes e o civismo eram extremamente rígidos.
Apesar de não havermos conseguido maiores informações sobre o desenrolar deste evento, vamos encontrar informações de outro espetáculo de Renato Caldas. Mas desta vez seu palco foi em Aracaju, Sergipe.
Quase um ano depois do evento em Natal, no dia 22 de julho de 1938, uma Sexta-Feira, Caldas fazia uma apresentação na Biblioteca Pública de Aracaju.
Na primeira página do periódico “O Nordeste”, de 23 de julho, temos a manchete “Folklorista Renato Caldas”. A nota trás a informação que na Biblioteca Pública, localizada próximo ao palácio do governo, no centro da cidade, o potiguar realizou duas apresentações.
Para a plateia local ele veio como “Um verdadeiro caipira”, provocando no público “Desopitantes gargalhadas”. O jornal afirmou que Caldas soube trazer a alma do matuto ao som de sua viola e dos seus versos.
O poeta José Maria Fontes (1908-1994), precursor do Modernismo em Sergipe, foi quem realizou a apresentação do vate de Assú ao público presente.
Renato Caldas vinha se apresentando em outras capitais nordestinas, pois o poeta Fontes comentou que o mesmo não era um “Neófito”, que já tinha “Seu nome aureolado pelas plateias dos estados nordestinos”. Sobre esta informação, Segundo Fernando Caldas, blogueiro nascido em Assú
(http://blogdofernandocaldas.blogspot.com/2007/10/sobre-o-poeta-de-ful-do-mato.html), informa que o autor de “Fulô do Mato” realizou viagens pelo Nordeste, onde se apresentava em palcos de cinemas, teatros e outros locais improvisados, declamando suas poesias irreverentes, amorosas, cantando emboladas e modinhas que também sabia produzir a seu modo.
Estas reportagens mostram que Renato Caldas conseguiu seu espaço fora do Rio Grande do Norte, mostrando a qualidade dos versos que o consagraram. Não sei se devido ao seu espírito irreverente, sua boêmia, sua inquietude, ele não tenha alcançado um espaço mais amplo e merecedor da qualidade do seu trabalho.
Renato Caldas faleceu em 26 de outubro de 1991.
Rostand Medeiros-Pesquisador e escritor
Postado por http://blogdofernandocaldas.blogspot.com.br/
Carnaubais passou a pertencer a 47ª Zona Eleitoral de Pendências
O município de
Carnaubais, sofreu uma alteração jurídica e geográfica no âmbito da
Justiça Eleitoral. Por decisão do Tribunal, nos tirou da 29ª Zona
Eleitoral de Assú e nos colocou na 47ª Zona eleitoral no município de
Pendências. Tudo isto sem nenhuma informação ou audiência pública, tudo
de forma altamente autoritária.
Por tanto a
partir de segunda-feira, (08), todo movimento com relação a Justiça
Eleitoral o Carnaubaense se deslocará para Pendências e não mais Assú.
Transcrito do Blog Luizinho Cavalcante.
BlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Casa da Ribeira educação & cultura
Fone: (84) 3211-7710
Horário: segunda à sexta-feira das 13h às 17h.
Ou pelo e-mail: casa@casadaribeira.com.br
PROJETO CULTURAL:
Em seu
aniversário de 14º aniversário, a Casa da Ribeira dá o pontapé inicial
nas ações de 2015 com o lançamento do edital do Projeto Cena Jovem. A
iniciativa busca abrir as portas para artistas do Rio Grande do Norte,
oferecendo quatro prêmios de R$ 30 mil reais, concedido a cada grupo ou
coletivo, para o fomento de novos espetáculos de dança ou teatro e seus
híbridos. Buscando atingir os grupos do RN em sua plenitude regional, o
edital também prevê que um dos grupos contemplados necessariamente terá
de ser residente na mesorregião Oeste Potiguar.
Patrocinado
pela Petrobras, Governo Federal e Governo do RN, através da Lei Câmara
Cascudo, o projeto inclui ainda 64 ocupações do teatro da Casa da
Ribeira.
O período de
inscrição no projeto vai de 12 de janeiro a 26 de fevereiro de 2015. A
inscrição deve ser feita em formulário oficial do Cena Jovem que, assim
como o regulamento do edital, está disponível nos sites
www.projetocenajovem.com e www.casadaribeira.com.br.
Transcrito do Blog de Ana Valquíria.
Para esclarecimentos entrar em contato com:Casa da Ribeira educação & cultura
Fone: (84) 3211-7710
Horário: segunda à sexta-feira das 13h às 17h.
