quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

LAMPIÃO NO RIO GRANDE DO NORTE – A HISTÓRIA DO ESCONDERIJO DA CAVERNA DA CARRAPATEIRA

 Imagem

Entrda da caverna da Carrapateira, zona rural de Felipe Guerra, Rio Grande do Norte – Foto – Solón Rodrigues Almeida Netto.

Rostand Medeiros – IHGRN

A zona rural do município de Felipe Guerra impressiona tanto os espeleólogos como os habitantes locais. No tocante a quantidade e a qualidade das cavernas. Há tempos que esse município se mostra como uma das mais promissoras áreas no estado do Rio Grande do Norte e com ótimas possibilidades para o desenvolvimento do turismo espeleológico.

Mas além do seu conjunto de belas cavidades naturais, a região de Felipe Guerra mantém, mesmo passados quase 95 anos, as memórias e as lembranças das agruras sofridas com a passagem do bando do cangaceiro Lampião, em seu ataque a cidade de Mossoró.

Lampião em seu aparato de guerra | Crédito: Reprodução – Fonte – http://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/brutal-lampiao.phtml#.WWwJ3ojyvXP

Dessas lembranças ficou o registro do medo e as mudanças que os mais antigos sofreram em suas vidas, com os acontecimentos ocorridos em junho de 1927. Uma época em que o trabuco falava mais alto que a força da justiça. Até hoje a tradição oral é transmitida dos que ouviram dos seus familiares, trazendo para os mais jovens os acontecimentos de um momento triste da história do sertão potiguar e o interessante em Felipe Guerra é que muitos possuem uma ou mais história sobre esses acontecimentos.

E a maioria da sua população sabe da existência destas cavernas através dos acontecimentos da época do cangaço, pois foi em uma destas cavidades que alguns habitantes conseguiram um abrigo prático para os terríveis eventos que ocorriam nas proximidades das suas casas e deixou na lembrança das pessoas do lugar um respeito muito grande por este tipo de ambientes natural.

Foto – Solón Rodrigues Almeida Netto.

Esta é a história daqueles dias incertos e da caverna que ajudou os moradores do lugar.

A Pedra de Abelha

Em 1927 Felipe Guerra era um pequeno arruado conhecido como Pedra de Abelha, fincado às margens do Rio Apodi, onde a vida seguia tranquila, para seus pouco menos de 1.000 habitantes. Eles sobreviviam da cera de carnaúba, da pequena agricultura e da pecuária. Na época dos invernos mais fortes, a pequena vila sofria as enchentes provocadas pelo Rio Apodi, como foi o caso das cheias de 1912, 1917 e a de 1924.

Por esta época Pedra de Abelha era um ponto de passagem de viajantes, tropas de burros, vendedores, vaqueiros e outros andarilhos que seguiam a estrada entre a pulsante e rica cidade de Mossoró e a progressista Apodi.

Foto – Solón Rodrigues Almeida Netto.

Havia uma pequena feira que crescia a cada ano, sempre em ordem e em paz, pronunciando uma tendência de progresso para o pequeno lugar. Outra lembrança de boas perspectivas foi a passagem de alguns homens, de língua enrolada, que se diziam engenheiros, faziam medições e coletavam pedras no lajedo do Rosário, na região da Passagem Funda, um lugarejo a oito quilômetros de Pedra de Abelha. Logo se espalhou a notícia que o lugar seria transformado em uma grande barragem, que haveria muitos empregos, que seria maior que a barragem de Pau dos Ferros e que a vida em Pedra de Abelha iria mudar para melhor. Mas a barragem não veio e a vida seguiu tranquila.

Junto com os primeiros dias de maio de 1927 chegaram notícias de que a região oeste do estado do Rio Grande do Norte iria conhecer e sofrer.

No dia 10, pela madrugada, o cangaceiro paraibano Massilon Leite e mais vinte bandidos atacaram Apodi, depois seguiram para Gavião (atual Umarizal) e na sequência, pilharam a pequena vila de Itaú. Os relatos comentavam que apenas um cangaceiro foi preso próximo à cidade serrana de Martins.

