terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O TEMPO VOA: COMO ERAM OS AVIÕES DE ANTIGAMENTE




i0004752-3alt005190lar003570largori004760altori006920-copia-2

fumantes-e-mesas
Foto: Panam.org/Paleofuture / Divulgação

Fumar era permitido
Os males do cigarro não eram tão divulgados, e era permitido fumar durante os voos. Lá fora, as primeiras proibições ocorreram a partir de meados dos anos 1980. No Brasil, a partir de meados dos 1990.

banheiro
Foto: Panam.org/Paleofuture / Divulgação

Banheiros espaçosos
Por muito tempo, os aviões, que eram bem menores, tiveram apenas uma classe, semelhante à executiva atual. Os banheiros, por exemplo, eram bem mais amplos e podiam até ser frequentados por mais de uma pessoa ao mesmo tempo.

bar
Foto: Panam.org/Paleofuture / Divulgação

Espaço de convivência
Até a década de 1980, voar era luxo para muito poucos. Com a popularização dos voos, alguns serviços deixaram de ser oferecidos. Embora hoje seja possível encontrar espaços de convivência em algumas primeiras classes, na época bares eram local de entretenimento a bordo.

comida-era-servida-fresca
Foto: Panam.org/Paleofuture / Divulgação

Comida farta
Comer a bordo, até a década de 1970, era muito diferente. Nada das refeições padronizadas, industrializadas, e os lanchinhos de hoje em dia. Na época, a oferta de pratos e bebidas era bem maior. Além disso, como o espaço entre as poltronas era mais amplo, comer também ficava muito mais fácil.

5dicas
Foto: Panam.org/Paleofuture / Divulgação

Conexões frequentes
Além dos preços bem mais altos, no passado as aeronaves precisavam fazer mais escalas durante as viagens. Alguns voos, como de Londres para a África do Sul, chegavam a ter 22 paradas. O barulho do motor também era bem mais alto, e os acidentes muito mais frequentes.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

“Até o Natal teremos pancadas de chuva em qualquer ponto do RN”, diz Emparn




Volume total de chuvas que caíram no último final de semana em todo estado será divulgado ainda nesta segunda-feira (19)

Arena das Dunas em dia de chuvaFoto: Elias MedeirosElias Medeiros
A volta das chuvas no Rio Grande do Norte irá durar, pelo menos, até o dia do Natal. Quem confirmou a informação foi o meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), Gilmar Bistrot, em entrevista ao Portal Agora RN.
“Pelo menos até o período natalino teremos pancadas de chuvas que podem acontecer em qualquer ponto do estado. Ainda não temos lugares específicos, pode acontecer em qualquer região. Não serão chuvas fortes, apenas algumas pancadas”, explicou.
“O último final de semana foi de registro de chuvas em diversas regiões. Choveu bem na região da chapada do Apodi, Vale do Açu e na região do Alto Oeste. As chuvas voltaram a cair, no geral, em todo o RN, sempre com chuvas de maneira isolada”, detalhou.
A previsão para os próximos dias em Natal é de pancadas de chuvas que podem acontecer em qualquer ponto. “Como eu disse, não serão chuvas fortes. Por enquanto não temos garantias de chuvas maiores”, finalizou.
A Emparn irá divulgar ainda nesta segunda-feira (19) o volume total de chuvas no último final de semana.            

domingo, 18 de dezembro de 2016

FESTIVAL LITERÁRIO DE NATAL

Ontem, participando do Primeiro Seminário de Academias do Rio Grande do Norte, realizado num dos estande da FLIN - Festival de Livros de Natal.Na fotografia: Fernando Caldas (editor deste blog), Caarlos Eduardo (prefeito de Natal), além do presidente da Academia Norte-Riograndense de Letras Diógenes da Cunha Lima, presidente da Academia Assuense de Letras Ivan Pinheiro Bezerra, dentre outros.



FLOR DO ASSU

Cumplicidade
De sabores e especiarias
Erva-doce misturada na farinha de trigo,
Deixando tomado
O gosto fofo do biscoito
Forma de estrela ou de flor.

