quarta-feira, 13 de setembro de 2023
segunda-feira, 11 de setembro de 2023
JOSÉ LÚCIO DE MEDEIROS
sábado, 9 de setembro de 2023
Por Fenando Pessoa
Compartilhado com Seus Por Fernando PessoaPoMeus versos são meu sonho dadoQuero viver, não sei viver,Por isso, anónimo e encantado,Canto para me pertencer.O que salvamos, o perdemos.Poesias Inéditas (1919-1930)
quinta-feira, 7 de setembro de 2023
.NOTA
À tardinha de ontem, setembro 6, de frente ao mar de Areia Preta/Natal, visitando um primo querido chamado Domingos Sávio de Medeiros Marinho que reside há mais de quarenta anos no Rio de Janeiro, para onde regressou e passou a morar e conviver com seu tio João Moacir de Medeiros, um potiguar nascido no Assu, que se fez publicitário e se tornou famoso na publicidade brasileira. (Esse Moacir era publicitário da JMM Publicidade, idealizador da famosa propaganda do Guarda Chuva (Banco Nacional de Mins Gerais, de Magalhães Pinto, que abria, acho que até os anos setenta, o Jornal Nacional da TV Globo,. Por por sinal, a sigla JN - Jornal Nacional, fora de sua ideia. Moacir foi pioneiro do Marketing Político no Brasil fazendo em 1954, a campanha de Celso Azevedo para prefeito de Belo Horizonte, com sucesso. Muito tem a se contar e dizer sobre a sua trajectória vitoriosa. Era ele, Moacir, meu primo próximo pela lado da família Lins Caldas com raíses no Assu e Ipanguaçu, então Sacramento, onde seu pai foi o benfeitor da cidade). Pois bem, naquela oportunidade recebi de Domingos que chegou à Natal, sua terra natal, anteontem para rever familiares e amigos, um caderno manuscritos do poeta assuense João Lins Caldas, também primo de Moacir. Anos antes já teria eu recebido outros cadernos com centenas de poemas e pensamentos filosóficos inéditos que organizo para publicação. Deste caderno que recebi hoje de Domingos, que estava em poder de Moacir, transcrevo um dos sonetos, aliás um dos belos sonetos dos milhares de que Caldas, este vate potiguar do Assu, que engrandece as letras Norte-riograndenses e brasileiras, escreveu entre o Rio Grande do Norte e sudeste do Brasil. Senão Vejamos para o nosso deleite:
segunda-feira, 4 de setembro de 2023
De: Assu Antigo
Capa do livro Fulô do Mato, segunda edição, Tribuna da Imprensa, do Recife (1953). Enviado por Salomão Rovedo.
terça-feira, 29 de agosto de 2023
domingo, 27 de agosto de 2023
quarta-feira, 23 de agosto de 2023
Capítulo 1
J. A. Simonetti
Sentado no terreiro com os pés dentro de uma poça d'água, Antônio recorda a seca, enquanto seu coração lamenta a chuva.
*
“Seu moço, inda me alembro,
me alembro cuma ninguém
o tempo véio num léva
aquilo qui se quiz bem,
nem hai dinheiro qui págue
um amô qui a gente tem.
Faz muito tempo, seu môço,
nós morava no sertão
e a sêca véia danasca
veio qui nem um ladrão,
furtando os verde das fôia,
rôbando ás águas do chão.”
*
Depois das rezas e benditos e finda a esperança a solução era partir para sobreviver na cidade grande.
Antônio e Francisco parados junto a porta da casa maltratada pelo tempo observam as nuvens claras no horizonte.
Na paisagem seca um grupo de retirantes caminha fugindo do sol, que do céu castiga a terra dura e árida pela falta de chuva.
Como que hipnotizados pelo calor escaldante os irmãos Francisco e Antônio tentam resistir as claras nuvens que no céu vão sumindo para dar lugar a pálida imensidão azul.
Os irmãos caminham pelo terreiro com passos incertos.
Francisco, sentado embaixo do pé de juá, observa o dia querendo ir embora.
- Mais um dia que se vai. - Comenta com seu irmão Antônio.
Antônio olha para a imensidão seca.
- E nós aqui, né Francisco? Vamo imbora, meu irmão. Vamo s'imbora.
Amanhã - Capítulo 2
INXURRADA MARDITA
Baseada na obra de Renato Caldas
@todos
@ja_simonetti
segunda-feira, 14 de agosto de 2023
Justiça do Trabalho vai realizar audiências na edição do Justiça na Praça em Assú
O vice-presidente, desembargador Eduardo Rocha, e a Vara do Trabalho de Assú vão representar o Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT-RN) no projeto Justiça na Praça, que será realizado na cidade no dia 17/08. O projeto é realizado pelo Tribunal de Justiça do RN com diversas instituições parceiras e leva serviços judiciais, de saúde e informativos para a população.
A ação vai acontecer na Praça São João Batista, na Av. Presidente Getúlio Vargas, 89, Centro, em Assú, a partir das 8h, e vai contar com a emissão de RG, de 2ª via de certidão de nascimento, com serviços eleitorais e ligados à Marinha do Brasil, além de jogos e recreação, aplicação de flúor, atendimento odontológico, psicológico e de clínica geral.