Para a ordeira população de Pedra de Abelha, ficou o pensamento de que, se os cangaceiros haviam atacado Itaú, uma vila praticamente do mesmo tamanho do seu lugar, por que não atacariam o pequeno povoado à beira do Rio Apodi?

Passou então a existir no seio da população uma forte intranquilidade.

Lampião – Fonte – lounge.obviousmag.org

Não que os moradores de Pedra de Abelha não soubessem o que era violência. Já haviam ocorrido casos de criminosos assaltando viajantes, pistoleiros contratados por coronéis para impor suas ordens, a realização de tocaias e o flagelo da vingança. Um dever sagrado entre os sertanejos. Um dever que filhos de qualquer pai assassinado herdaram. E seria vergonhoso, seria desonra inominável em uma família enlutada pelo homicídio, se não aparecesse um vingador um “cabra macho” para cumprir a sina.

Realmente violência não era novidade naquele recanto perdido do sertão, mas um grande grupo de cangaceiros era um problema novo por aqueles lados.

Foto – Solón Rodrigues Almeida Netto.

No Cangaço

Os nomes de cangaceiros antigos como Lucas da Feira e Jesuíno Brilhante, e de facínoras mais novos (para 1927) como Antônio Silvino, Sinhô Pereira e Luís Padre, eram muito comentados pelos habitantes mais idosos e pelos viajantes que procediam da Paraíba, Ceará e Pernambuco. Mas nos últimos tempos o nome mais comentado, temido e respeitado era o do famoso Lampião.

O Pernambucano natural de Vila Bela, atual Serra Talhada, com pouco menos de 30 anos em 1927, já era uma lenda e o seu nome impunha respeito e terror em grande parte do Nordeste.

Nascido em 4 de junho de 1898, Virgulino Ferreira da Silva vinha de uma família humilde, mais proprietária de uma pequena fazenda. Seu pai, José Ferreira, trabalhava como condutor de tropas de burros que transportavam mercadorias pelos sertões de Pernambuco e Alagoas. Nessas viagens, Virgulino e seus irmãos passaram a conhecer aqueles caminhos e mantiveram contatos que seriam preciosos no futuro.

Lampião

Em 1915, inicia-se um problema com o vizinho José Saturnino, envolvendo o desaparecimento de animais de criação. Estas desavenças dariam início à metamorfose de Virgulino em Lampião.

Devido a perseguições, em um prazo de três anos, a família Ferreira vê-se na contingência de realizar várias mudanças, sendo obrigados a vender as suas terras e a viver como empregados pelas pressões sofridas. Devido aos fatos, a mãe de Virgulino acabou falecendo, aparentemente de um ataque cardíaco. Já seu pai foi assassinado por uma tropa da polícia alagoana que perseguia os irmãos Ferreira.

É impossível não observar que uma das razões da entrada dos irmãos Ferreira no cangaço, foi à falta de justiça pelas contínuas perseguições sofridas, criando uma reação armada que abalou o Nordeste do Brasil ao longo de vinte anos.

Lampião

No início, a atuação de Lampião foi em outros bandos, finalmente assumiu o comando de seus “cabras” em 1922, nesse mesmo ano assaltaram o casarão da Baronesa de Água Branca, em Alagoas, fazendo aumentar a sua terrível fama. Em 1924, seus cangaceiros, em conjunto com o paraibano Francisco Pereira Dantas, o conhecido Chico Pereira, atacam a progressista cidade de Sousa, no oeste da Paraíba. Em 25 de maio de 1925 Lampião e seu bando

Lampião era um guerrilheiro nato, produto de um meio quase selvagem e atrasado. Possuía a capacidade de articular ataques, fugas mirabolantes, alianças escusas e uma perícia na manivela e no gatilho do rifle que parecia “alumiar” à noite, daí o seu famoso apelido.

Foto dos líderes do grupo insurgente conhecido como Coluna Prestes. Esse grupo foi liderado pelo coronel da Polícia do Estado de São Paulo Miguel Costa e pelo capitão do Exército brasileiro Luís Carlos Prestes, que lutou contra a estrutura de governo que existia no Brasil na segunda metade da década de 1920 – Fonte – http://rotadosolce.blogspot.com.br

Em 1926 uma coluna de homens que percorriam o país com a intenção de derrubar o governo do presidente Arthur Bernardes, comandados por Miguel Costa e Luís Carlos Prestes, se aproximou e entrou em território cearense, Para fazer frente a essa situação foi criada uma frente de defesa contra os chamados Revoltosos na cidade de Juazeiro do Norte, onde o principal líder político e religioso do lugar, o Padre Cícero, mandou convocar o chefe cangaceiro que aterrorizava o sertão nordestino para combater aquele grupo, que entraria para a História do Brasil conhecido como Coluna Prestes.