Café da manhã ou lanche da tarde
A massa leve, amorenada no forno
Requinta o paladar,
Para sorver na grossa xícara o café espesso.

Sensações vêm à tona, confortantes.

Na mesa farta, nos rostos
O bem-estar amolda feições animadas.

Lembranças doces do sabor da infância.

Saudades da vida que se foi.

Autora: 
Maria do Perpétuo Socorro Wanderley de Castro
(Dra. Perpétua) - Poetisa assuense.
Memorial do meu velho Assu - 2000. 
 
 

sábado, 17 de dezembro de 2016

PAI NOSSO DA 'CANA'

 cachaça, aguardente, pinga serra grande antiga



Santa 'cana' que estás no copo, santificado seja o vosso líquido, assim no boteco como em qualquer lugar

O garrafão de cada dia nos dai hoje, perdoe por às vezes que bebemos muito e não nos deixei cair em tentação, e livrai-me  da Rádio Patrulha amém.

--------------

I

Aguardente é moça branca
filha do senhor de engenho,
quem puxa muito pro ela
não pode juntar vintém.

II

Se cachaça fosse água
era só o que bebia
se velho fosse gravata
no meu pescoço não ia
se cachaça fosse água
era só o que bebia.

(Autor desconhecido)



sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

· MEUS MORTOS QUERIDOS


Washington Araújo

Maria Eugenia. Se o encanto tivesse forma humana essa forma seria a da dona Gena. Culta, muito culta, era escritora, pintora, poeta, dramaturga, biógrafa. E foi prefeita de Ipanguassu. Tinha a alma pura da criança que irrompeu um dia em Lavras, nas Minas Gerais, e seguiu sendo até o último suspiro, em Natal, já beirando os 90 anos. Se dependesse de mim ela daria nome a tudo de bom que surgisse na cidade que seu coração adotou. Teria a Praça dona Gena, o Museu dona Gena, a Universidade dona Gena, vários bairros dona Gena, I, II, III e IV, o Hospital dona Gena, o Sobrado dona Gena e o Viveiro dona Gena. É que ela era a joia oculta do Assu. Faz falta.

Renato. Quem nunca leu Renato Caldas está muito longe de conhecer o Assu profundo, aquele dos Lins e dos Caldas. E quem não conhece um verso sequer de Fulô do Mato é um forasteiro no Assu nesmo que lá tenha vivido século e meio. O lirismo de Renato, seu generosíssimo bom humor, sua forma peculiar de versejar deram um colorido único à velha Atenas norteriograndense. Renato é um ser mitológico, atemporal.

Desconfio que todo legítimo assuense traz consigo por dádiva divina o DNA de tio Renato. Faz falta.

Oswaldo. Vinha de uma das mais antigas dinastias do Vale do Assu: os Amorim. Oswaldo conhecia tudo do Vale. Sabia de cor seu passado e era o grande profeta da cidade. Ele acreditava de todo o coração que o Assu era tipo uma Terra Prometida, uma Canaã nordestina, de onde um dia desceria o maná do leite e do mel. Defendia a agricultura familiar, o cooperativismo, a agropecuária do Assu. Se fosse nome de um tipo de carnaúba não faria feio. Partiu novo, mas deixou na terra as marcas de um Matusalém - marcas eternas, duradouras, inamovíveis que a revolução dos tempos jamais apagarão. Faz falta.

Os dois Nelsons. Um bem mais velho, camarada, amigo. Sempre o via caminhar em seu velho casarão, na esquina da Getulio Vargas, assoviando alguma velha canção, dessas de apenas duas ou três notas e nada mais. Era alguém que a felicidade bem podia ter escolhido para ser amigo de toda a vida. O outro Nelson era médico, sempre boa praça, amigo de todas as situações, irreverente e desses que quando falava com a gente nos olhava nos olhos. O primeiro, um legítimo Montenegro não teve filhos, adotou o sobrinho da mulher, mas sua casa tinha um viveiro com os mais variados cantos de pássaros. O segundo, de sobrenome Santos, teve logo seis filhos. Faziam da casa um viveiro humano, todos muito falantes, divertidos e eram a simpatia em forma de gente. Fazem falta.

