quarta-feira, 26 de agosto de 2009

DO VIOLEIRO CHICO TRAIRA

Certo dia, Chico Traira fazendo parte das comemorações que a UFRN organizou para homenagear o folclorista "escritor potiguar mais conhecido no mundo" Luiz da Câmara Cascudo (Cascudinho) como era chamado pelos seus mais íntimos, se saiu com esse repente:

Eis o doutor Cascudinho
Que prestimoso tesouro
Lá no sertão também tem
Cascudo, aranha e besouro,
Os de lá, não valem nada,
Mas este aqui vale ouro.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

PADRE IBIAPINA

José Antônio de Maria Ibiapina era natural de Sobral, Ceará. Nnasceu no dia 5 de agosto de 1806, estudou em Olinda, formou-se em 1832 pela Facudade de Direito de Pernambuco. Foi Juiz de direito, deputado geral pelo Ceará. "Decepcionado abandonou a vida civil para seguir o catolicismo. Aos 47 anos iniciou uma obra missionária visitando várias regiões do Nordeste". Gilberto Freyre depõe que Ibiapina era "a maior figura na igreja católica no Brasil".
Ibiapina foi chamado para pregar na cidade de Assú onde fez grande colheitas com proveitos maravilhosos (...). Achando o lugar próprio e conveniente, instituiu uma casa de caridade, que deixou em boa posição e bem dirigida". Aquela casa denominada "Casa de Caridade", fora instalada no lugar onde hoje está assentado o Instituto Padre Ibiapina!, na cidade de Assu (RN). Ibiapina morrer no dia19 de fevereiro de 1884 na cidade de Araras, Paraíba, onde está enterrado.
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domingo, 23 de agosto de 2009

IMPRENSA NO ASSU I

O jornal "Brado Conservador", foi fundado pelo coronel Antônio Soares de Macêdo & Filhos que comprou o prelo ao jornal "Mossoroense" (atual O Mossoroense) em 1876, que teria fechado por problemas financeiros. Aquele periódico (folha política, moral e noticiosa) que começou a circular em 28 de setembro daquele ano, passou com a Proclamação da República, a chamar-se "Brado Federal" (segundo informações da Biblioteca Nacional). Naquela biblioteca estão as microfilmagens das edições de Abril, julho-setembro de 1878, janeiro-junho de 1879, junho-dezembro de 1880, janeiro de 1881-janeiro de 1882. Aquele jornal semanário, familiar, era impresso à Rua de Ortas, 24 (no primeiro andar do sobrado conhecido como Sobrado do Seminário), atual Moisés Soares "e se destinava a advogar a causa do Partido Conservador, fazendo oposição a Elias Souto (fundador da imprensa diária no Rio Grande do Norte) do Partido Liberal, proprietário do jornal "Correio do Assu".

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sábado, 22 de agosto de 2009

GERALDO DANTAS

Geraldo Dantas foi um dos primeiros funcionários do Banco do Brasil, de Assu, ainda no tempo em que aquela casa bancária funcionava onde hoje é o escritório da Secretário Estadual de Tributação, esquina com a praça Getúlio Vargas. Geraldo chegou no Assu ainda jovem, procedente de Nízia Floresta, sua terra Natal. Em Natal, salvo engano, ele foi companheiro de quarto de Jessé Freire que foi senador da República e com quem ele tinha o prazer de ter sido amigo íntimo. No Assu chegando, casou-se, constitui família (nove filhos), fez muitos amigos e, em razão da convivência com os poetas daquela terra assuense começou a fazer versos. Era festeiro, carnavalesco (foi Rei Momo), gostava de discursar e declamar nas festas sociais realizadas nos clubes, nos bares e nas casas de amigos daquela cidade.
Afinal, feliz daquele que chegou a conhecê-lo e com ele ter convivido. O poeta Geraldo numa feliz inspiração, em homenagem a terra que lhe acolheu, escreveu o soneto intitulado "Assu" (numa demonstração de que "o seu estro poético é dos melhores"), que diz assim:

Assu, gleba feliz de rútilos poetas
Que a musa, enternecida, inspira, ardentemente!
Predestinado povo, em tua rima quente
Tua própria grandeza em versos interpretas!

Longe, as carnaubeiras tremulam, mansamente!
O leque em riste aos céus, garbosamente eretas,
Sempre a cantar hosana à deusa dos estetas
Tal como um eterno hino ao Deus onipresente.

Oh! terra de grandeza... elcelsa maravilha!...
Como é bela e risonha a magestosa trilha
Que palmilhas, cantando, em fulvos estrebilhos...

Teu riso é um magistral poema alexandrino
Cinzelado ao calor de um sol alabrastino
pela fada do amor, na pena dos seus filhos.

