quarta-feira, 22 de março de 2017



Choro as dores de quem não pode
e não consegue conter esta revolta.
Sufoco os gritos na garganta
e sinto as palavras a fragmentarem-se dentro de mim.
A transformarem-se
talvez noutra matéria, talvez mais livres.
Como águias a planarem,
sem terem limitações, sem idade.
Como se o mundo de repente
se tornasse mais leve e mais justo, como se deixassem de ter corpo e, de repente,
tivessem todas as possibilidades do céu.
Ilusões que levam à revolta.
E clamo, não um clamor sem sentido
mas de dor que corrói como ácido.
Mais como um apelo à consciência
de quem poder me ouvir.
Não se pode conviver nem compactuar com esta insensatez.
Com esta anarquia , de mentes tardias e vazias
que não têm memória.
Assim atiro frases em volta,
cega de angústia e de revolta.

Cristina Costa, poetisa portuguesa. 


domingo, 19 de março de 2017


Metade

Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
A outra metade é silêncio

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Pois metade de mim é partida
A outra metade é saudade

Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas como a única coisa
Que resta a um homem inundado de sentimentos
Pois metade de mim é o que ouço
A outra metade é o que calo

Que a minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que mereço
Que a tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
A outra metade um vulcão

Que o medo da solidão se afaste
E o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
Que me lembro ter dado na infância
Pois metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade não sei

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o seu silêncio me fale cada vez mais
Pois metade de mim é abrigo
A outra metade é cansaço

Que a arte me aponte uma resposta
Mesmo que ela mesma não saiba
E que ninguém a tente complicar
Pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Pois metade de mim é plateia
A outra metade é canção
Que a minha loucura seja perdoada
Pois metade de mim é amor
E a outra metade também

sexta-feira, 17 de março de 2017

Helena de Troia

Comemoração dos 50 anos do CNSV ( 1977) Assu. Tizinha, Ir.Margarida, Ir.Andrea Abreu, Alcina Ir.Josefina Ariane, Artemia Adercia Nicinha Fonseca e Pimentel. Fotografia de Alyce Ariane Abreu. Tirada no Colégio Nossa Senhora das Vitórias no dia dos 50 anos de fundação daquela instituição educacional.
A imagem pode conter: 1 pessoa
Aquarela. De Lúcia Caldas.

quarta-feira, 15 de março de 2017

Aluizio Lacerda: UM ESPETÁCULO DA NATUREZA

Aluizio Lacerda: UM ESPETÁCULO DA NATUREZA: VÍDEO: Açude do Pataxó, no Vale do Assu, transborda na madrugada desta quarta-feira Por Sidney Silva Açude do Pataxó, no Vale do Assu...

Clique no título acima, para ver o artigo!

terça-feira, 14 de março de 2017

TALENTO ASSUENSE: MESTRE ETEWALDO

A história do escultor de obras como a estátua de Iemanjá, na Praia do Meio, e do “beijo” de um casal de namorados, no Parque das Dunas, é de superação e talento nato.

Por Rafael Barbosa
 
UM GAROTINHO QUE SAIU DE ASSÚ, no interior do Rio Grande do Norte, para a capital do estado com a família, nos anos de 1940, cresceu e conquistou reconhecimento por meio da cultura popular. O mestre Etewaldo Cruz Santiago teria completado 78 anos em 14 de janeiro, se vivo estivesse. Ele deixou para Natal cartões postais como a estátua de Iemanjá, na Praia do Meio, e a do casal de namorados, exposta no Parque das Dunas, apesar de pouca gente saber que as obras são de sai autoria. Entre o legado, deixou também o filho Edvaldo, artesão apaixonado como ele e divulgador incansável do trabalho do pai.
O assuense de origem humilde começou ainda na infância a dar os primeiros passos no desenvolvimento das artes manuais. “Ele dizia que foi a avó dele a primeira pessoa a reconhecê-lo como artista”, recorda Edvaldo Santiago. Etewaldo observava a avó, que era rendeira, enquanto ela fazia alfenim, um doce comum no Nordeste brasileiro. Com a massa branca de açúcar, ele moldava pequenas miniaturas de patos. Aí a avó dele dizia “esse menino tem jeito pra artista. Faça mais”, conta o filho.

Ainda pequeno, partiu com os pais para Natal, em busca de melhores oportunidades de vida. Era época da Segunda Guerra Mundial. O pai Etewaldo trabalhou na Base Aérea abrindo estradas para os militares. “Ele contava que ainda pequenininho ia para a Ribeira, via os aviões no Rio Potengi”, relata Edvaldo. 