No dia 5 de março, Lampião, à frente de 50 cangaceiros, entra em Juazeiro. Ele se encontra com o Padre Cícero, recebe uniformes, armamentos modernos e a sua propalada patente de capitão dos Batalhões Patrióticos. Ao sair de Juazeiro e seguir para Pernambuco, Lampião é perseguido pela polícia local. Desapontado, aparentemente decide voltar para Juazeiro para falar com o Padre Cícero, mas este não o recebe e Lampião encerra a sua breve carreira de defensor público.

Foto – Solón Rodrigues Almeida Netto.

Passagem dos Cangaceiros

Voltando à pacata Pedra de Abelha na metade de 1927.

Os habitantes do singelo lugar ficaram bem apavorados quando chega a notícia que em 10 de junho, incentivado por Massilon Leite, Lampião cruzou a fronteira da Paraíba e entrou no estado Potiguar com cerca de 60 cangaceiros (número que gera muita polêmica até hoje) montados em cavalos e burros, todos seguindo em direção a Mossoró.

Avançando para o norte, promoveram um verdadeiro bacanal de destruição, rapinagem e terror. Roubaram, tocaram fogo em diversas fazendas, assassinaram os que reagiam, entraram em confronto com a polícia e fizeram alguns prisioneiros, do qual só libertaram mediante resgate. Lampião e seus cangaceiros realizam os primeiros sequestros conhecidos no Rio Grande do Norte. A passagem de Lampião e seu bando durou apenas cinco dias, mas a região oeste potiguar nunca esqueceu este episódio.

Na zona rural do município de Umarizal visitamos uma das mais belas e bem preservadas propriedades rurais existentes no trajeto da passagem do bando de Lampião no Rio Grande do Norte, a Fazenda Campos, que foi invadida na manhã de 12 de junho de 1927 – Foto – Rostand Medeiros.

O bando passou ao lado da povoação de Gavião (atual Umarizal) e continuou depredando as propriedades como Campos, Arção, Xique-Xique e Apanha Peixe e nesta última propriedade, para a sorte da população de Pedra de Abelha, o bando foi dividido.

Às sete da noite de 12 de junho de 1927 seguiu o cangaceiro Massilon Leite para assaltar pela segunda vez a cidade de Apodi, enquanto Lampião seguia para Mossoró. Em Apodi houve resistência da população, obrigando Massilon a fugir. Devido a esta divisão, Lampião seguiu adiante por outra estrada, passando paralelo ao povoado de Pedra de Abelha. Realmente foi por pouco que a pequena comunidade não foi invadida. 

Mas se não foi invadida, esse caminho fez o bando cruzar com o comerciante e fazendeiro Antônio Gurgel do Amaral, proprietário de uma moderna fazenda em Pedra de Abelha, às margens do Rio Apodi, no atual Distrito do Brejo. Nesta propriedade foram empregadas muitas pessoas.

Antônio Gurgel do Amaral – Fonte – http://www.blogdogemaia.com/detalhes.php?not=1032

Até recentemente o local possuía uma estrutura muito moderna para a época, inclusive com eletricidade e mecanização. Antônio Gurgel havia acabado de chegar de uma viagem da Europa, onde buscava trazer matrizes de novas raças bovinas para desenvolverem-se na sua região.

Assim que soube do avanço dos cangaceiros, seguiu de Mossoró para a sua fazenda e proteger seus familiares e seus bens. No meio do caminho, na localidade chamada Santana, foi preso por membros do bando. Era o dia 12 de junho e somente no dia 25, Gurgel seria libertado no Ceará, juntamente com outra refém. Por ser Gurgel um homem inteligente, de boa conversa, índole calma e que sempre procurou a tranquilidade junto aos bandidos, ele nada sofreu.