Ou pelo e-mail: casa@casadaribeira.com.br
Postado por
Ivan Pinheiro Bezerra
BEIRADEIROS OU BERADEIROS?
Gilberto Freire de Melo (*)Quase
caí da cadeira ao ler a notícia sobre a pesquisa de Nazira Vargas, no
Vale do Açu. Não contive o susto de ver revivida uma expressão que
julgava extinta do vocabulário regional.
O CLAMOR DOS BEIRADEIROS, título de sua tese de mestrado na PUC/SP. Só que a Dra. Nazira descobriu os beirantes - situados à beira, à margem (estou certo, Nazira?) do rio Açu. Estes habitam a beira do rio desde o começo, onde ele ainda aparece como Piranhas até o Oceano Atlântico e, dado o limite das duzentas milhas da plataforma continental, não se sabe onde vai acabar. É o território do Vale do Açu. Bendito Vale de tantos cantores e de tantos clamores!
BEIRADEIROS - a grafia está correta, embora pedante, e existem ao longo do rio e podem ser ricos, pobres, letrados ou não.
BERADEIROS
- o som aberto do primeiro - "é" - em fidelidade à pronúncia dos
próprios, são os mais rústicos, tabaréus, matutos, porém os mais
identificados com a região e seus clamores. Constituídos de carreiros, lenhadores, pescadores, agricultores, operários de salinas e da
indústria extrativa da cera da carnaúba vivem e são encontrados ao longo
do curso do rio passando pela "garganta do Estreito" e prosseguindo até
as terras salinizadas pelas marés aquém do Oceano Atlântico, área
denominado de Várzea do Açu que, dentro do grande vale, vale tudo para
os Beradeiros.
Não alfabetizados, vêm de uma casta que não conheceu o
rádio, o jornal e muito menos a televisão. Ignoravam qualquer
informação mais esclarecida sobre o progresso em outras regiões. E
duvidavam da existência de outras culturas além de seus horizontes.
Conheci um que, de tão brôco (não era bronco, era brôco mesmo) tinha o
nome de Chico Berada.
BERADEIROS sou eu e todos aqueles que clamam
por assistência sanitária, escolar, financeira e social e, assim
marginalizados, conseguem sobreviver na Várzea do Açu.
(*) O autor é da Várzea do Açu, estudioso de sua linguagem, costumes e hábitos - e é BERADEIRO.
(*) O autor é da Várzea do Açu, estudioso de sua linguagem, costumes e hábitos - e é BERADEIRO.
Postado por
Gilberto Freire de Melo
A BARRAGEM ARMANDO RIBEIRO É O PULMÃO HÍDRICO DO RN”; DIZ ESPECIALISTA
Na casa de Francisco Leopoldino, as água de beber é um líquido esverdeado retirado de açudes
Joana D’arc Freire de Medeiros Especialista em recursos hídricos, com ênfase em gestão e hidrologia, pela UFRNQual a importância da Armando Ribeiro Gonçalves para o sistema hídrico do RN?
A Armando eu diria que é o manancial de
maior importância para o estado em termos de distribuição de água para o
interior. Além da capacidade de armazenamento alto, e também
responsável pelo abastecimento de adutoras. É o pulmão hídrico do RN, é a
nossa poupança.
A barragem está com 30,4% da capacidade. É necessário pensar em medidas de restrição?
É um dos índices mais baixos. No final
do ano de 2013 esteve mais baixo,mas no ano passado recuperou um pouco.
Nesta situação é aconselhável, realmente, fazer uma gestão no sentido de
trabalhar junto com a Agência Nacional de Águas e o Estado para que
seja reduzido o consumo e a vazão, mas sem prejudicar o abastecimento de
cidades que estão no fim do rio Açu, como Pendências e Açu. Como a
Armando Ribeiro é um reservatório estratégico, não se pode gerir
pensando só em 2015, mas em 2016, 2017.
Hoje não há nenhum tipo de regulação desse uso?
Existe um marco regulatório, que é a
política estadual de recursos hídricos, mas não temos um plano de
bacias. É a partir deste plano que você pode definir um uso mais
criterioso das águas. Mas o plano também está defasado, ele foi
elaborado em 1998, com horizonte de 20 anos, mas deveria ser atualizado a
cada quatro anos.
Fonte: TN
http://programaregistrando.com.br/
sábado, 7 de fevereiro de 2015
UMA GLOSA DE MANOEL DE BOBAGEM
Manoel Pitomba de Macedo também chamado Manoel de Bobagem (1924-1957) era poeta glosador do Assu, dos bons. Bobagem além do vicio da bebida era jogador de cartas (baralho). Certo dia, numa mesa de bar, sentenciou a si próprio:
Mote
De um cachorro não passa
Quem joga e bebe aguardente
Glosa
O seu moral descompassa
Leva a vida em precipício
Possuindo esses dois vicio
De um cachorro não passa.