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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

"É O NÊGO"

Arcelino Costa Leitão era natural de São Sebastião do Umbuzeiro, alto sertão da Paraíba. Chegou na cidade de Assu como gerente da antiga Lojas Paulista, que depois passou a ser denominada Casas Pernambucanas (Grupo Ludgren). Tempos depois foi secretário de João Câmara, dirigindo a firma algodoeira João Câmara & Irmãos (estabelecida a rua hoje denominada Senador João Câmara, onde atualmente está assentado alguns prédios comerciais do senhor Sebastião "Tião" Diogenes, entre as ruas professor Alfrêdo Simonette e Sinhazinha Wanderley, com fundos para o campus avançado), que depois funcionou a SANBRA - Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro e posteriormente a Kuk, firma também algodoeira.
Costa era vaidoso ao extremo, cheio do dinheiro, influente, com todos os requesitos para ter sucesso na vida pública, foi convidado pelo deputado Edgard Montenegro para ser o seu vice-prefeito na chapa que encabeçava nas eleições de 1958. Pois bem, dr. Pedro Amorim que já teria sido intendente, prefeito do Assu, deputado estadual Constituinte, já morando em Natal, mas ainda com muita influência nas decisões políticas do Assu, vetou o nome de Costa em solidariedade a um amigo que tinha perdido sua mulher que fugiu para Fortaleza com ele, para viver um caso de amor. Costa tratou logo de se aproximar do deputado Olavo Montenegro e saiu candidato a prefeito pelo PSD, ganhando a eleição para Edgard e Sondoval Martins, da UDN, tirando o sonho de Edgard de voltar pela segunda vez a governar a sua terra natal.
Costa na década de trinta foi presidente do Fortaleza Futebol Clube. A sua fotografia está na galeria dos ex-presidentes daquele clube cearense. Ainda no Assu, Costa fundou o Centro Sportivo Assuense. Na iniciativa privada foi comerciante no ramo de confecções, loja estabelecido a rua São João, Centro do Assu.
Nas eleições de 1968, foi candidato novamente a prefeito pela ARENA, com Francisco Evarista de Oliveira Sales (dr. Sales) como seu vice, contra João Batista Lacerda Montenegro que ganhou a eleição por apenas 26 votos de maioria, que tirou também o sonho de Costa de governar o Assu pela segunda vez. A fotografia acima é a mesma da propaganda eleitoral (daquela sua campanha) explorando naquela propaganda, apenas a seguinte escrição: "É o Nêgo", como era chamado carinhosamente pelos seus correligionários.
Afinal, Costa inovou, modernizou a cidade de Assu, bem como movimentou promovendo bailes elitizados com apresentação de grandes orquestras nacionais e internacionais, no clube que ele denominou de Clube Municipal. Morreu pobre, no começo da década de setenta (naquela época dirigia o escritório local da COSERN), amargando um ostracismo imposto por uma sociedade que lhe jogava confetes quando no auge do poder, numa demonstração que a História sempre se repete!

Em tempo: Costa, penso eu, foi quem quem inventou showmício em campanhas políticas, pois já em 1958 contratou Luiz Gonzaga (O Rei do Baião) com quem tinha o prazer de gosar da sua amizade, para se apresentar na praça pública do Assu, numa certa concentração daquela sua campanha para prefeito da terra assuense. Fica o registro.

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OTHONIEL MENEZES


Othoniel Menezes de Melo (1895-1969), considerado como "Príncipe dos Poetas do Rio Grande do Norte", nasceu em Natal e faleceu no Rio de Janeiro. Ele é autor da famosa canção considerada o Hino da cidade do Natal intitulada "Serenata do Pescador", conhecida popularmente como "Praieira", além dos livros de poesia sob o título "Germen", 1918, "Jardim Tropical", 1923, "Sertão de Espinho e Flor", 1952, e "A canção da Montanha", 1955, além de ter dado a sua colaboração na imprensa de Natal como em A República, Diario de Natal, entre outros jornais daquela capital. Othoniel era membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, cadeira número 23, que tem como patrono o escritor Antônio Glicério, sucedendo o escritor Bezerra Junior. Conta-se que aquela academia nunca chegou a frequentar, pois teria aceitado a imortalidade por insistência de amigos.
Como assuense faço registrar que Othoniel teve convivência com os poetas do Assu, como Renato Caldas (poeta que o Brasil consagrou) que tratava Othoniel de "primoroso poeta", João Lins Caldas ("pai do modernismo"), Deolindo Lima, dentre outros. Por sinal, fora aquele tenor assuense Deolindo quem interpretou oficialmente pela primeira vez a sua famosa canção Praieira, no palco do Teatro Carlos Gomes (atual Alberto Maranhão) no dia 16 de dezembro de 1922.
Vejamos transcrito abaixo, a primeira estrofe da referida canção que imortalizou esse bardo potiguar:


Praieira dos meus amores,
encanto do meu olhar!
Quero cantar-te os rigores
sofridos a pensar
em ti, sobre o alto mar...
Ai! Não sabes que saudade
padece o nauta a partir,
- sentindo, na imensidade,
o seu batel fugir,
incerto do porvir! (...)