Até então, o contato maior com o artesanato que o mestre tinha era na fabricação dos próprios brinquedos, com peças de madeira. O menino foi crescendo e, adolescente, se viu diante da necessidade de ajudar em casa. Edvaldo conta que o pai foi trabalhar também na Base Militar. Dispondo de facilidade para o desenho, ajudava os mestres de obras na confecção de plantas baixas e demais serviços relacionados a essa arte. “Ele sempre gostou de arte”

Etewaldo foi ainda entregador de revistas, trabalhou no Corpo de Bombeiros e, entre um trabalho e outro, conheceu Dona Eliete. Foi numa igreja evangélica que se apaixonou pela viúva que se tornou sua companheira até o fim da vida. Com ela constituiu família e continuou morando em Natal, onde nasceram seus dois primeiros filhos. Edvaldo é o segundo dos nove filhos do casal. Ele recorda de ouvir, ainda criança, o pai dizer repetidas vezes que tinha vontade de conhecer a cidade de Ceará-Mirim. Naquele tempo não era fácil visitar uma cidade vizinha, diferentemente de hoje. 

RELAÇÃO COM CEARÁ-MIRIM 

“Ele caçava com um amigo, que dizia que Natal não tinha muito bicho para a prática, mas em Ceará-Mirim tinha mais, e tinha o chamado veado campeiro, que era o animal maior que o caçador podia pegar”, lembra Edvaldo. Foi assim que começou a relação do escultor com a cidade da Grande Natal, onde depois foi radicado e reconhecido como artista. 

Em um certo dia no final da década de 1960, o tal amigo caçador então propôs a Etewaldo que lhe ajudasse a levar uma encomenda para Ceará-Mirim. O mestre topou a proposta de trabalho, muito mais pelo desejo de conhecer o município. Quando chegou ao Centro da cidade, ficou encantado com o mercado público, o prédio da prefeitura. A arquitetura colonial deixou o artista embasbacado e ele decidiu que queria se estabelecer ali com a família. Não contou conversa: conseguiu contato com o pároco, que lhe arrumou uma morada de aluguel, um primeiro andar perto da estação do trem. 

Em Ceará-Mirim, o mestre Etewaldo se virava para sustentar os filhos com fotografia. Fazia foto 3x4 e também trabalhava com restauração e ampliação fotográfica. Ele fazia o que hoje faz o programa PhotoShop, só que à mão. O filho conta que, depois de ampliar a foto, o mestre consertava as falhas pintando a imagem. “Ele também colocava joias e dentes de ouro quando as pessoas pediam. Era um trabalho incrível, ficava perfeito”, detalha. 

ESCULTURAS DE ARGILA – O INÍCIO
Foi na época de fotografias em Ceará-Mirim que surgiu a proposta do cunhado Januário, também artista. “Meu tio disse a ele que era melhor começar a trabalhar com argila, era uma coisa que se fazia pouco ainda por aqui, e ele o convenceu que levava jeito”, relata Edvaldo. A família estava crescendo e o patriarca precisava de uma fonte de renda além da fotografia para conseguir pagar as contas. Então começou a praticar a nova arte: escultura de argila.

Em 1971, acompanhado de Januário, Etewaldo seguiu para São Paulo vender suas primeiras produções. Foi um sucesso na Praça da República. Muito mais desenvolvida e culturalmente ativa, a capital paulista consumia arte de maneira mais ávida do que Natal e o Rio Grande do Norte.

As estatuetas do mestre Etewaldo se esgotaram e ele voltou feliz para casa, certo de que dali sairia mais uma fonte de sustento. As viagens se repetiram e o artesão sertanejo de Assú passou a ficar conhecido fora do estado. Contudo, faltava ganhar prestígio no RN. 

A FOTOGRAFIA PARA JORNAL E A PROJEÇÃO ARTÍSTICA PARA O RN.
Apesar de já conseguir tirar algum dinheiro do artesanato, o assuense permaneceu com o trabalho fotográfico. Com fontes na delegacia local, o fotógrafo da cidade era sempre comunicado quando algum crime ocorria nas cercanias próximas do município. Ele clicava os fatos e vendia para os jornais da capital.

“Uma vez chegou aqui um jornalista, Alexis Gurgel. Eu era menino. O jornalista veio aqui atrás de uma foto”, conta Edvaldo. Quando chegou à casa de Etewaldo, Alexis se deparou com o trabalho manual que o artesão produzia com argila. A pauta mudou o rumo.

