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No dia 3 de janeiro de 2019, o famoso modelo de carro Fusca completou 60 anos do início da produção no Brasil. Conheça agora um pouco da história do querido fusquinha.
Reprodução/Car Style Critic
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Alemanha em recessão
Na década de 1930, após a crise de 1929, muitos países viviam a grande recessão. Um deles era a Alemanha, que possuía fábricas especializadas em carros de luxo, mas poucas pessoas com dinheiro para comprá-los. Foi nesse cenário que se começou a projetar a ideia do Fusca, um carro popular, econômico e, principalmente, com um menor custo de produção e de compra
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Superior
Já durante esse período, começaram a surgir alguns modelos próximos ao que viria a ser o Fusca. Um deles era o modelo Superior, da empresa Standard. O Superior era um carro barato, que custava apenas 1.500 marcos e havia sido desenhado por Joseph Ganz
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Tatras
Na Tchecoslováquia, também começaram a surgir alguns modelos parecidos, com formas aerodinâmicas próximas às do Fusca. Este possuía motor traseiro refrigerado a ar e foi projetado pelo austríaco Hanz Ledwinka
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Typ 12
Ainda na década de 1930, Porsche, em parceria com a fabricante de motos Zündapp, começou a projetar o carro popular alemão. Foram três protótipos chamados de Tipo 12 (Typ 12), todos com carroceria aerodinâmica e um motor menor que o normal. Na Segunda Guerra Mundial, porém, os protótipos foram destruídos, e a Zündapp fechou por problemas financeiros. O projeto ainda chegou a ser retomado na época, dessa vez em parceria com a NSU, mas a produção também não foi adiante, e só um dos protótipos desenvolvidos sobreviveu à guerra
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Ajuda de Hitler
Foi Hitler, com a ascensão do nazismo na Alemanha, que decidiu investir no projeto que viria a se tornar o Fusca. A ideia era modernizar o país e gerar empregos. Além disso, ele via com bons olhos a ideia de um carro popular alemão. Hitler recebeu projetos de três engenheiros, entre eles de Ferdinand Porsche, mas dois deles eram judeus. Já Porsche era amigo de um dos assessores do Führer, sendo então escolhido para assumir o projeto. Porém não foi nada fácil para Ferdinand Porsche: o ditador alemão exigiu uma série de características para seu "carro do povo": ser um veículo para dois adultos e três crianças, modelo de família tradicional na Alemanha da época, atingir a velocidade média de 100 km/h, não consumir mais do que 13 km/litro e ter o valor de até mil marcos, entre outras exigências. O nome do carro, Volkswagen, que viria a se tornar o nome da marca, significa "carro do povo"
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Oposição política
Além de todas essas exigências feitas por Hitler, a produção do Fusca enfrentaria também oposição política ao projeto. A associação de fabricantes de carros do país, a RDA, não viu com bons olhos o investimento do governo na produção do carrinho, preocupando-se com a competição desleal que isso significaria para as empresas que quisessem produzir carros populares naquele período
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Problemas técnicos
Não era nada fácil atingir os objetivos do projeto, que incluíam: fazer um carro pequeno, com bom desempenho e que passasse por testes rigorosos da RDA. Foi preciso produzir novas tecnologias, como a do próprio motor, que precisava ser menor e mais leve, mas permitindo ainda uma boa potência para o carro
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Projeto secreto
Foram mais de 40 protótipos de Fusca produzidos pela Volkswagen até que se chegasse ao modelo final. Para manter o monopólio sobre o carro, Hitler mandou desmantelar todos os protótipos desenvolvidos durante os quatro anos até a conclusão da tarefa
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Segunda Guerra
Nos anos da Segunda Guerra Mundial, o projeto do Fusca foi deixado um pouco de lado pela Volkswagen, que passou a concentrar seus esforços nas atividades militares do país. Naquele período, o próprio projeto do Fusca acabou sendo utilizado para veículos de guerra, intenção já prevista antes por Hitler e pelo próprio Porsche. Na guerra, prisioneiros franceses e russos foram escravizados e utilizados como mão de obra para a confecção desses veículos. Por causa desse crime, Porsche foi preso, anos depois, na França
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Sem sucesso no início
Apesar do sucesso que viria a fazer depois, nos primeiros anos de venda, após a Segunda Guerra, o Fusca não gerou muito lucro para a Volkswagen. Durante o ano de 1949, por exemplo, a empresa fechou acordo com concessionárias norte-americanas, mas só dois modelos foram vendidos durante todo o ano nos EUA. Uma das explicações foi que os consumidores não gostaram muito do modelo e do aspecto nada comum que o Fusca tinha para aquele tempo. Houve rejeição, inclusive, ao seu nome em inglês: Beetle (besouro), em referência à sua forma pra lá de diferente e que lembra a forma do inseto
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Sucesso
Passado o susto, o Fusca começou a ser um verdadeiro fenômeno. O preço, a fama de indestrutível e o marketing feito pela Volkswagen fizeram com que o carro fosse campeão de vendas. Somente no ano de 1973 foram produzidos cerca de 1,25 milhão de unidades do carro
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Primeiros no Brasil
No Brasil, o primeiro Fusca chegou em setembro de 1950, no porto de Santos. Foram 30 unidades do carro, que na época era avaliado em 20 mil cruzeiros, mas cada um desses modelos acabou sendo vendido por 60 mil cruzeiros
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Produção brasileira
A primeira produção do queridinho Fusca no Brasil começou em 3 de janeiro de 1959, em uma fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo. No final do mesmo ano, o modelo já havia se tornado o mais vendido em todo o país. Em 1972, foi produzido nacionalmente o Fusca de número 1 milhão. Em 1986, a Volkswagen anunciou o fim da linha Fusca, mas a empresa voltou a produzir o carro em 1993, a pedido do presidente Itamar Franco. Em 1996, o modelo saiu de linha de forma definitiva no Brasil
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New Beetle
Em 1997, a Volkswagen lançou o New Beetle, uma versão repaginada e moderna do saudoso Fusca. O modelo é produzido até hoje
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