O fotógrafo assuense Jean Lopes é um dos convidados da 1ª Semana Potiguar de Fotografia, de 25 a 28 de novembro, no Palácio da Cultura em Natal. Ele ministrará a “Oficina a cores”, cujo objetivo é celebrar “a magia cromática da luz”, educando o olhar para as cores e o poder que ele exerce como elemento criativo na composição fotográfica.
A Oficina está dividida em dois momentos. Na primeira parte, o fotógrafo apresenta alguns de seus trabalhos abordando questões que norteiam seu processo criativo. No segundo momento, os participantes terão a oportunidade de produzir seu próprio material para análise e discussão.
A 1ª Semana Potiguar de Fotografia é uma realização da ONG ZooN, que tem à frente o fotógrafo Henrique José, e da empresa Idea Haus, encabeçada pelo fotógrafo Ricardo Junqueira.
Os interessados em participar devem acessar http://www.semanapotiguardefotografia.blogspot.com/
Escrito por Alderi Dantas às 16h43
terça-feira, 23 de novembro de 2010
SONETOS DE AMOR
Transcrevo, apenas transcrevo um pouco da obra de uma das maiores poetisas sonetistas lusitanas chamada Virgínia Vitorino (1898-1967). Nascida em Alcoçaba, cidade que fica 92 Km a norte de Lisboa, e falecida em 1967, naquela capital portuguesa. Por sinal, para registrar, aquela poeta tinha no Rio Grande do Norte um grande entusiasta que era o poeta João Lins Caldas (1888-1967) também como Virgínia, sonetista de escol (reconhecido por grandes entendedores de literatura como um dos maiores poetas da língua portuguesa). O bardo Caldas (amoroso e ao mesmo tempo amargurado), no dia em que veio a falecer (poucos dias antes de Virgínia), acabara de ler o livro daquela grande poeta intitulado de Apaixonadamente.
Virginia cursou filologia romântica pela Facudade de Letras de Lisboa, foi dramaturga.. É autora de outros grandes livros de poesias intitulados de Namorados e Renúncia, respectivamente. De Namorados, seu mais famoso livro já publicado em catorze edições, transcrevo adiante:
DESPEITO
Digo o que noutro tempo não diria:
Foi tudo um grande sonho enganador...
Nego o passado, e juro que este amor
Só existiu na tua fantasia...
Sinto a volúpia da mentira! A dor
Não transparece. Nego... Que alegria!
Fiz crer ao mundo inteiro, por magia,
Que és de todos os homens o pior...
Nunca me entonteceu esse sorriso...
E, vê lá tu, se tanto for preciso,
Nego também as cartas que escrevi!
Quero humilhar-te, enfim... Mas não entendo
Porque me exalto e choro e te defendo,
Se alguém, a não ser eu, diz mal de ti...
ORGULHO
És orgulhoso e altivo, também eu...
Nem sei bem qual de nós o será mais...
As nossas duas forças são rivais:
Se é grande o teu poder, maior é o meu...
Tão alto anda esse orgulho!... Toca o céu.
Nem eu quebro, nem tu. Somos iguais.
Cremo-nos inimigos... Como tais,
Nenhum de nós ainda se rendeu...
Ontem, quando nos vimos, frente a frente,
Fingiste bem esse ar indiferente,
E eu, desdenhosa, ri sem descorar...
Mas, que lágrimas devo àquele riso,
E quanto, quanto esforço foi preciso,
Para, na tua frente, não chorar...
TRISTEZA
Nos dias de tristeza, quando alguém
Nos pergunta, baixinho, o que é que temos,
Às vezes, nem sequer nós respondemos:
Faz-nos mal a pergunta, em vez de bem.
Nos dias dolorosos e supremos,
Sabe-se lá donde a tristeza vem?!...
Calamo-nos. Pedimos que ninguém
Pergunte pelo mal de que sofremos...
Mas, quem é livre de contradições?!
Quem pode ler em nossos corações?!...
Ó mistério, que em toda parte existes...
Pois, haverá desgosto mais profundo
Do que este de não se ter alguém no mundo
Que nos pergunte por que estamos tristes?!