O jornalista fez uma reportagem em que divulgou para o Rio Grande do Norte a arte do mestre Etewaldo de Ceará-Mirim. Dali em diante ele não parou mais. Edvaldo acompanhava de perto, mesmo criança, e afirma que foi depois da matéria veiculada no jornal que o pai começou a receber convites para participar de feiras e encomendas para produção de estátuas e bustos. 

A cada dia, o ofício da fotografia ficava mais a cargo de Dona Eliete, pois aumentavam as viagens e convites para exposições. Edvaldo diz que logo no começo da TV Universitária foi ao ar uma matéria com seu pai. A família se reuniu toda na casa de um vizinho que tinha televisão para acompanhar a entrevista. “O povo começou a dizer: rapaz, Seu Etewaldo tá importante mesmo, saindo na televisão”. Ele se tornou ícone da cultura em Ceará-Mirim. As obras de arte nas praças, o painel que mostrava a cultura da cana-de-açúcar, atividade comum à cidade, a estátua do caboclo na entrada de Ceará-Mirim, tudo foi o mestre Etewaldo Cruz Santiago quem produziu. 

DO NU ARTÍSTICO PARA O BEIJO 
Foi nos anos de 1970 também que o artesão foi convidado, pelo jornalista Paulo Macedo, para confeccionar a estátua que enfeita o Parque das Dunas, naquela época chamado de Bosque dos Namorados. Edvaldo lembra que o pai contava que tinha a intenção, em um primeiro momento, de produzir um nu artístico nesta obra. Mas foi alertado que poderia sofrer represálias da Ditadura Militar. “Aí ficou aquele beijo mais inocente”, acrescenta Edvaldo. O artesão passou a ser procurado pela elite potiguar para produção de peças particulares. De acordo com o que conta Edvaldo, até o ex-governador Geraldo Melo contratou os serviços do mestre Etewaldo. “Fez para ele um São Francisco bem grande”, emendou.

Entre as obras públicas mais conhecidas, além da estátua dos namorados, estão a estátua de Iemanjá, os três Reis Magos construídos na praça da igreja do bairro de Santos Reis, e a homenagem a um famoso médico natalense que tinha costume de pescar peixe pampa, estátua que foi erguida na Praia do Meio, próximo a um posto de combustíveis e em frente ao Clube dos Pampas.

Ceará-Mirim, Taipú, João Câmara e Cerro-Corá também têm estátuas assinadas pelo mestre Etewaldo, eternizado em suas obras de argila e cimento Rio Grande do Norte afora.

FILHO, FÃ E APRENDIZ
A ascensão de Etewaldo Cruz Santiago provocava orgulho nos filhos e familiares. Um caboclo humilde do interior havia ganhado, com sua arte, as salas e jardins de personalidades importantes do RN. Edvaldo Santiago iniciara a moldar suas peças também, sob inspiração e influência do pai. Aos 19 anos de idade, quando ainda servia ao Exército Brasileiro, recebeu a ordem de um general para que convidasse Etewaldo para produzir um painel e um soldado que iriam ornar a frente do batalhão. Trata-se da obra que foi levantada na entrada da sede do 16º Batalhão de Infantaria Motorizada, na avenida Hermes da Fonseca, birro do Tirol, em Natal. 

Ao comunicar Etewaldo sobre o convite, Edvaldo recebeu a grata surpresa: o pai queria a sua ajuda. “Aí eu fui lá ajudar. E até ele assinou lá ‘Etewaldo e Edvaldo’. Eu não queria, mas ele disse que tinha que assinar com os dois”. Edvaldo abraçou arte para a sua vida também e, até hoje, vive de vender suas obras em feiras de artesanato como o pai fazia. A reprodução das mulheres rendeiras é o que mais sai, assim como era com Etewaldo.

Falecido em 2006, aos 67 anos de idade, por complicações no fígado, o mestre Etewaldo deixou sua obra espalhada por diferentes lugares do RN. Por aqui também ficou o aprendiz, contador de suas histórias e herdeiro do fazer artístico da família Santiago, o filho Edvaldo.

Transcrito da Revista Bzzz – Ano 4 / nº 43 / Janeiro de 2017 / páginas 16 a 21.
Fotos: Rafael Barbosa e Arquivo.

sábado, 11 de março de 2017

DISCURSO POR OCASIÃO DOS 90 ANOS DO EDUCANDÁRIO NOSSA SENHORA DAS VITÓRIAS, EM SESSÃO MAGNA REALIZADA EM ASSU, NA CÂMARA DE VEREADORES, PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE.