Durante sua convivência forçada, escreveu um diário que é tido como o mais completo documento sobre a vida e o dia a dia entre estes cangaceiros. Lampião lhe deu duas moedas de ouro para serem presenteadas a sua neta e, como pagamento de uma promessa feita pela sua liberdade, sua mulher construiu uma capela na Fazenda Santana, que infelizmente foi demolida, bem como a sede de sua fazenda em Felipe Guerra.

Foto – Solón Rodrigues Almeida Netto.

A Caverna da Carrapateira 

Antes até da prisão do coronel Gurgel, com a chegada das notícias cada vez mais assustadoras, a população de Pedra de Abelha tratou de procurar refúgio onde houvesse condições. Muitos seguiram para a fronteira do Ceará, outros foram para propriedades de parentes mais distantes e outros que conheciam melhor a região, buscaram o abrigo das cavernas.

É bem verdade que a população do sertão possui um medo respeitoso em relação às cavernas, mais naquele momento, este medo foi deixado de lado e a escuridão da caverna passou a ser um abrigo mais acolhedor do que a incerteza da luz do dia e a presença de cangaceiros na região.

A caverna da Carrapateira fica localizada no Lajedo do Rosário, próximo ao atual distrito de Passagem Funda e a pouco mais de mil metros da margem esquerda do Rio Apodi. Entre as várias cavernas deste lajedo, essa é a que apresenta a maior facilidade de penetração.

Foto – Solón Rodrigues Almeida Netto.

Sua entrada tem formato oval, com quatro metros de altura e possui desenvolvimento horizontal, no seu início encontram-se alguns blocos caídos e deslocados, também presentes localmente no interior da caverna.

Chama a atenção a forma como a natureza moldou o túnel principal, sendo muito largo e alto para os padrões das cavernas nas proximidades. Sua sinuosidade apresenta contornos de fluxo d’água, marcados nas paredes bastante lisas, lavradas, de rocha calcária limpa e de cor amarelada, com níveis de sedimentação à mostra. Os espeleotemas, as famosas formações rochosas que ocorrem tipicamente no interior de cavernas como resultado da sedimentação e cristalização de minerais dissolvidos na água, criando muitas vezes materiais de rara beleza, são encontrados nessa cavidade. São escorrimentos de calcita, cortinas, algumas estalactites e estalagmites. Na parte posterior do corredor principal, aparecem outros tipos de espeleotema muito comum nas cavidades da região: o couve-flor.

Conforme adentramos a caverna da Carrapateira, o chão vai apresentando uma menor continuidade, mostrando reentrâncias, blocos rolados, até desembocar em uma bifurcação, de onde a caverna segue para salões mais apertados, seguindo por condutos menores. Neste setor, tem-se uma clarabóia de poucos metros de altura, aproximadamente três metros. Por ela pode-se sair do interior com facilidade.

Foto – Solón Rodrigues Almeida Netto.

Pelas dimensões do seu interior, pela proximidade com o rio e como na região encontram-se diversas provas da passagem de grupos de caçadores e de coletores, entre 5.000 e 2.000 anos atrás, essa caverna é a que melhor poderia sugerir a possibilidade de algum indício arqueológico. Contudo, não foram vistos pinturas ou evidências nesse sentido. Sua litologia é o calcário e até anos recentes não apresenta nenhuma depredação.

Durante nossas visitas à caverna da Carrapateira não foram encontrados vestígios da ocupação dos habitantes de Pedra de Abelha na caverna.

Quando das nossas visitas à região, ouvimos repetidas vezes relatos de pessoas cujos avós e outros familiares buscaram abrigo nesse local. Entretanto o tempo, o Senhor de tudo e de todos, chegou à nossa frente, pois aqueles que buscaram esse local como abrigo já não estavam mais nesse plano. Mas percebi que o número de pessoas que buscaram esse abrigo foi pequeno. Além disso, foi possível observar que, diferentemente de outras pessoas que guardam na memória relatos daqueles que tiveram experiências com cangaceiros na região, os poucos parentes daqueles que buscaram abrigo na caverna da Carrapateira, pouco tem a comentar. 

Foto – Solón Rodrigues Almeida Netto.