RENÚNCIA
Fui nova, mas fui triste... Só eu sei
Como passou por mim a mocidade...
Cantar era o dever da minha idade,
Devia ter cantado e não cantei...
Fui bela... Fui amada e desprezei...
Não quis beber o filtro da ansiedade.
Amar era o destino, a claridade...
Devia ter amado e não amei...
Ai de mim!... Nem saudades, nem desejos...
Nem cinzas mortas... Nem calor de beijos...
Eu nada soube, eu nada quis prender...
E o que me resta?! Uma amargura infinda...
Ver que é, para morrer, tão cedo ainda...
E que é tão tarde já, para viver!...
Postado por Fernando Caldas
DOR INCOMUNICÁVEL
Públio José – jornalista
(publiojose@gmail.com)
A dor, principalmente a interior, aquela que fere a alma e dilacera o espírito, atinge as pessoas de todas as classes sociais, em qualquer tempo, em qualquer lugar. Dela ninguém escapa. Independentemente da posição social que ocupe, do poder aquisitivo alcançado, bem como do poderio político conquistado. A dor maltrata, subjuga, humilha, fragiliza qualquer um. É uma companheira indesejável no contexto de nossa existência. E, por maior que seja o esforço para não tê-la diante de si, ela está sempre presente, senhora absoluta do tempo, pairando soberana sobre os rumos da vida. Qualquer que seja a direção, ela está lá, planando sobre os fatos, feito carcará voando sobre a presa. Ricos e pobres a rejeitam; doutos e analfabetos tentam de todas as formas desviar-se dela; na cidade, no campo, a todo custo, todos querem se ver livres de sua companhia. Você, você mesmo, o que faria para se livrar da dor?
Não é preciso ser doutor no assunto para saber que existem vários tipos de dor. A dor física resultante de um acidente, de uma trombada com um obstáculo qualquer. A dor da decepção de outrem, de alguém próximo, de um amigo bem chegado, de um familiar.... Todas machucam bastante. Mas a dor mais dolorosa, mais intensa é aquela cujo autor é você – contra você mesmo. É uma ocorrência incomunicável pela sua própria natureza. Porque, para anunciá-la, você terá de se desnudar diante de alguém, expondo suas fraquezas e abrindo espaços interiores a outras pessoas. Espaços para os quais, até então, você só dava acesso a você mesmo. A mágoa de você contra você mesmo é incomunicável – pela sua própria essência. É essa qualidade, portanto, que faz dela uma experiência única e extremamente dolorosa.
Se a dor incomunicável é contada a alguém fere; se continua intocada no interior fere mais ainda, pelo peso, pela amargura e pelas conseqüências que começa a gerar – inexoravelmente. Quem carrega tal fardo (e quem não tem um para carregar?) enfrenta problemas terríveis, difíceis até de admitir a si próprio. Primeiramente, as culpas interiores lhe obrigam a se colocar na posição de acusador e réu ao mesmo tempo. Quando outros lhe acusam as saídas existem: um pedido formal de desculpas, o perdão, a retratação. Mas quando você ocupa o tribunal de sua mente na qualidade de promotor e culpado, qual a saída? Para quem apelar? Em segundo lugar, a dor incomunicável destrói a sua qualidade de vida. A tristeza, a amargura, a solidão passam a ser companheiras inseparáveis de sua existência.
O convívio com os outros torna-se uma experiência difícil de suportar. A alegria de terceiros machuca, dói. Sem perceber você fenece, murcha. O tempo passa, a vida desfila diante de você, mas nada mais lhe interessa. Às vezes você até se indaga: haverá uma saída? Terei chance algum dia de arrancar essa chaga de dentro de mim? Afinal, o que fazer? A partir de um determinado momento, tornando seu sofrimento ainda mais introspectivo, a dor incomunicável passa a lhe sugerir um desejo de morte. O suicídio, então, passa a ser considerado. O fascínio por uma solução final toma conta de sua mente. E agora, a quem se dirigir? Eis o dilema maior. Quem me ouvirá? Quem terá compaixão de mim? Quem entenderá meus motivos, minhas razões?