Povo todos, louvai ao Senhor,
Nações todas, dai-lhe glória, porque forte
É o seu amor para conosco e a fidelidade
Do Senhor dura para sempre.
Bendito o que vem em do Senhor (Sal – 117, Ver – 1 ,2 e 26)
Exmo. Sr. George Montenegro Soares – Deputado Estadual e Presidente da mesa
Exmo. Sr. Gustavo Montenegro Soares – Prefeito Municipal do Assu
Exma. Sra. Sandra Regina Meireles Holanda Alves – Vice- prefeita Municipal Do Assu
Exma. Sra. Rizza Maria Macedo Montenegro Lira – Secretaria Executiva de Assistência Social
Exma. Sra. Shirley Pinto Albano - Secretaria Municipal de Educação
Revma. Ir. Magna Lira Rodrigues – Conselheira Provincial e Representante do Governo da Província Nossa Senhora das Neves do Norte do Brasil/NB
Revma. Ir. Maricelia Almeida de Farias – M.D. Diretora do Educandário Nossa Senhora das Vitórias
Revma. Ir. Maria de Fátima Pereira Silva – Superiora da Comunidade Religiosa do Educandário Nossa Senhora das Vitórias
Revma. Ir. Maria Miquelina de Medeiros – Ex-diretora, através de quem cumprimento as demais irmãs Filhas do Amor Divino aqui presentes
Prezados ex-professores, professores, ex-alunos, alunos e servidores técnico-administrativos do Educandário Nossa Senhora das Vitórias
Educadoras e Educadores presentes
Minhas Senhoras e Meus Senhores
[...] torna-se verdade o que disse a nossa Senhora Madre de feliz memória, quando pedi para ser admitida na Congregação; disse-me com um olhar amplo e pensativo; ”A senhora, Ir. Maria Teresina, irá empreender muitas viagens no serviço da Congregação”. (Transcrito do Livro A Peregrina do Retorno – Ir. Vilma Lúcia)
Este é definitivamente, um momento especial de alegria e júbilos para nossa Assu, nosso estado, nossa região, e porque não dizer do nordeste, quiçá do Brasil.
Para falar sobre os 90 anos do Educandário Nossa Senhora das Vitórias em Assu, precisamos viajar no tempo, e no futuro. Comecemos pela região da Baviera, Edling, Alemanha, em 1 de Janeiro de 1833, quando então nascia a pequena Francisca. Aos 35 anos de idade fundava a Congregação das Filhas do Amor Divino, passando a se chamar de Madre Maria Francisca Lechner. A sua visão fraterna, sempre disponível ao próximo, transformou-se em ação, quando outras irmãs se uniram a boa Madre, a fim de conquistarem, através de seu ideal, o mundo. A caminhada, rumo ao Brasil, começou em 1912, com Ir. Teresina. Em 1913, a Madre Ignácia, recebe do Rio Grande do Sul, uma carta manifestando alegria e gratidão com que seriam recebidos os serviços da Congregação, naquela região. Ampliando as possibilidades, em 1919, a Ir. Teresina Werner e Ir. Constatina Rech foram designadas pela Madre Geral Ignácia, assumiu a missão em Graz, na Áustria, para coletas a fim de viabilizar à viagem ao Brasil. Finalmente, em 19 de Abril de 1920, o navio que as trazia(Ir. Teresina Werner, Ir. Constatina Rech e companheiras. Sendo uma dessas, seria mais tarde chamada Ir. Berchmana Hardegg, professora de pintura), atracou nosso solo pátrio, no Porto de Santos em São Paulo; vindo a se estabelecerem a 19 de Julho de 1920, em Serro Azul, hoje Cerro Lardo, no estado do Rio Grande do Sul. E paralelamente, a esses preparativos das irmãs para virem para o Brasil, no ano de 1922, em Assu, homens ilustres de nossa terra, se reuniram para construir uma escola que fosse pautada nos princípios cristãos e de efêmera qualidade. Para alegria do nosso povo e de nossa cidade, a 9 de Março de 1927, precisamente as 9 horas da manhã, era inaugurado o nosso amado e eterno Educandário Nossa Senhora das Vitórias, com a presença de cinco irmãs estrangeiras( Ir. Digna Taudes – Assistente, organista e professora de bordado essa retornou Rio Grande do Sul, vindo a falecer em 8 de Abril de 1966, naquela cidade; Ir. Jaromira Ondra – primeira diretora e superiora do Educandário Nossa Senhora das Vitórias – também retornou ao Rio Grande do Sul e faleceu em 28 de Dezembro de 1968, também naquela região; Ir. Mercedes Foutan – professora do curso primário- vindo esta a sair da Congregação; Ir. Volkmara – cuidava do gado e da cozinha, diretora da Escola São José, permanecendo por mais tempo aqui e passando seus últimos dias em Palmeira dos Índios/Al, cuja irmã foi vitima de um ataque de abelhas, quando estas atacavam um bezerro, no intuito de defender o animal, ela veio a falecer de um ataque cardíaco no próprio no local, muito embora foi realizado seu desejo de morrer entre os animais; Madre Alberta Garimberti – professora de Francês e pintura, falecida em Natal/RN) e da tão sublime interprete e encarregada de difundir o Amor Divino pelo mundo, a ir. Teresina Werner, uma vez que as irmãs que aqui chegaram não falavam português e em Assu não existia ninguém que falasse alemão.