Walter. Parecia saído de livro de anedotas. Tinha um senso humor precioso e em qualquer roda de conversa pontificava como faz o papa no Vaticano. Leal, amigo, irreverente e desses homens honrados que parecem surgir somente de cem em cem anos. Foi prefeito de Assu. E dos mais operosos, trouxe a universidade à cidade. Faz falta.

Os dois João Batista. Ambos Montenegros, mas de galhos bem diferentes. O primeiro, gente muito boa, desses de cara arejada e eterno semblante de menino. Foi prefeito de Assu e deu a cidade a sua mais elegante primeira dama. Era conhecido como Dandan. E nunca esqueceu da praça da Carnaubinha. O segundo era festeiro e parecia viver de carnaval a carnaval e de São João a São João. Tinha sete irmãos formados em boas faculdades, do Recife a Natal e de Natal a Lavras. Costumava dizer que seu pai tivera oito filhos: sete doutores e um homem. Ele. Viveu feliz em sua eterna alegria e mesmo sendo o caçula foi o primeiro a partir. Fazem falta.

Zé Dias. Esse nome bem poderia ser sinônimo para bom caráter e então quando alguém dissesse: "Fulano tem um bom caráter!" Bastaria dizer de forma mais simples: "Fulano é um Zé Dias!" Pessoa simples, afável, sereno. Zé Dias teve um filho e duas filhas, mas tratava a todos como se fossem seus filhos: com correção e generosidade. Está para o Assu assim como os pés de fícus estão para a praça Getúlio Vargas. Faz falta.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

O 'BEIJO, ME LIGA' DO MONSTRO DA ESQUERDA

[Rogério Tadeu Romano, 'Portal No Ar']

A esquerda hoje mais parece uma utopia fracassada. Fidel encontrou a morte física e seu fim será a cremação. Cremação de suas ideias e de seu corpo.

Um homem que tentou mudar o mundo à força e não conseguiu. Fez de seu país um satélite de Moscou e foi um ditador, que se elenca entre os vários da história.

Chegam ao fim a esquerda real, seu socialismo fracassado, e Fidel.

A morte do ícone dessa utopia fracassada encontra a esquerda numa tremenda crise, bem analisada pelo geógrafo francês Christophe Guilluy, em recente entrevista para a Folha.
Ele resume tudo isso em duas frases objetivas:

“A esquerda está num estado catastrófico; ela não consegue mais atingir as categorias populares. Aceitou o liberalismo e o capitalismo e tem dificuldade de assumir isso”.

Cuba não aceitou (ainda) o liberalismo mas está aceitando o capitalismo, com imensas dificuldades. Sem Fidel, torna-se ainda menos farol para a esquerda, se é que ela ainda existe como conglomerado.
A esquerda hoje parece não ter torcedores, mas testemunhas. Lamento e muito pelos que morreram por essa utopia.

Da  linha do tempo/facbook de Paulo Sergio Martins


Academia Assuense de Letras publica o livro 'JOVENS CONTISTAS, GRANDES ESCRITORES - CONTOS POTIGUARES'

 
Na noite da última sexta-feira, 9 de dezembro, a Academia Assuense de Letras realizou, nas dependências do Campus Avançado Prefeito Walter de Sá Leitão - UERN/Assu, uma sessão solene onde tomaram posse 04 novos sócios efetivos.
Alderi Dantas, Fernando Caldas, Auriceia Lima, Ivan Pinheiro, Jobielson Silva, Francisco Costa, Francisco Pinheiro, Francisco Diassis, Fernando Sá Leitão, Wagner de Oliveira e Paulo de Sá Leitão

































Os novos acadêmicos são: Francisco das Chagas Pinheiro, na cadeira 9; Francisco Jobielson da Silva, cadeira 11; Francisco Wagner de Oliveira, cadeira 12 e Paulo Sérgio de Sá Leitão, cadeira, 13. As cadeiras têm, respectivamente, como patronos a professora Maria Eufrosina Fernandes, a professora e poetisa Maria Carolina Wanderley Caldas (Sinhazinha Wanderley), o médico e escritor Ezequiel Epaminondas da Fonseca Filho e o poeta João Natanael Soares de Macedo.
TROFÉU DO PRIMEIRO LUGAR





















Durante a solenidade ocorreu a entrega dos prêmios aos vencedores do Iº Concurso Estadual de Literatura ‘Jovens Contistas, Grandes Escritores’, promovido pela Academia Assuense de Letras, em sua primeira edição dirigido, exclusivamente, às pessoas de naturalidade potiguar e/ou residentes no Estado do Rio Grande do Norte.