Num momento assim quanto você pagaria para encontrar a paz? Para voltar a viver e restabelecer seu equilíbrio interior? Entre os homens será muito difícil ter prontas as respostas que você tanto busca e a paz que você tanto almeja. Para um problema assim, só um interlocutor de primeira linha. Pronto a lhe ouvir – e com poder para lhe aliviar. Seu nome? Jesus. Jesus Cristo – o Filho de Deus. Afinal, foi Ele mesmo quem nos garantiu, segundo Mt. 11.28: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei”. É lamentável, mas as pessoas normalmente esquecem da existência de Jesus e da capacidade extraordinária que Ele tem de propor soluções. De retirar de seus ombros a cruz que você carrega e de sarar a chaga que tanto lhe corrói a alma e o espírito. Para tanto, basta conversar com Ele. E, assim, suplantar a dor e torná-la inapta a infernizar sua vida. Pense. Só uma boa conversa basta. Só.
Postado por Fernando Caldas
(publiojose@gmail.com)
A dor, principalmente a interior, aquela que fere a alma e dilacera o espírito, atinge as pessoas de todas as classes sociais, em qualquer tempo, em qualquer lugar. Dela ninguém escapa. Independentemente da posição social que ocupe, do poder aquisitivo alcançado, bem como do poderio político conquistado. A dor maltrata, subjuga, humilha, fragiliza qualquer um. É uma companheira indesejável no contexto de nossa existência. E, por maior que seja o esforço para não tê-la diante de si, ela está sempre presente, senhora absoluta do tempo, pairando soberana sobre os rumos da vida. Qualquer que seja a direção, ela está lá, planando sobre os fatos, feito carcará voando sobre a presa. Ricos e pobres a rejeitam; doutos e analfabetos tentam de todas as formas desviar-se dela; na cidade, no campo, a todo custo, todos querem se ver livres de sua companhia. Você, você mesmo, o que faria para se livrar da dor?
Não é preciso ser doutor no assunto para saber que existem vários tipos de dor. A dor física resultante de um acidente, de uma trombada com um obstáculo qualquer. A dor da decepção de outrem, de alguém próximo, de um amigo bem chegado, de um familiar.... Todas machucam bastante. Mas a dor mais dolorosa, mais intensa é aquela cujo autor é você – contra você mesmo. É uma ocorrência incomunicável pela sua própria natureza. Porque, para anunciá-la, você terá de se desnudar diante de alguém, expondo suas fraquezas e abrindo espaços interiores a outras pessoas. Espaços para os quais, até então, você só dava acesso a você mesmo. A mágoa de você contra você mesmo é incomunicável – pela sua própria essência. É essa qualidade, portanto, que faz dela uma experiência única e extremamente dolorosa.
Se a dor incomunicável é contada a alguém fere; se continua intocada no interior fere mais ainda, pelo peso, pela amargura e pelas conseqüências que começa a gerar – inexoravelmente. Quem carrega tal fardo (e quem não tem um para carregar?) enfrenta problemas terríveis, difíceis até de admitir a si próprio. Primeiramente, as culpas interiores lhe obrigam a se colocar na posição de acusador e réu ao mesmo tempo. Quando outros lhe acusam as saídas existem: um pedido formal de desculpas, o perdão, a retratação. Mas quando você ocupa o tribunal de sua mente na qualidade de promotor e culpado, qual a saída? Para quem apelar? Em segundo lugar, a dor incomunicável destrói a sua qualidade de vida. A tristeza, a amargura, a solidão passam a ser companheiras inseparáveis de sua existência.
O convívio com os outros torna-se uma experiência difícil de suportar. A alegria de terceiros machuca, dói. Sem perceber você fenece, murcha. O tempo passa, a vida desfila diante de você, mas nada mais lhe interessa. Às vezes você até se indaga: haverá uma saída? Terei chance algum dia de arrancar essa chaga de dentro de mim? Afinal, o que fazer? A partir de um determinado momento, tornando seu sofrimento ainda mais introspectivo, a dor incomunicável passa a lhe sugerir um desejo de morte. O suicídio, então, passa a ser considerado. O fascínio por uma solução final toma conta de sua mente. E agora, a quem se dirigir? Eis o dilema maior. Quem me ouvirá? Quem terá compaixão de mim? Quem entenderá meus motivos, minhas razões?