Ouso dizer, que Madre Francisca Lechner, em 1981, teve uma visão de futuro, quando por ocasião da admissão de Ir. Teresina, tenha profetizado o nosso destino, dizendo-lhe: ”A senhora, Ir. Maria Teresina, irá empreender muitas viagens no serviço da Congregação”.
Falo em alegria, falo em desafio, falo para lembrar o que foi, o que é, de onde vieram e por onde passaram essas destemidas, determinadas e abnegadas irmãs que fizeram aqui seu marco na educação desse templo de glórias.
Nada fácil, tudo muito difícil, pois estas irmãs empreenderam viagens com dinheiro de coletas, pouca comida e o espírito tomado pela esperança e da graça de Deus, em busca do “ansiado campo de missão, como denominava o Brasil, a boa Ir.Teresina Werner.
Ao longo desses 90 anos, grandes conquistas e dificuldades, essas irmãs enfrentaram, mas nunca fraquejaram, nunca desanimaram, sempre avançando, oferecendo o amor de Deus em nossa vida.
Assim, podemos dizer com toda tranquilidade que o Educandário Nossa Senhora das Vitórias é a face visível e transparente do Amor de Deus neste torrão abençoado.
Com os olhos marejados pela emoção de quem vê a própria história passar diante de nossos olhos, fizemos nesses últimos meses, eu e meu filho, de 13 anos de idade, viagens a todos os colégios em buscar de fatos, documentos (chamado por elas de crônica) e fotos com o direito de justificar nosso orgulho de ter sido educado por essas irmãs. Seguimos os passos daquelas que um dia passaram aqui e deixaram sua marca no mundo do conhecimento, que será traduzido em um livro a ser lançado em abril vindouro, por meu filho, Pedro Otávio, pela ocasião das comemorações desse ano jubilar. Demonstrando que o amor que tenho pelo colégio, contagiou também meu filho.
Não estamos velhos, estamos jovens e queremos agradecer pelo trabalho que esse templo, chamado de Educandário Nossa Senhora das Vitórias vem desbravando o conhecimento pelo espaço humano.
Entrei no colégio ainda criança, e deste então guardo em meu coração cada dia vivido ali, naquela casa educadora de tamanho teor cristão. Não podemos falar do colégio sem se lembrar de Me. Cristina, Ir. Josefina, Ir. Margarida, Ir. Teresinha, Ir. Salésia(autora do Hino do Jubileu Ouro), Ir. Leonia(idealizadora da Bandeira Oficial do Educandário Nossa Senhora das Vitórias), Ir. Consolata, Ir. Maria Soares, Ir. Angelina Simonetti( Autora do Hino Oficial do Educandário Nossa Senhora das Vitórias), Ir. Zélia Batista, Ir. Fátima Costa, Ir. Letícia, Ir. Anísia, da nossa incansável mestra Ir. Ernestina e tantas outras que abnegadamente contribuíram para a nossa formação.
90 anos passados, e na terra dos carnaubais, na terra de São João Batista e da Beata Lindalva, somos testemunhas que esse colégio eterniza em nossas vidas os bons ensinamentos, a ética e a qualidade de sermos mais humanos. Assim como o Álamo, por ocasião desse jubileu, o ENSV oferece uma copa densa de luz que floresce e cada vez aumenta.
A essa alagoana, de coração alçado no Amor Divino, Irmã Maricelia Almeida de Farias, nossa imensa gratidão, pelo grande zelo de mãe para com nosso colégio, assumindo com esplendoroso garbo um faixada neoclássica, tendo Nossa Senhora das Vitórias no alto para guiar e conduzir na luz da verdade.
Obrigado, Me. Francisca Lechner, Ir. Teresina Werner, ex-professores, ex-diretoras e colegas.
Encerro essa homenagem com meu reconhecimento a esta honrada instituição educadora, com as palavras da imorredoura Madre Cristina Wlastinic: “Toda terra é pátria para quem é forte.” (Luiz Vaz de Camões)
Espero, como ex-aluno, honrar a todos que acreditaram e acreditam no Educandário Nossa Senhora das Vitórias.
Obrigado! 