Os vencedores, Rosmari Nervis de Souza (1º lugar), Mirelly Moura de Lemos (2º lugar) e Alberto Bezerra de Palhares Júnior (3º lugar), receberam prêmios em dinheiro (R$ 1.000,00; R$ 500,00 e R$ 300,00 respectivamente), diploma, troféu (foto acima - talhado e pirografado por Ivan Pinheiro) e a publicação dos seus contos em uma coletânea que reúne treze trabalhos. 
As produções literárias foram selecionadas por uma comissão julgadora composta por especialistas em Estudos da Linguagem e em Literatura Brasileira, jornalista e pós-doutorado em Linguística. O concurso contou com a participação de 38 autores e 50 trabalhos inscritos.

O livro intitulado “Jovens Contistas, Grandes Escritores – Contos Potiguares”, está disponível para venda, ao preço de R$. 20,00 (vinte reais) nos seguintes locais: banca de revistas da Praça do Rosário, Livraria João Paulo II e Chip Informática.
 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

NATAL, 1935: QUATRO DIAS SOVIÉTICOS


rio-grande-do-norte-comunista
A bandeira de Natal com a estrela, a foice e o martelo | Crédito: Montagem Fabio Marton

A capital do Rio Grande do Norte viveu sob um breve regime comunista

Autor – Marcus Lopes
Fonte – http://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/terra-brasilis/natal-1935-dois-dias-sovieticos.phtml#.WEyVPYWcHIV
Durante quatro dias, o Brasil viveu a experiência de um governo comunista. Foi em 1935, em Natal, no Rio Grande do Norte. Após um levante militar ocorrido no Batalhão do Exército, a capital potiguar caiu nas mãos dos rebeldes, que destituíram os governantes locais dos seus cargos – incluindo o governador do estado e a Assembleia – e assumiram o poder com apoio do Partido Comunista Brasileiro (PCB), liderado por Luís Carlos Prestes. Sob o lema “pão, terra e liberdade”, os revolucionários almejavam dar o pontapé inicial para a instalação de um regime soviético no Brasil.
O levante começou na manhã de 23 de novembro, um sábado. O dia em Natal, que contava com cerca de 40 mil habitantes, começou calmo e prometia poucas novidades. A principal notícia era uma formatura no Teatro Carlos Gomes, à noite, que contaria com a presença do governador Rafael Fernandes.

alfa-285
Cais da Tavares de Lira, no bairro da Ribeira, em Natal. Uma provinciana capital do Nordeste do Brasil.
No quartel militar do 21º Batalhão de Caçadores (21º BC) o dia também corria tranquilo até que chegou a informação de que o general Manuel Rabello, comandante da 7ª Região Militar, no Recife, havia autorizado o licenciamento de alguns cabos, soldados e tenentes que estavam com tempo vencido na carreira militar e a expulsão de outros, acusados de envolvimento em incidentes de rua ocorridos dias antes em Natal, incluindo assaltos a bondes.
O documento com a ordem de expulsão precipitou um movimento que estava sendo articulado havia vários dias entre lideranças militares e sindicatos locais junto com membros do PCB estadual. O objetivo era apoiar a revolução nacional que estava sendo preparada pela Aliança Nacional Libertadora (ANL), no Rio.