Num momento assim quanto você pagaria para encontrar a paz? Para voltar a viver e restabelecer seu equilíbrio interior? Entre os homens será muito difícil ter prontas as respostas que você tanto busca e a paz que você tanto almeja. Para um problema assim, só um interlocutor de primeira linha. Pronto a lhe ouvir – e com poder para lhe aliviar. Seu nome? Jesus. Jesus Cristo – o Filho de Deus. Afinal, foi Ele mesmo quem nos garantiu, segundo Mt. 11.28: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei”. É lamentável, mas as pessoas normalmente esquecem da existência de Jesus e da capacidade extraordinária que Ele tem de propor soluções. De retirar de seus ombros a cruz que você carrega e de sarar a chaga que tanto lhe corrói a alma e o espírito. Para tanto, basta conversar com Ele. E, assim, suplantar a dor e torná-la inapta a infernizar sua vida. Pense. Só uma boa conversa basta. Só.
Postado por Fernando Caldas
AÇU NA BIBLIOTECA NACIONAL
Catálogo: Catálogo de Periódicos Raros (Pop: 9451)
Índice : Local da Publicação
Busca : acu
Resultado 1 - 7 de 7 encontrados em 0.468 segundos
Doc Tipo Autor Título Ano Editor Objeto Digital
1 Jornal do Sertao :
dedicado aos interesses sertanejos. - 1928 [s.n.],
2 A Cidade. - [s.n.],
3 Brado Conservador :
folha politica, moral e noticiosa. - 1876 Typ. do Brado Conservador,
4 Brado Federal. - 1890 [s.n.],
5 Correio do Assu :
periodico politico, moral e noticioso. - 1873 Typ.do Correio do Assu,
6 O Assuense :
periodico politico moral e noticioso. - 1867 Typ. Liberal Assuense,
7 Jornal do Acu :
politica, commercio, letras e religiao. - 1877 Typ. do Jornal do Acu,
Postado por Fernando Caldas
DITADOS POPULARES
Este livro de Duarte da Costa e Juracy Pinheiro é uma bela obra para quem quer deleitar-se dos costumes, expressões e muito mais sobre este sofrido Nordeste. Vamos conferir alguns ditados populares ainda muitoutilizados nos sertões desta sofrida região:
Boi sonso é que arromba curral.
Mulher de Igreja, Deus nos proteja!
Agulha sen fundi não arrasta linha.
Pé de galinha não mata pinto.
Garapa dada não azeda.
Na cacunda do tamanduá tatu aguenta sol.
Calote não veste nu.
Viúva rica, casada fica.
Dar dói e pedir incoi.
Mutuca é que tira boi do mato.
Deus não manda cozido nem assado.
Mulher calada é pior que boi manso.
Com menino e muié, orelha em pé.
Filho de viúva opu é malcriado ou mal-acostumado.
Quem tem vida puxa por ela.
Meia só pros pés.
Burro velho só come em terra de gente besta.
Tem mais razão que suja a casa que quem varre.
Não há carne sem osso nem farinha sem caroço.
Galinha velha é que dá caldo.
Quando Deus dá a farinha o diabo esconde o saco.
Antigamente o dono do cavalo andava na sela, hoje puxa pelo cabresto.
Antigamente o pobre vivia "puxando uma cachorra", hoje a cachorra é quem puxa o pobre e o rico.
Com palha e milho leva-se o burro ao trilho.
Pra quem ama, caatinga de bode é cheiroso.
Quem ama, pisa na lama.
Não há mulher sem graça, nem festa sem cachaça.
Só se sente falta d'água quando o pote está vazio.
Quem cuida da vida dos outros se esquece da sua.
Pinico de barro não dá ferrugem.
De vizinho ruim não o diabo quis saber.
A colher é quem sabe a quentura da panela.
Mulher de bigade nem o diabo pode.
(Leonardo Mota, No Tempo de Lampião, Rio de Janeiro, 1976).