O vice-presidente do TRT-RN, desembargador Eduardo Rocha, também estará presente no Justiça na Praça e terá reuniões com advogados e com o chefe do Executivo Municipal, Gustavo Soares.
“É com imensa satisfação que estaremos na cidade de Assú, cumprindo uma das promessas da atual administração, que é encabeçada pelo desembargador Eridson Medeiros, nosso presidente, de que a Justiça do Trabalho iria, literalmente, à Praça Pública na busca pelas conciliações”, disse o vice-presidente.
Para o desembargador Eduardo Rocha, é importante que a Vara do Trabalho de Assú participe do projeto “tentando solucionar de forma mais rápida os conflitos e encerrando o processo, independente da fase que ele esteja, lembrando ainda que a solução é construída por quem está diretamente envolvido que são as partes”, avaliou.
No dia do evento, a partir das 9h, na Câmara Municipal, a equipe da Vara do Trabalho de Assú e do Cejusc Natal vão iniciar uma pauta com processos de conciliação nas fases de conhecimento e execução.
“Estamos bem engajados e, com o apoio do Cejusc Natal, realizaremos um mutirão de cerca de 50 audiências de conciliação, tentando resolver pela composição amigável diversos processos em curso na Vara do Trabalho de Assú”, informou a juíza titular, Maria Rita Manzarra.
Além das audiências, a unidade judiciária vai disponibilizar serviços de reclamação a termo quando “as partes poderão ajuizar reclamações trabalhistas, ainda que não assistidas por advogado”, explicou a magistrada.
O projeto será encerrado com a realização de um casamento coletivo, na Praça São João Batista, a partir das 17h. Além do TRT-RN, participam do Justiça na Praça em Assú as instituições Câmara Municipal de Assú, Senai, Senac, Corregedoria, Ser Mulher, TRE, Assembleia Legislativa, Cejusc Vara de Assu, 2 ofício de Notas, Marinha, PM, Itep, Codaci, entre outras.
sábado, 12 de agosto de 2023
Por Diogenes da Cunha Lima
[ Escritor, advogado e presidente da ANL ]
Nenhuma região do país é tão pródiga na inventividade como o Nordeste. A arte do repente identifica a nossa região. É o exercício da poética popular, do sertão ao litoral, com versos de fazer inveja a poetas eruditos.
O repente nordestino é duelo verbal de cantadores com o acompanhamento de viola, rabeca ou pandeiro (embolada). Em todas as suas formas, participa do rico Patrimônio Imaterial do Brasil. É o diálogo do improviso e da liberdade vocabular.
Muito se discute sobre a sua origem. Como sempre, Câmara Cascudo vai mais longe. Para ele é o desafio oriundo do canto amebeu, grego, do tempo de Homero. É canto alternado, obrigando resposta às perguntas do companheiro.
Muitos poetas cantadores tornaram-se célebres. Pinto do Monteiro (sempre considerado o mestre da cantoria), um dia, recebeu Lourival Batista, crescente em versos quentes. Glosaram os dias da semana com o humor produzido por trocadilho. Pinto: “No lugar que Pinto canta/não vejo quem o confunda. / Que o rio da poesia/o meu pensamento inunda. /Terça, quarta, quinta e sexta, /sábado, domingo e segunda”. Lourival respondeu: ”Sábado, domingo e segunda, /quarta e quinta. / Na sexta não me faltando/a tela, pincel e tinta/pinto pintando o que eu pinto. /Eu pinto o que o Pinto pinta”.
Ninguém sabe dizer melhor das coisas da região do que o poeta mossoroense Antônio Francisco. É sempre expressiva a sua linguagem para fazer pensar. Brevíssimo exemplo: Falando sobre a fome, ele começa: “Engoli três vezes nada...”.
Fabião das Queimadas, escravo que tangia bem o verso e a rabeca, foi provocado para falar sobre a paga dos seus vinténs arrecadados. Que seria um poeta? Ele explicou: “Canta longe um passarinho/do outro lado do rio, /uns cantam porque têm fome, /outros cantam por ter frio. /Uns cantam de papo cheio, /outros de papo vazio”.
Não era cantador, mas poeta popular, popularíssimo. Aliás, Renato Caldas foi um lírico, improvisador, bem-humorado. Pediram-lhe que fizesse saudação ao escritor e pintor Newton Navarro. Versejou: “Adão foi feito de barro/mas você Newton Navarro foi feito de inspiração. / Dos passarinhos, das cores/da noite feita de amores/do luar do meu sertão”. Certa vez, o poeta tomou café em uma residência na cidade de Angicos e ao guardar suas coisas, distraidamente, incluiu uma colherinha. Já na sua cidade, em Assu, verificou o equívoco e voltou. Desculpou-se dizendo: “Eis aqui, dona Chiquinha, /devolvo sua colher. / De coisa que não é minha/eu só aceito mulher”.
Na função de conselheiro do Iphan, esforçar-me-ei para que o Repente Nordestino seja reconhecido como Patrimônio Imaterial Brasileiro.
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