alfa-110
O 21º Batalhão de Caçadores
“Havia uma preparação para o levante sob a direção do Partido Comunista, que atuava no 21º Batalhão de Caçadores e em vários sindicatos locais. Eles apenas aguardavam as orientações do comitê central”, afirma Homero de Oliveira Costa, professor de ciências políticas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e estudioso da insurreição de Natal. Somando-se a isso, Costa lembra que a cidade já vivia momentos de tensão política desde o ano anterior. “O Rio Grande do Norte teve uma das mais tumultuadas eleições do país, com diversos conflitos de ruas, assassinatos, prisões e repressão. Isso criou uma situação muito tensa no Estado, e em Natal em particular”, diz.
Erro de comunicação
Os acontecimentos daquele sábado se precipitaram de tal maneira que não houve tempo nem de avisar a ANL, cujos líderes (incluindo Prestes) aguardavam o melhor momento para eclodir a revolução em nível nacional. Em função das expulsões ordenadas pelo comando militar no Recife, o PCB estadual e os integrantes do Batalhão decidiu dar início ao motim naquele mesmo dia.

luis-carlos-prestes
Luís Carlos Prestes – Bundesarchiv; BArch
Por volta das 19h30, um grupo de militares rebeldes, liderados pelo sargento Quintino Clementino de Barros, rendeu os oficiais de plantão do quartel e, com fuzis apontados para a cabeça dos soldados, ordenaram: “Os senhores estão presos em nome do capitão Luís Carlos Prestes”. Não houve resistência e, a partir daí, os revolucionários, liderados por Quintino e apoiados por grupos civis organizados (como o sindicato dos estivadores, que era muito forte na cidade), tomaram o quartel e ocuparam locais estratégicos: o palácio do governo, a Vila Cincinato – residência oficial do governador -, a central elétrica, a estação ferroviária e as centrais telefônica e telegráfica.

quartel-da-salgadeira-1935
Resultado do ataque comunista ao Quartel da Salgadeira, no Centro de Natal.
Informado sobre a confusão e a organização dos amotinados ainda na cerimônia dos contabilistas, o governador e demais autoridades civis e militares fugiram e se esconderam na casa de aliados. No quartel da Força Pública, cuja sede ficava próxima ao batalhão rebelado, ensaiou-se uma resistência legalista com policiais fiéis ao governo, vencida pelos militares rebeldes, no momento mais organizados e bem armados.

1935-2
Quintino Clementino de Barros, militar e músico do 21º Batalhão de Caçadores, presidente do Comitê Popular Revolucionário, quando já preso pelas forças do governo.
Na manhã seguinte, Natal estava completamente dominada. Na residência do governador, sede dos rebelados, formou-se uma junta provisória de governo, autodenominada Comitê Popular Revolucionário, que era formada pelo sapateiro José Praxedes (secretário de Abastecimento); sargento Quintino Barros (Defesa); Lauro Lago (Interior e Justiça); estudante João Galvão (Viação); e José Macedo (Finanças), este último funcionário dos Correios e Telégrafos.
Em seguida, o Comitê Revolucionário começou a tomar medidas práticas. A primeira foi um decreto com a destituição do governador do cargo e a dissolução da Assembleia Legislativa “por não consultar mais os interesses do povo”. As tarifas de bondes foram extintas e o transporte coletivo tornou-se gratuito.

1935-3
De cigarro vemos Mário Lago, ex-diretor da Casa de Detenção de Natal e Mário Paiva, comissários do Comité Revolucionário, quando detidos.
Na segunda-feira, o comércio e os bancos não abriram. À tarde, foi ordenado o saque dos cofres da agência do Banco do Brasil e Recebedoria de Rendas. O dinheiro foi confiscado em nome do governo revolucionário e parte dele distribuído à população, que adorou a novidade, mesmo sem ter muita noção do que estava acontecendo.
Pura farra
“A população confraternizava com os rebeldes. Era mais uma festa popular ou um carnaval exaltado, do que uma revolução”, explica o historiador Hélio Silva em seu livro 1935 – A Revolta Vermelha. “Casas comerciais foram despojadas de víveres, roupas e utensílios domésticos que aquela gente não podia comprar. Houve populares que, pela primeira vez, comeram presunto”, de acordo com o historiador.