Roberto Dias de Oliveira – Ex-aluno e Ex-professor

Curso de Direito da Ufersa obtém nota máxima no Enade e fica entre os melhores do Brasil


Alunos da turma de Direito da Ufersa que obtiveram a nota máxima no Enade / Foto cedida

O curso de Direito da Ufersa não para de conquistar reconhecimento em nível nacional. Dessa vez os alunos do curso obtiveram a nota máxima no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, o Enade, entre todas as instituições brasileiras que oferecem o bacharelado em Direito.

O resultado foi liberado nesta quinta, 09 de março. Pelos dados, todos os 29 alunos de Direito da Ufersa que fizeram o Exame em 2015 obtiveram a nota máxima, ou seja, todos ficaram com 10 na avaliação final. O excelente resultado deixou o curso da Ufersa com Nota 5, sem arredondamento (as notas dos cursos variam de 1 a 5). Esse é um feito raríssimo nas instituições de ensino superior do país. Segundo dados do INEP, apenas 1,2% dos cursos de graduação do Brasil atingiram a nota máxima no último Enade e entre esses cursos está o de Direito da Universidade do Semi-Árido.

Professor José Albenes Bezerra Júnior, coordenador do curso de Direito da Ufersa

Esse ótimo resultado consolida cada vez mais o curso de Direito da Ufersa no cenário nacional, principalmente se levar em consideração que a média dos cursos de Direito no Brasil não chega a 3. A Ufersa está no caminho inverso dessa crise e caminha para um nível de excelência poucas vezes observado no Nordeste e no Brasil.

O coordenador do curso, o professor José Albenes Júnior, ficou sem acreditar no resultado e comemorou bastante. “É com imensa satisfação e orgulho que recebo essa notícia. Os alunos da segunda turma do Curso de Direito da Ufersa (Habilitados à época para o Enade) obtiveram um ótimo desempenho. Representaram de forma brilhante o curso. Parabenizo a todos que fazem o Curso de Direito UFERSA: Docentes, técnicos e, principalmente, nossos discentes. Esse é o resultado do compromisso, da dedicação e da competência. Depois dos excelentes resultados do exame da OAB, mostramos a todo país que é possível que um curso do interior do Rio Grande do Norte apresente excelente índices de qualidade e desempenho no ensino. E essa tem sido a escrita do Curso de Direito da Ufersa”, comentou agradecido Albenes.

Danillo Lima foi um dos alunos que fizeram o Enade. Na colação de grau, ele também foi o aluno laureado da turma. Na foto com o Reitor da Ufersa, o professor José de Arimatea de Matos, e com a Paraninfa das Turmas, a professora Zuleide Negreiros / Foto Eduardo Mendonça