Logo, de Deus, perde a graça,
Satanás fica contente
E o nome desse ente
Toma nota em seu caderno;
Vai direitinho ao inferno
Quem joga e bebe aguardente.
Postado por Fernando Caldas
Mote
De um cachorro não passa
Quem joga e bebe aguardente
Glosa
O seu moral descompassa
Leva a vida em precipício
Possuindo esses dois vicio
De um cachorro não passa.
Logo, de Deus, perde a graça,
Satanás fica contente
E o nome desse ente
Toma nota em seu caderno;
Vai direitinho ao inferno
Quem joga e bebe aguardente.
Postado por Fernando Caldas
CARTAS PARA FAUSTA
LITERATURA:
Quando pensamos em publicar Cartas Para Fausta, nos preocupamos (Ivan Pinheiro e Gilvan Lopes - organizadores do livro) por se tratar de documentos
pessoais, alguns até sigilosos, que
narram a vida privada e levam ao proscênio, parte da história do casal Renato e
Fausta. Somente após entrarmos em contato com a família é que decidimos
selecioná-las para esta publicação.
Cartas Para Fausta, tem no seu corpo uma verdadeira e ardente paixão do poeta por sua noiva (Compromisso que durou doze anos, do namoro às núpcias). Época em que ainda se mantinha as serestas, as declarações de amor... Tempo em que o romantismo e o respeito eram pré requisitos para as pessoas que almejavam, no futuro, uma relação conjugal com capacidade de cultivar o mais sublime sentimento humano, o amor. Tem a inspiração poética, que somente um homem dedicado e apaixonado por uma mulher poderia transmitir.
Fausta da Fonsêca Nobre, foi a musa inspiradora do poeta Renato Caldas (foto acima). Foi sua “fulô do Mato”, seu “Intusiasmo”, sua “Hirisia”, seu “Juramento”, sua “Cunfissão”. Foi seu “Oiá Pidão”, seu “Munturo”... foi “A Muié e o Amô”.
Dona Fausta, como era carinhosamente chamada, foi uma mulher de fibra, compreensiva e de personalidade forte. Uma mulher que demonstrava satisfação pela sua condição de esposa de poeta, portanto, capaz de perdoar, na sua juventude, as peripécias da boemia do seu eterno e único companheiro.
Dona Fausta foi digna deste imenso amor.
Ivan Pinheiro
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
HOMENAGEM
MAIS UMA ITAJAENSE SECULAR
Neste sábado, dia 07 de fevereiro, a família Lopes se reúne, mais uma vez, para comemoração de 100 anos de vida de uma de suas matriarcas.
Neste sábado, dia 07 de fevereiro, a família Lopes se reúne, mais uma vez, para comemoração de 100 anos de vida de uma de suas matriarcas.
Dona Chiquinha - como é conhecida - é uma mulher de personalidade forte, no entanto, de coração enorme. Idônea, batalhadora, simples. Foi casada com Luiz de França Lopes de cujo matrimônio nasceram onze filhos: José Wíllame Lopes (in memoriam), Edilha, Benedita, Damiana (conhecida por Djanira), Manuel (Beleleu), Terezinha, Francisca (Titica), Eliene, João Batista, Eliete e Francisco de Assis (Chico / Caté).
Certamente Dona Chiquinha irá comemora seu centenário olhando para trás com gratidão por tudo quanto conseguiu plantar, por tudo que colheu e por tudo que irá usufruir graças a sua maneira de ser, sempre abalizada na incontestável e inabalável fé em Deus. Por essas e outras razões chega a essa esplendorosa idade gozando de boa saúde, memória invejável, extrapolando felicidade por poder conviver em harmonia no seio de sua enorme família composta por 60 netos, 99 bisnetos e 33 trinetos.
Deste espaço desejamos que seu futuro seja esbanjado de felicidade e que cada novo dia seja vivido com paz e harmonia para poder compartilhar essa apurada experiência com todos que a rodeiam.
Parabéns!!!!
Assinar:
Postagens (Atom)
PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...
-
Um dos princípios que orientam as decisões que tratam de direito do consumidor é a força obrigatória dos contratos (derivada do conceito de ...
-
Uma Casa de Mercado Mercado Público (à direita) - Provavelmente anos vinte (a Praça foi construída em 1932) Pesquisando os alfarrábios da...