1935-5
Da esquerda para direita vemos o ex-sargento Diniz, do 21º Batalhão de Caçadores, José Macedo, ex-tesoureiro dos Correios e Telégrafos e João Baptista Galvão, considerados “figuras salientes” do governo comunista instalado em Natal em novembro de 1935.
Um dos líderes do movimento, João Galvão, relatou posteriormente o que aconteceu naqueles dias: “O povo de Natal topou a revolução de pura farra. Saquearam o depósito de material do 21º BC e todos passaram a andar fantasiados de soldado. Minha primeira providência como ‘ministro’ foi decretar que o transporte coletivo seria gratuito. O povo se esbaldou de andar de bonde sem pagar”.

foto_33_225_1938
Líderes comunistas do levante natalense presos pelas forças legalistas.
Para se comunicar com a população, um avião foi confiscado no aeroporto e sobrevoou a cidade despejando milhares de folhetos. No curto período em que se mantiveram no poder, os revolucionários também distribuíram o primeiro e único número do jornal A Liberdade, impresso nas oficinas da Imprensa Oficial do Estado. Nele, foi publicado o expediente do novo governo e um manifesto, inspirado no programa do PCB e sob o lema “todo poder à ANL”.
Cada um por si
Segundo o professor Homero Costa, o pouco tempo em que permaneceram no poder impediu que os revolucionários tomassem outras medidas práticas. “Houve boatos de que na Vila Cincinato estavam distribuindo alimentos à população, o que levou muita gente a se deslocar para lá, mas não era verdade”, diz Costa.

1935-4-copia
Foto que mostra os efeitos do arrombamento do cofre da agência do Banco do Brasil em Natal.
Mesmo assim, algumas medidas típicas de regimes de exceção foram tomadas naquele começo de semana, como salvo-condutos para circulação nas ruas e ordens para que o comércio e os bancos funcionassem normalmente, o que, claro, não aconteceu. “Os comerciantes foram orientados a negociar como de costume, sem estocarem alimentos para elevar os preços. Caso isso ocorresse, os estoques seriam confiscados pelo governo”, diz Elias Feitosa, professor de história do Brasil do Cursinho da Poli, lembrando que alguns gêneros alimentícios, como o pão, também tiveram o preço reduzido.
O levante não ficou restrito a Natal. Houve uma interiorização do movimento no Rio Grande do Norte. “Foram formadas três ‘colunas guerrilheiras’ que ocuparam 17 dos 41 municípios do estado, destituindo prefeitos e nomeando outros”, diz Homero Costa.

1935-1
“Foi bala muita” – Fachada do Quartel da Salgadeira, atingido por disparos efetuados pelos comunistas.
Pequenas localidades, como São José de Mipibu, Ceará Mirim e Baixa Verde (atual município de João Câmara) foram ocupados sem resistência e os prefeitos substituídos por simpatizantes da ANL. Agências bancárias e do governo (as coletorias de renda) foram saqueadas e o dinheiro enviado para a capital. Na terça-feira, a intentona potiguar começou a revelar sua fragilidade com a movimentação de tropas do Exército da Paraíba e de Pernambuco rumo a Natal para debelar o movimento e restabelecer a ordem.

1935-6
Sargentos legalistas do Exército Brasileiro, que ficaram prisioneiros dos comunistas no quartel do 21º Batalhão de Caçadores.
Em uma localidade chamada Serra do Doutor, um dos grupos da ANL foi preso por tropas leais a Getúlio Vargas. Informados de que tropas federais entrariam em Natal e com a possibilidade de bombardeamento aéreo, os líderes do “governo revolucionário” fugiram na base do cada um por si. Um deles, Praxedes, viveu foragido durante anos. Os demais foram capturados e enviados para o Rio de Janeiro com outros presos políticos, como o escritor Graciliano Ramos.