E ainda escreveu aquele poeta parnasiano "que tinha o domínio ímpar da técnica e da forma poética", o poema adiante:

És linda. Iara Morena,
pulando, da água serena
do Potengi, a cantar,
nua, à sombra dos coqueiros,
perfumada de cajueiros,
- os seios furando o mar!

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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

ENCHENTE DO RIO PIRANHAS, 1974


Clique na imagem para melhor visualizar.

As maiores cheias do Rio Piranhas/Assu, ocorreram nos anos de 1924 e 64. Em 24 as águas daquele Rio chegaram até a calçada, fundos da igreja matriz de São João Batista, de Assu. Na fotografia, data de 1974 podemos ver o deputado Edgard Montenegro (de óculos) e o governador Cortez Pereira (em pé na canoa). Edgard naquela época era auxiliar do governo Cortez, na qualidade de presidente da COFAN - Companhia de Fomento Agrícola Norte-Rio-Grandense.

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JOÃO LINS CALDAS NA EXPOTEC 2007


"Apresentação do pôster, sobre o poeta assuense João Lins Caldas, na EXPOTEC 2007 realizado na unidade sede do CEFET-RN."

Conheça a vida e obra deste bardo potiguar nos endereço adiante: JOÃOLINSCALDASPOETA.BLOGSPOT.COM




















MOSSORÓ

Mossoró - Abolição
A cidade coração
Onde mora a liberdade
A "24 de junho"
Deu o nobre testemunho
De amor a humanidade

Renato Caldas
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PAU DE SEBO

Nos meus verdes anos foi o Pau de Sebo um dos melhore divertimentos. Não era constante. Realizava-se essa diversão de tempos em tempos. Quase sempre era escolhido um domingo à tarde. Não faltava expectadores. O comparecimento maior era da garotada. Não precisa ir muito longe. Tratava-se de uma haste com cinco metros de altura, devidamente ensebada, tendo no seu topo uma cédula (...).
O disputante ao prêmio tinha que fazer força para alcançar o ponto onde a cédula estava colocada. Daí a diversão. Cada tentativa era um fracasso recebido pela assintência com uma vaia entontencedora. Várias vezes era repetida a operação. Não sei se era por desgaste do sebo em virtude de constantes subidas da garotada ou se era por maior agilidade de algum deles, o certo é que um dos participantes do folguedo terminava conseguindo alcançar a cédula e retirá-la sob gritos festivos e aplausos dos presentes.
Esse brinquedo, ao que parece, não está muito em voga atualmente.

Francisco Amorim
(Do seu livro "Assu de Minha Meninice", 1982)


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

PRIMEIRO AUTOMÓVEL A CHEGAR EM ASSU

Há informções que fora este automóvel (foto acima), de propriedade do comerciante mossoroense Francisco Borges, o primeiro a chegar no Assu. Há também informações que o primeiro proprietário de automóvel de luxo (com cortinas de seda) daquela terra assuense, teria sido Gonçalo Lins Wanderley que em 1865 era presidente da Câmara Municipal, quando aquela instituição implicava (no regime monárquico) em cargo de administração do município. Aquela fotografia fora tirada pelo fotógrafo José Severo de Oliveira, proprietário do "Atelier Severo", em data de 2 de setembro de 1919.
O escritor Francisco Amorim Amorim no seu livro intitulado "Assu da Minha Meninice" , 1982, depõe que aquele automóvel "ao penetrar na cidade, agonizava uma pessoas conhecida por Mascarenhas. Os circunstantes ao ouvirem o ruído do motor abandonaram o velório deixando o pobre morrer sem vela acesa." Informa também o escritor Amorim que naquele mesma data "ao escurecer, outro veículo entrava na cidade. Tratava-se, ao que parece, de uma experiência com a estrada de rodagem que estava sendo construída ligando Assu a Mossoró."