Como, para a sorte dos refugiados escondidos na caverna da Carrapateira, não houve nenhum tipo de contato com os cangaceiros e quase certamente os que buscaram esse abrigo em 1927 foram poucos, ao longo do tempo esse tema caiu no esquecimento. Pois no final das contas, sobreviver naquela região é parte da rotina diária.

Fim Do Ato

Lampião seguiu seu caminho.

Na Segunda-feira, 13 de junho de 1927, dia de São Francisco, às 16:30 da tarde, com o céu nublado, os cangaceiros, divididos em três colunas, atacaram a maior cidade do interior do Rio Grande do Norte. O seu Prefeito, Rodolfo Fernandes, sem ajuda do governo do estado, conseguiu reunir desde advogados, dentistas, comerciantes, padres e pessoas comuns, entrincheirando-os em vários locais.

Os cangaceiros foram derrotados depois de uma hora de combate, não mataram ninguém e perderam um cangaceiro na hora e outro, o temível Jararaca, foi ferido e capturado no outro dia. Acabou assassinado pela polícia local no dia 20 de junho e o mais incrível é que seu túmulo se tornou um local de peregrinação religiosa popular.

Lampião sofreu a sua mais terrível derrota, comentou que “Cidade com mais de quatro torres de igreja não é para cangaceiro”. Sem conhecer o seu tamanho e a sua capacidade de defesa, acabou enganado pela promessa de Massilon de pouca resistência e muito dinheiro.

O seu ataque a Mossoró causou repercussão em todo país, sendo noticiado em muitos jornais. Foi um verdadeiro choque, que impulsionou ainda mais a sua fama. Foi a partir deste episódio que o seu nome ficou muito conhecido no sul do país.

Após fugir do Rio Grande do Norte, para onde nunca mais voltou, o bando seguiu para o Ceará, onde pensavam que estariam protegidos e foram implacavelmente perseguidos. O mesmo ocorreu na Paraíba e em Pernambuco. Em 1928 cruzou o Rio São Francisco e conseguiu uma sobrevida de mais dez anos, praticando atrocidades na Bahia, Alagoas e Sergipe, onde foi morto, com a sua companheira Maria Bonita, na Grota do Angico.

Para a população de Pedra de Abelha, sempre que as notícias sobre Lampião surgiam, voltava as lembranças dos medos e aflições de junho de 1927. Com a sua morte (1938) e o desbaratamento do cangaço (1940), passa a existir um alívio. Com o passar dos anos, ocorre o natural desaparecimento das vítimas sobreviventes dos atos cruéis dos cangaceiros e muitos dos descendentes destas vítimas deixam a região, emigrando para grandes centros. Falar sobre os fatos da época do cangaço deixou de ser um tabu.

A partir dos anos 1960, o mito deste cangaceiro o torna um dos personagens históricos mais famosos da cultura popular brasileira, onde em muitos lugares do país a figura de Lampião é encarada como símbolo de nacionalidade e o Cangaço como um expoente da luta da cultura e do povo nordestino.

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Bibliografia:

FERNANDES, Raul, A MARCHA DE LAMPIÃO, ASSALTO A MOSSORÓ. 3 ed. Natal, Editora Universitária, 1985.

NONATO, Raimundo, LAMPIÃO EM MOSSORÓ. 5 ed. Mossoró, Coleção Mossoroense, Fundação Vingt-Un-Rosado, 1998.

QUEIROZ, Maria Isaura Pereira, HISTÓRIA DO CANGAÇO, 4 ed. São Paulo, Global Editora, 1991.

CHANDLER, Billy Jaynes, LAMPIÃO, O REI DOS CANGACEIROS, Rio de Janeiro, Editora Paz e Terra, 1980.

FACÓ Rui, CANGACEIROS E FANÁTICOS, GÊNESE E LUTAS, 7 Ed. Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 1983.

PERNAMBUCANO DE MELLO, Frederico, QUEM FOI LAMPIÃO, Recife, Editora Stahli, 1993.

DELLA CAVA, Ralph, MILAGRE EM JUAZEIRO, Rio de Janeiro, Editora Paz e Terra, 1976.