1935-7
De chapéu de palha vemos Dinarte Mariz, tendo ao seu lado Enoch Garcia, considerados os idealizadores da resistência ao avanço comunista no Seridó Potiguar, que se efetivou com o combate na Serra do Doutor. Certamente que politicamente Dinarte foi um dos que mais usufruiu politicamente da sua suposta ação de resistência contra as forças comunistas, chegando a se tornar governador e senador pelo Rio Grande do Norte.
O mesmo aconteceu nas cidades do interior. Com a fuga, os militares enviados pelo governo federal não tiveram dificuldades de controlar a situação. O governador Rafael Fernandes foi reconduzido ao cargo e, a partir de quarta-feira, dia 27 de novembro, a vida voltou ao normal na cidade que, durante cerca de 90 horas, abrigou, como escreveu Hélio Silva, “o primeiro, único e fugaz governo soviete na história do Brasil.”
Intentona comunista
No mesmo dia em que o “governo comunista” era encerrado no Rio Grande do Norte, o movimento tenentista deflagrava, no Rio de Janeiro, uma insurreição para derrubar o presidente Getúlio Vargas e instaurar um regime comunista no Brasil. Liderado por Luís Carlos Prestes, o levante ficou conhecido como Intentona Comunista, ou Revolta Vermelha. Os amotinados se rebelaram em vários regimentos e batalhões do Rio, mas foram rapidamente sufocados pelas forças de segurança nacional.
1935-1-2
A insurreição estava sendo preparada desde o ano anterior. No final de 1934, Prestes, que estava na União Soviética havia três anos, retornou ao Brasil para organizar a revolução comunista. Acompanhado de sua mulher, Olga Benário, militante do partido comunista alemão, eles desembarcaram clandestinamente com os nomes falsos de Antônio Villar e Maria Villar. Além do casal, vieram outros estrangeiros para ajudar na revolução. Entre eles, o argentino Rodrigo Ghioldi e sua mulher, Carmen; o casal alemão Elisa Sabarowski e Arthur Ewert; os belgas Lion Valle e sua mulher, Alphonsine; o alemão Franz Gruber e o norte-americano Victor Allen Baron.

1935-1-1
Intentona Comunista de Natal de 23 de novembro de 1935 foi notícia em todo mundo, como neste material publicado em um jornal dos Estados Unidos.
Todos, incluindo Prestes, eram militantes da Internacional Comunista, que via no Brasil um terreno fértil para a revolução. “O PCB era uma seção da Internacional Comunista e estava inserido no que a entidade chamava de ‘países coloniais e semicoloniais’, para os quais havia estratégias revolucionárias distintas. No caso, ao contrário dos países capitalistas ‘avançados’, a estratégia era a via insurrecional”, explica o cientista político Homero Costa, da UFRN, sobre a participação do Komintern no movimento de 1935, que registrou ações em Natal, Recife e no Rio. Após a rebelião em Natal, ocorreu um efeito dominó em outras praças que também estavam sendo preparadas e treinadas para a revolução.
1935-1-3
“O que ocorreu em Natal pegou todos de surpresa, inclusive o comitê central. Os levantes no Recife, no dia seguinte ao de Natal, e no Rio de Janeiro, foram em consequência dessa precipitação”, diz Costa, lembrando que a insurreição nacional estava planejada apenas para o início de 1936.
“O levante de Natal fez parte do contexto da Intentona Comunista. A ideia era que a revolução fosse em escala nacional. Porém, nem todas as guarnições envolvidas se engajaram ao mesmo tempo”, diz o historiador Elias Feitosa. A ação da Internacional serviu como justificativa para que Getúlio Vargas instaurasse o Estado Novo, em 1937.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

GEORGE SOARES SE CONGRATULA COM OS NOVOS SÓCIOS DA ACADEMIA ASSUENSE DE LETRAS

 
O deputado estadual George Soares (PR) apresentou moção de congratulações ao Presidente da Academia Assuense de Letras, Ivan Pinheiro Bezerra, pela posse dos novos acadêmicos que ocorrerá no próximo dia 09, em Assu.

“A Academia Assuense de Letras (AAL), é uma associação civil, sem fins econômicos, que tem por finalidade o cultivo, a preservação e a divulgação da literatura, da história e da atividade cultural assuense. É reconhecida como de utilidade pública do Rio Grande do Norte, através de projeto de lei de nossa autoria, e, por isso, nossa atenção, nosso respeito e consideração pelos novos empossados,” escreveu George Soares, na moção apresentada na Assembleia Legislativa do RN nessa terça, dia 06 de dezembro.