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NATAL

Praia de Areia Preta
Natal, morena encantada
Que passa a vida deitada
Na Areia Preta, a cantar
Sonhando com seus amores,
Os valentes pescadores
Que partiram para o mar

Renato Caldas

terça-feira, 18 de agosto de 2009

SEBASTIÃO ALVES

Sebastião Alves (Tião) em plena campanha política, em 1976.
Esquerda para direita: Alexandre Martins de Carvalho (Xanduzinho, que era bispo da Igreja Católica Brasileira), Walter de Sá Leitão, dentista Osman Alves e Sebastião Alves Martins.
A fotografia acima registra o momento em que o prefeito Walter de Sá Leitão transmitia em 31 de janeiro de 1977 a prefeitura do Assu para Sebastião Alves. Sebastião se elegeu prefeito do Assu nas eleições de 1976 pelo PDS - Partido Democrático Nacional (com o apoio do deputado Edgard Montenegro e do prefeito Walter), ganhando para o jovem candidato pelo MDB Manoel Montenegro Neto ( Manuca), filho do deputado Olavo Montenegro. Antes, nas eleições de 1972, Sebastia, com o apoio de Olavo teria disputado aquela prefeitura com Elias Moreira - Lico, como seu vice, pelo partido da ARENA (verde) contra Walter e José André de Souza - Zezinho, da ARENA (vermelha), único partido naquela época existente no Brasil. Sebastião também foi dvereador do Assu por várias legislaturas, agropecuarista, industrial no ramo de torrefação (Café Semar) e cerâmica, bem como produtor de cera de carnaúba, produto que beneficiava, comprava e vendia a grandes exportadores do Ceará. O seu filho Heliomar Alves herdou o gosto pela política, chegando a se eleger por três eleições, vereador do Assu, cargo que exerce ainda hoje.
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domingo, 16 de agosto de 2009

UM BOÊMIO AUTÊNTICO


PADARIA SANTA CRUZ




Imagens do blog Página R.

A Padaria Santa Cruz era de propriedade dos irmãos Solon e Afonso Wanderley. Nos anos quarenta, cinquenta sessenta e até o começo de setenta, produzia o melhor pão e bolacha da cidade de Assu. Hoje aquela panificadora é de propriedade de João Gregório Junior? A bolacha e biscoito denominado Flor do Açu (em formato de uma flor,) é uma delícia, ainda hoje produzida por outra padaria de propriedade de Toinho Albano. Naquelas décadas era o ponto de encontro amistoso para uma  uma boa prosa, dos barões da cera de carnaúba,  influentes políticos da região, intelectuais, poetas da cidade. Eram seus assíduos frequentadores  frequentadores as figuras como Zequinha Pinheiro, João Turco, Minervino Wanderley, Major Montenegro, Fernando Tavares (Vem-Vem), Luizinho Caldas, além dos irmãos Edgard e Nelson Montenegro, Walter Leitão, Edmílson Caldas, Renato Caldas, Francisco Amorim, dentre outros. Antes  dos irmãos Solon e Afonso, aquela padaria pertencia ao Senhor Enéas Dantas, pai do poeta Renato Caldas.

Aquela panificadora fora palco de muitas estórias pitorescas, muitas delas construídas em formas de versos, de rimas. (Esta estória não tem o intuito de denegrir a imagem de politico, apenas tem o sentido humorístico). Pois bem. Certa vez (era época de eleições para governador), Renato Caldas que não perdia a oportunidade para glosar, ao chegar naquele estabelecimento comercial deparou-se com uma fotografia de Frei Damião ladeado por dois candidatos ao cargo de governador e vice governado, Não deixou para depois, escrevendo:

A culpa não compromete
Ao cidadão inocente,
Mas, quando diariamente,
Essa história se repete
Deus é bom e não promete,
Também não tem distinção,
Ele que tem mil razões
Sobradas de se vingar,
Consente Solon botar
Um justo entre dois ladrões.

Fernando Caldas



sexta-feira, 14 de agosto de 2009

POESIA

Pago todos os dias com os meus olhos
O belo espetáculo que o céu me dá.
Pago todos os dias e nunca me canço de
Olhar as estrelas.

João Lins Caldas
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JOÃO LINS CALDAS E AS INDAGAÇÕES DO ABSURDO

Que estória é essa de se dizer que o modernismo começou em 1922 com Mário de Andrade?
Que estória é essa de se dizer que Jorge Fernandes foi o primeiro no Rio Grande do Norte a cantar no verso livre, sem rima, sem métrica, desrespeitando as fórmulas tradicionais de se fazer poesia?
Quando a "Paulicéia desvairada" deu à luz? Quando?
Quando Mário de Andrade esteve em Natal não foi em 1927? E "Macunaíma" chegou Quando?
Antes, bem antes de todos eles, João Lins Caldas, em 1917, escrevia anonimamente:

... e ao comprido da rede que se balouça esticada
Uma cabeça, uma cabeleira preta,
Pés que se estiram, mãos alongadas...
Vamos irmãos, eu que estou reparando, de retrato,
esse quadro que se alonga ao longo da parede.

José Luiz Silva
(Jornal O Poti, de Natal, 1988)

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...