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

APENAS UMA DICA
 
 
Dizem que se conselho fosse bom, não se dava, seria vendido, fulcrado neste pensamento de vida, depois que ultrapassei meus 70 anos de idade, ouso apenas oferecer aos que interessarem aprender, algumas preciosas dicas para continuar vivendo, sem maiores preocupações com o passar do tempo.
O tempo de vitalidade e vigor físico que dá sustentabilidade ao corpo para nossas façanhas e desafios já passou. 
Nenhum de nós faz mais o que fez com facilidades, até porque pra tudo tem seu tempo.
Todavia, devemos aproveitar nossos dias de vida, sustentado na experiência adquirida, para fazer bem melhor tudo que fizemos, quando esnobávamos energia e vitalidade.
Faça tudo que quiser de acordo com o seu livre pensar, não se deixe acomodar pela vontade dos outros que fica lhe limitando e impondo restrições: use seu querer, pois querer é poder.
Hoje temos instrumentos de ação disponíveis para auxiliar nossa vontade, a internet nos condiciona a chegar em lugares, nunca antes imaginado.
APENAS UMA DICA
APENAS UMA DICA
Viva o que você quiser viver, faça sua vontade sem medo de riscos ou da cara feia de quem não gostar do que você está fazendo. 
A morte é uma reta que dará ponto final ao nosso destino. 
Antes que ela chegue, faça tudo que quer, porque o que você pode terá sempre dificuldades.
Fale tudo que pense, sem medo da censura ou das penalidades que possam lhe inibir.
A velhice já é um castigo natural e quem se entregar ao seu predomínio, perde o resto da liberdade de viver.
Aproveite seu tempo lembrando do passado bom que viveu. Esqueça os maus momentos.
Pois águas passadas não removem moinhos e quem não é visto, não é lembrado. 
Se você for dá trela ao azar, o infortúnio pode bater a sua porta, mande a tristeza embora e sonhe com objetivos que ainda não realizou.
Daqui pra frente em gemidos e dores que a idade nos conduz, viva sempre sorrindo - chorar não vale a pena e lágrimas derramadas, não vertem felicidade á ninguém!
Faça como Zeca Pagodinho: deixe a vida lhe levar!
 
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domingo, 16 de janeiro de 2022

Alfonsina e o Mar
 
Pela branda areia que lambe o mar
Sua pequena pegada não volta mais
Um caminho solitário de dor e silêncio chegou
Até a água profunda
Um caminho solitário de dores mudas chegou
Até a espuma
Só Deus sabe a angústia que te acompanhou
Que dores velhas calaram tua voz
Para que você se recostasse embalada
No canto das conchas marinhas
A música que canta no fundo escuro do mar
A concha
Você se vai, Alfonsina, com sua solidão
Quais poemas novos você foi buscar?
Uma voz antiga de vento e sal
Destrói sua alma e a carrega consigo
E você vai para lá, como nos sonhos
Adormecida, Alfonsina, vestida de mar
Cinco sereias te levarão
Por caminhos de algas e coral
E fosforescentes cavalos-marinhos irão
Te rodear
E os habitantes da água brincarão
Logo ao seu lado
Apaga a luz um pouco mais
Ama, me deixa dormir em paz
E se ele ligar, não lhe diga que eu estou
Diz para ele que Alfonsina não volta mais
E se ele ligar, não lhe diga nunca que eu estou
Diz que fui embora
Você se vai, Alfonsina, com sua solidão
Quais poemas novos você foi buscar?
Uma voz antiga de vento e sal
Destrói sua alma e a carrega consigo
E você vai para lá, como nos sonhos
Adormecida, Alfonsina, vestida de mar

sábado, 15 de janeiro de 2022

E quem é maior do que Deus
Ninguém
Ninguém é maior do que Deus
Deus é infinitamente maior
 
(Fernando Caldas)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

LEI DE EZEQUIEL É SANCIONADA E MOINHO DE VENTO DE MACAU VIRA PATRIMÔNIO HISTÓRICO DO RN

 


Agora é Lei. O Moinho de Vento de Macau é Patrimônio Imaterial, Histórico, Cultural, Paisagístico e Turístico do Rio Grande do Norte. O Diário Oficial do Estado desta quinta-feira (13) trouxe a sanção da governadora Fátima Bezerra (PT) ao projeto aprovado por unanimidade pela Assembleia Legislativa e de autoria do presidente da Casa, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB).