CHICO LUCAS - O 'SÁBIO DA NATUREZA', É TEMA DE LIVRO QUE SERÁ LANÇADO NESTA QUINTA-FEIRA

 
O velho paradigma de que a sabedoria popular não dialoga com o conhecimento acadêmico cai totalmente por terra quando o assunto é a relação entre o pescador Francisco Lucas da Silva, 79 anos, - morador da Lagoa do Piató, em Assú - e pesquisadores do Grupo de Estudos da Complexidade (Grecom) da UFRN.
Chico Lucas, como é conhecido popularmente, é mais uma vez foco de uma obra publicada pelo Grecom. Dessa vez, organizada por Conceição de Almeida e Thiago Emannuel de Araújo Severo. Não é a primeira vez que Chico Lucas tem o seu saber registrado em livro. O primeiro foi ‘A Natureza me disse’.
O livro é uma reunião de artigos, textos, fotos e impressões de dez pesquisadores que tomaram como objeto de estudo a vida, o fazer e o pensamento de Chico Lucas.
O lançamento do livro, ‘Francisco Lucas da Silva – Um Sábio na Natureza’ (Editora do IFRN) será na quinta-feira, 8 de dezembro, na Cooperativa Cultural Universitária – no Centro de Convivência do Campus da UFRN.
O trio de violões Continuum, formado por músicos de Campina Grande (PB), vem para Natal tocar especialmente no evento.
Os versos de Chico Lucas, "Não frequentei banco escolar/ Por não ter tido oportunidade / Mas com a ajuda dos amigos / Cheguei à Universidade" (O Sábio e a escola), estão no livro, que reúne entrevistas concedidas por ele a biólogos, filósofos, historiadores, sociólogos, enfermeiros, antropólogos e educadores ligados ao Grecom.
Fonte: Rabiscos do Samuel.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

O POVO BRASILEIRO NA RUA

O POVO BRASILEIRO NA RUA foi, talvez, a coisa mais importante que nos aconteceu nos últimos doze meses. Um passo fantástico para conseguirmos pelo menos reconhecer que está nas mãos do povo a reconstrução do nosso país, em guerra com a corrupção e contra a impunidade.

Mas, não podem as lideranças nascentes do novo Brasil, que tiveram força e capacidade de levar milhões à rua, permitir que um momento tão extraordinário da história do nosso país se transforme numa brincadeira leviana.
 

Paramos a canalhice, a ignorância, a ladroeira do governo Dilma. Felizmente. Assumiu Temer. E agora? Vamos passar a gritar "Fora Temer" se ele é o substituto constitucional dela, como Itamar Franco era o de Collor? 

Ninguém engoliu as trampolinagens de Eduardo Cunha. Veio o "Fora Cunha". Saiu. Está preso. Assume aquele precário vice-Presidente Waldir Maranhão, que o povo elegeu deputado. "Fora Waldir" logo começou. Assume Rodrigo Maia -- domingo já estavam na rua cartazes pedindo "Fora Rodrigo Maia".
 

Ao lado de Rodrigo, os cartazes também pediam: "Fora Renan". Sai Renan, assume Jorge Viana, do PT (era isso o que queriam?). Hoje já tem quem grite "Fora Jorge Viana".
 

Bem, bem, bem. Assim não dá.

Quando vai o Brasil poder trabalhar? As reformas que Temer está mandando para o Congresso, será que são importantes para o país? Uns acham que sim, como eu acho. Outros acham que não. Mas, como pode o Congresso discutir, refletir, aperfeiçoar, votar nesse ambiente?
 

Acho que está na hora de se iniciar um grande movimento na rua, mobilizando o povo para votar certo. O povo elege. Depois fica indignado com os que foram eleitos por ele. TODOS.
 

Votar certo, um dia será a resposta.
 

No Estado Democrático de Direito existem regras -- estão na Constituição e nas Leis. Para serem obedecidas.
 

Não se pode defender que as regras não sejam obedecidas só porque a gente não simpatiza com a cara do indivíduo que vai assumir este ou aquele cargo. Fomos nós, o povo, que mandamos o cara pra lá. Paciência.
Não se pode desqualificar as instituições designadas para cumpir um determinado papel, só porque não gostamos de pessoas, de decisões, ou atitudes.

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...