Fonte: Site da UFERSA https://ufersa.edu.br/

FORA TEMER

 Geraldo Melo

(Artigo publicado pelo jornal TRIBUNA DO NORTE no dia 12 de março de 2017)
Tudo o que o PT, diretamente ou através dos seus porta-vozes e serviçais, propõe hoje ao pais é isto: fora Temer. Vamos conversar um pouco sobre esse assunto?
Com base nessa proposta petista, tiramos Temer e depois fazemos o quê?
Vamos apenas esperar que assuma o substituto que, não sendo do PT, sofrerá a mesma campanha: Fora o substituto. Se o substituto sair, vem outro, que também não será do PT. E então? Fora o Outro? E depois, fora o Substituto do Outro para que venha ainda a campanha exigindo Fora o Substituto do Substituto do Outro?
E para ajudar o Brasil, nada?
Essa brincadeira pode servir aos profissionais da militância política. Pode interessar a quem precisa da emoção das crises, reais ou inventadas, para procurar atrair multidões, ou apenas grupos, ou pelo menos grupelhos para o seu lado, ou simplesmente para se ocupar em alguma coisa.
Já vi esse filme. Quando o Presidente Collor foi derrubado, assumiu o Vice-Presidente, como agora. Collor foi substituído por Itamar Franco, assim como Dilma foi substituída por Michel Temer. Uns quarenta dias depois da posse definitiva de Itamar, eu me lembro de ter ido a Brasilia. Passando por baixo de uma daquelas pontes perto da Rodoviária, em tintas pretas, estava escrito: “Fora Itamar”. O pecado de Itamar: não era um “deles”.
E o Brasil? Ah... o Brasil, muitos problemas, dificuldades – isso é assunto muito chato. Não dá para sustentar uma conversa dessa turma.
Itamar ficou lá, presidiu o Brasil, e foi no seu governo que se criou a nova moeda do nosso país, o real, mudando radicalmente a economia nacional.
Agora temos novamente a mesma proposta. Fora Temer. Tira-se Temer e pronto. Por que? Porque não gostam daquele jeitão muito penteado dele, nem daquela sua forma de falar de antigamente, cheia e ênclises e mesóclises, sem a preocupação de que a cozinheira, ou a arrumadeira, ou o motorista entendam o que ele diz?
E para que é mesmo que ele seria tirado? Para nada. Não há proposta, não há ideia, não há nada. Acham que o Brasil aguenta.
É engraçado ver que a grande acusação a Temer é chamá-lo de “golpista”. Os que defendem essa tese não ligam a mínima para o fato de que o verdadeiro golpe seria tirar do poder um Presidente da República, qualquer um, sem que estejam presentes as hipóteses constitucionais que governam o assunto.
Uma das diferenças entre ditadura e democracia é que, na democracia, as regras estão escritas. A Constituição, boa ou ruim, é o estatuto do país. Nas ditaduras, as regras vão sendo feitas ou mudadas de acordo com a conveniência e a vontade do ditador. Onde há democracia, golpe é a ruptura do estatuto nacional.
Ninguém rompeu estatuto algum para que Michel Temer se tornasse titular da Presidência da República. Agora que ele é Presidente, até poderia sair do poder sem que a Constituição fosse ofendida: por morte, renúncia, doença que o inabilite, impeachment, decisão judicial.
E o que aconteceria então? Assumiria a Presidência o deputado Rodrigo Maia, Presidente da Câmara Federal. Ele teria trinta dias de prazo para promover uma eleição indireta, pelo Congresso Nacional, dos novos Presidente e Vice-Presidente do Brasil, já que isso ocorreria durante “os dois últimos anos do período presidencial”, como prevê o parágrafo primeiro do artigo 81 da Constituição Federal. Os eleitos pelo Congresso terminariam o mandato em curso, governando, portanto, até 31 de dezembro de 2018.
É para isso que lutam os que estão na rua gritando Fora Temer.

Do Facebook Geraldo Melo

quarta-feira, 8 de março de 2017

ASSU BICAMPEÃO


A seleção do Assu, futebol de salão (fultsal) fora bicampeão em 1966, no Palácio dos Esportes, de Natal. Na fotografia podemos conferir José Nazareno Tavares (Barão) como era mais conhecido,erguendo a taça, ladeado a sua esquerda por "Zé Boboca e a sua direita por Ari Gomes (ex vereador de Natal) ou "Ari de Chan" como era mais chamada em Assu. Me lembro de uma modinha que os assuenses cantavam naquele dia de festa, que diz assim: "Assu, bicampeão, do litoral até o sertão...".

Era técnico daquela seleção, Edson Queiroz que foi funcionário do Banco do Brasil, agência de Assu. Os jogadores daquela seleção, se não me falha a memória eram: Rui, Anchieta, Leleto, Mazinho, Dedé Lambioi, Maninho, Mauro e Agapito. Esses dois últimos eram de Fortaleza/CE. Fica esse registro importante para a história do fultebol assuense.