“O Moinho de Vento é uma tradição de Macau, uma estrutura que embeleza a entrada da cidade e encanta a todos que a visitam. Faz parte da história do município. Este projeto faz justiça com a região, fortalece o turismo e preserva ainda mais a cultura do nosso Estado”, disse o deputado Ezequiel Ferreira.

Na justificativa do projeto, Ezequiel explicou um pouco da história que cerca o Moinho de Vento. “Após a mecanização das salinas no final dos anos sessenta os moinhos perderam sua utilidade e foram substituídos pelas bombas elétricas. Sob a ação do sol, do vento e da maresia foram se desmanchando ao longo do tempo. Restou o do aterro que chegou a ser totalmente reconstruído pela salineira Álcalis e vem recebendo manutenções periódicas do governo municipal, e se transformou no símbolo mais significativo, o cartão postal de Macau”, relata o deputado. 



Postado por Aluizio Lacerda às 04:35 

 


quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

 Celebra Poesia

... Enxada velha esquecida
Na cabeça de uma estaca
Hoje já no fim da vida
A ferrugem lhe ataca.
Mitigasse a fome alheia
Deixastes barriga cheia
Pra ti eu tiro o chapéu
Chegando ao fim da labuta
Pelo passado de luta
Até parece um troféu

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

 Pode ser uma imagem de 9 pessoas, pessoas em pé, ao ar livre e texto que diz "AGRICULTURA! POPULAÇÃO TERÁ EM 2022 MAIS CORTE DE TERRAE DISTRIBUIÇÃO DE MUDAS! PREFEITURA MUNICIPAL CARNAUBAIS AMOR RENASCIMENTO UMA PISTORIA T SECRETARIA SE MUNICIPAL RURAL ΕΜΕΙΟ AMBIENT"

 Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "Quando encontrar quem lhe faça companhia pelo simples fato de gostar de ti, preserve-o."

Pode ser uma imagem de texto que diz "@jhoneRemidf Nunca perca seu tempo tentando explicar algo a quem não quer entender. As pessoas tomam como verdade apenas aquilo que lhe convém."

Terezinha de Jesus: 70 anos de vida e arte

Prefeitura de Assú também cancela realização de Carnaval 2022

Nesta segunda-feira (10), o prefeito Gustavo Soares e técnicos da Secretaria Municipal de Saúde realizaram uma coletiva de imprensa para apresentar à comunidade assuense as medidas de ações em saúde tomadas pela Prefeitura Municipal referentes ao Carnaval 2022.

Diante dos fortes e crescentes casos das síndromes gripais e dos novos casos de covid-19, a gestão do executivo municipal, buscando sempre a segurança do povo assuense e não colocar em risco a saúde de toda população, resolveu por cancelar os festejos do Carnaval 2022 do Assú.

Desde o começo da pandemia do coronavírus, a Secretaria de Saúde tem trabalhado fortemente no combate de prevenção à doença e no avanço do número de pessoas vacinadas na cidade. No entanto, o aparecimento de novas cepas da doença, além da detecção crescente de síndromes gripais, como a H3N2, pede que a gestão não arrisque, tendo em vista a possibilidade de contaminações em massa.

 http://blog.tribunadonorte.com.br/

 


Prefeito Álvaro Dias confirma ao blog cancelamento do Carnaval de Natal

O prefeito de Natal, Álvaro Dias, acaba de confirmar ao blog o cancelamento do Carnaval de Natal.

Seguiu orientação do Comitê Científico do Município de Natal.

Nesta quarta-feira (12), ocorreu um aumento de casos confirmados da Covid-19 e de gripe.

  http://blog.tribunadonorte.com.br

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

ROTA INTER TV | Assú (08-01-2022)

Designer transforma simples VW Fusca 1961 em brutal “fuscão preto” de luxo Roadster

 
O Volkswagen Fusca foi o primeiro carro fabricado pela montadora alemã Volkswagen, sendo produzido entre 1938 e 2003. Foi o carro mais vendido no mundo, ultrapassando em 1972 o recorde que pertencia até então ao Ford Modelo T, de origem estadunidense.

