Othoniel Menezes de Melo (1895-1969), considerado como "Príncipe dos Poetas do Rio Grande do Norte", nasceu em Natal e faleceu no Rio de Janeiro. Ele é autor da famosa canção considerada o Hino da cidade do Natal intitulada "Serenata do Pescador", conhecida popularmente como "Praieira", além dos livros de poesia sob o título "Germen", 1918, "Jardim Tropical", 1923, "Sertão de Espinho e Flor", 1952, e "A canção da Montanha", 1955, além de ter dado a sua colaboração na imprensa de Natal como em A República, Diario de Natal, entre outros jornais daquela capital. Othoniel era membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, cadeira número 23, que tem como patrono o escritor Antônio Glicério, sucedendo o escritor Bezerra Junior. Conta-se que aquela academia nunca chegou a frequentar, pois teria aceitado a imortalidade por insistência de amigos.
Como assuense faço registrar que Othoniel teve convivência com os poetas do Assu, como Renato Caldas (poeta que o Brasil consagrou) que tratava Othoniel de "primoroso poeta", João Lins Caldas ("pai do modernismo"), Deolindo Lima, dentre outros. Por sinal, fora aquele tenor assuense Deolindo quem interpretou oficialmente pela primeira vez a sua famosa canção Praieira, no palco do Teatro Carlos Gomes (atual Alberto Maranhão) no dia 16 de dezembro de 1922.Vejamos transcrito abaixo, a primeira estrofe da referida canção que imortalizou esse bardo potiguar:
Praieira dos meus amores,
encanto do meu olhar!
Quero cantar-te os rigores
sofridos a pensar
em ti, sobre o alto mar...
Ai! Não sabes que saudade
padece o nauta a partir,
- sentindo, na imensidade,
o seu batel fugir,
incerto do porvir! (...)
E ainda escreveu aquele poeta parnasiano "que tinha o domínio ímpar da técnica e da forma poética", o poema adiante:
És linda. Iara Morena,
pulando, da água serena
do Potengi, a cantar,
nua, à sombra dos coqueiros,
perfumada de cajueiros,
- os seios furando o mar!
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