Fernando Caldas

terça-feira, 7 de março de 2017

15 ANOS DE CRIAÇÃO DA REVISTA PREÁ

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AUTOR – Tácito Costa
Jornalista
As coisas pedem para ser escritas. Insistem por caminhos variados. Eu não tenho outro jeito senão obedecer. No sábado (04/03), o poeta Oreny Júnior me enviou um WhatsApp. Queria saber se eu tinha determinados números da revista Preá para completar a coleção dele. Respondi-lhe que não. Fui doando e fiquei sem nenhuma. Ou melhor, tenho duas lançadas recentemente.
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Da esq. para a dir. Anchieta, Érico, eu e Gustavão pelas estradas do RN à procura de boas histórias para contar
No dia 20 de fevereiro, meu aniversário, o jornalista Gustavo Porpino me enviou uma foto em que aparecem eu, ele, Anchieta Xavier e Érico Alves. Eu era o editor da revista, Gustavo o subeditor e repórter, Anchieta o fotógrafo e Érico o motorista. Raríssimo registro da gente em ação.
No emaranhado de pessoas e grupos do Whats eu só vi a foto neste domingo (05/03). Vasculhando o aplicativo, dei com a mensagem de Gustavo. Entrei em contato com ele na hora para agradecer a lembrança e falamos sobre a revista.
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Pedi para ele escrever sobre a aventura que foi trabalhar na Preá, revista de cultura criada pelo então presidente da Fundação José Augusto, François Silvestre, em 2003. Foi mesmo uma aventura e tanto. Com uma equipe reduzida, recursos parcos e uma burocracia sinistra, era uma luta botar a revista na rua, primeiro trimestralmente e depois bimestralmente. Periodicidade cumprida religiosamente. Às vezes, milagrosamente.
Mas conseguíamos graças à determinação de François, que uma vez chegou a pagar do próprio bolso gasolina para abastecer o carro velho da Fundação José Augusto que nos levaria ao interior para reportagem. Cito apenas esse exemplo para mostrar que esse era o espírito da coisa. Fazíamos na marra mesmo e tinha muito amor envolvido no projeto.
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Eu não conhecia François, Gustavo ou Anchieta. Quer dizer, François não me era desconhecido. Uns anos antes eu tinha malhado um poema dele incluído em coletânea organizada por Manoel Onofre, numa coluna sobre livros na Tribuna do Norte.
Então, eu era o nome menos provável, pelo menos para mim, para fazer parte de uma equipe comandada por François. Não tanto pelo episódio do poema, mas por vir da gestão passada (Woden/Garibaldi), num contexto de forte disputa política.
E de fato, o nome para a Assessoria de Imprensa já estava escolhido pelo gabinete da governadora Wilma de Faria, tratava-se de uma colega que já tinha trabalhado com Wilma na prefeitura. No entanto, François conseguiu sustar a nomeação e me indicou. Somente depois tomei conhecimento que acumularia a Assessoria com a editoria da revista.
ariano
Fomos à luta e fizemos uma revista que marcou época. Entrevistas com Fernando Morais, Ariano Suassuna, Nei Leandro, Antônio Francisco, Vingt-um Rosado, Glorinha Oliveira, ensaios fotográficos e capas de Giovanni Sérgio, Marcelus Bob, Henrique José, Anchieta Xavier. Reportagens sobre a cultura nos municípios e sobre figuras como Oswaldo Lamartine, Raimundo Soares de Brito, Roberto Furtado, Osório Almeida.
Foi uma bela aventura. Mas na foto citada acima, deveria aparecer mais gente. Como o próprio François e o diagramador Lúcio Masaaki, as meninas do Gabinete, Aninha, Dulcineide, Socorro, que cuidavam da distribuição, os colaboradores. O que quero ressaltar é que a revista foi resultado de um trabalho coletivo, todos imbuídos das melhores intenções e por isso deu tão certo.
Só tenho ótimas lembranças e saudades daquele tempo. Infelizmente, Érico, o motorista, para quem não tinha tempo ruim, muito ligado a Gustavo, faleceu há alguns anos.

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P.S – Esses 15 anos da REVISTA PREÁ merece muito ser comemorado. Em setembro de 2008 eu fiquei muito feliz com a aceitação por parte do pessoal da redação de um texto que criei sobre uma visita que realizei na Gruta dos Tapuias, na zona rural do município de Santana do Matos. A matéria saiu na edição de Outubro/Novembro do mesmo ano e certamente aquela publicação me deu muita vontade de continuar escrevendo sobre História. Consequentemente aquilo tudo muito me ajudou no desenvolvimento dos meus quatro livros e do nosso blog TOK DE HISTÓRIA. Parabenizo o jornalista Tácito Costa e sua equipe pela luta na criação deste valioso material, que vai servir no futuro para entender estes tempos complicados que estamos vivendo. Valeu mesmo!
Rostand Medeiros
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