O fusca foi também um dos carros mais queridos de todos os tempos. Então, não é realmente uma surpresa que ele seja um dos carros mais modificados por entusiastas. Por ele ter sido um carro global, a transformação do Fusca tem se tornado cada vez mais comum nos quatro cantos do mundo.

Desta vez, o designer Danni Koldal transformou seu VW Fusca Deluxe de 1961 em um roadster preto elegante e fosco. De relance, o carro de Koldal facilmente lembrará qualquer um dos carros dos icônicos filmes de Batman e James Bond.

Para começar, o Fusca possui pintura luxuosa em preto fosco — um contraste gritante com os usuais Type 1s em tons pastéis. Mas o que é ainda mais impressionante é a aparente modificação e eliminação de algumas das peças de originais do carro.

Para dar ao clássico carro compacto um toque moderno, ele removeu o teto e aparou o para-brisa, também substituiu os espelhos laterais antigos por os tipos de bala. Além disso, ele se livrou dos para-choques cromados originais e colocou rodas whitewall que complementam perfeitamente as guarnições prateadas na porta e capô.

Confira todos os detalhes da incrível transformação:

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Foto reprodução / Danni Koldal
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Foto reprodução / Danni Koldal
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Foto reprodução / Danni Koldal
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Foto reprodução / Danni Koldal
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Foto reprodução / Danni Koldal
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Foto reprodução / Danni Koldal
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Foto reprodução / Danni Koldal
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Foto reprodução / Danni Koldal
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Foto reprodução / Danni Koldal
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Foto reprodução / Danni Koldal
 
https://mundofixa.com

 Pode ser uma imagem de 2 pessoas e texto que diz "Seja suave. Não deixe o mundo te endurecer. endu Não deixe a dor te fazer odiar. Não deixe a amargura roubar a sua doçura."

 Pode ser uma imagem de ao ar livre e texto que diz "广 "Aproveite cada minuto de sua vida. Porque.... A vida é como a neblina. Quando nos damos conta, ja passou." CIFRAS Sertanejas"

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Festa tradicional do verão potiguar, Hemotion White é cancelada

 

Publicado: 08:10:00 - 07/01/2022 

Festa tradicional do verão potiguar, a Hemotion White não terá edição em 2022. Com 15 anos de tradição, o cancelameto do evento foi anunciado pela organização. "Optamos por realizar apenas em 2023 para que possamos ter um futuro saudável e seguro", diz a publicação da Hemotion Entretenimento.
Divulgação
O evento estava marcado para 4 de fevereiro, já com um adiamento estabelecido pela organização. A Hemotion Entretenimento garantiu que quem comprou ingresso para o evento terá o reembolso integral.

"Não realizar a Hemotion White 2022 nunca esteve em nossos planos, mas o momento é de grande importância. Optamos por realizar apenas em 2023 para que possamos ter um futuro saudável e seguro, para que todos possam curtir tudo muito intensamente e com liberdade, do jeito que a gente ama e sabe fazer", disse a orgazidora do evento.

"Pedimos desculpas e contamos com a compreensão e parceria de vocês, como sempre foi", complementa a publicação.
 
Fonte:  http://www.tribunadonorte.com.br/

 Pode ser uma imagem de céu e texto que diz "Quando tudo tiver parecendo ir contra você, lembre-se que o avião decola contra o vento, e não a favor dele. Henry Ford .... ......... Nflc"

 
Mais um ano sem o Galo
 
Pode ser uma imagem de 1 pessoa e ao ar livre

"Eu acredito no poder da oração, na força do bem e do amor, nas coisas boas que um pensamento positivo pode trazer, nas reviravoltas que um sorriso pode dar, na simplicidade de levar a vida. Eu acredito no aconchego da reciprocidade, na importância de se relevar certas coisas e manter a paz de espírito e a mente tranquila. Acredito que se o coração estiver leve, tudo coopera para a felicidade. Só cabe a nós, remover o que não soma, deixar ir o que não traz alegria, transformar os anseios em foco, os medos em fé, e permitir que Deus nos surpreenda sempre."
- Sabrina Braga 
 
 Pode ser uma imagem de oceano, árvore, natureza e céu

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...