Postado por fernando Caldas
RÁDIO RURAL DE MOSSORÓ 40 ANOS SERVINDO A CULTURA DO RN
Três anos após sua inauguração a rádio rural de Mossoró, criou o maior circuito de descoberta artistico-musical do estado: O concurso "A mais bela voz".
Pelo laboratório da rádio rural muitos talentos foram produzidos, podemos destacar inicialmente grandes vozes, intérpretes, valores artisticos que sobrevivem no universo musical na região, outros ganharam novos destinos, se apresentando em palcos inter-estaduais e até quem foi fazer carreira internacionalmente.
Nestes 37 anos de criação do concurso, muitos nomes se consagraram:
Amanda Costa - Areia Branca
Antônio Miranda - Caraúbas
Raimundo Putim - Mossoró
Zélia Oliveira - Mossoró
Edir Lemos - Mossoró
Elias Rodrigues - Areia Branca
Vicente Santiago - Mossoró
O vale do Assu também teve sua grande estrela, Laura Alves, uma Carnaubaense, foi a mais bela voz de 1967, representando a cidade de Assu.
Muitos outros nomes, já se destacaram em conjuntos e bandas musicais do estado, tendo como origem o "concurso a mais bela voz", promovida anualmente pela rádio mossoroense.
Carnaubais tem a oportunidade de fazer pela 1ª vez uma semi-final de tão destacado concurso.
O evento será realizado na última sexta-cultural do ano, agendado para o próximo 26, conforme relato do secretário municipal de cultura e Turismo, professor Carlos Augusto Pereira da Silva.
É pensamento do prefeito Luizinho Cavalcante homenagear a equipe da rádio rural, entregando a cada um uma comenda de reconhecimento pelo trabalho dedicado á cultura-musical do estado e região.
Escrito por aluiziolacerda às 09h07
Postado por Fernando Caldas
Pelo laboratório da rádio rural muitos talentos foram produzidos, podemos destacar inicialmente grandes vozes, intérpretes, valores artisticos que sobrevivem no universo musical na região, outros ganharam novos destinos, se apresentando em palcos inter-estaduais e até quem foi fazer carreira internacionalmente.
Nestes 37 anos de criação do concurso, muitos nomes se consagraram:
Amanda Costa - Areia Branca
Antônio Miranda - Caraúbas
Raimundo Putim - Mossoró
Zélia Oliveira - Mossoró
Edir Lemos - Mossoró
Elias Rodrigues - Areia Branca
Vicente Santiago - Mossoró
O vale do Assu também teve sua grande estrela, Laura Alves, uma Carnaubaense, foi a mais bela voz de 1967, representando a cidade de Assu.
Muitos outros nomes, já se destacaram em conjuntos e bandas musicais do estado, tendo como origem o "concurso a mais bela voz", promovida anualmente pela rádio mossoroense.
Carnaubais tem a oportunidade de fazer pela 1ª vez uma semi-final de tão destacado concurso.
O evento será realizado na última sexta-cultural do ano, agendado para o próximo 26, conforme relato do secretário municipal de cultura e Turismo, professor Carlos Augusto Pereira da Silva.
É pensamento do prefeito Luizinho Cavalcante homenagear a equipe da rádio rural, entregando a cada um uma comenda de reconhecimento pelo trabalho dedicado á cultura-musical do estado e região.
Escrito por aluiziolacerda às 09h07
Postado por Fernando Caldas
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
RÁDIO RURAL DE MOSSORÓ
Registramos com bastante ênfase o pioneirismo cultural e informativo da emissora católica de Mossoró, seu surgimento no inicio dos anos 60, deu um toque de qualidade no setor radiofônico potiguar.
Sua audiência atingia por inteiro nossa região e municipio, recordo de um tempo bem áureo da minha infância, as ondas curtas, magnéticas e sonoras da rádio rural, adentrava nossos lares com maestria e perfeição, seus programas eram atrativos diários de um tempo ainda sem a televisão, sem os recursos cibernéticos do presente, sem os poderes da informatização.
A partir de amanhã, nosso blog enfatizará com maior precisão postagens evidenciando sua importância cultural e informativa, mostraremos á sua presença em nosso cotidiano e a sua contribuição aos valores artisticos e culturais do nosso povo... Aguardem!
Escrito por aluiziolacerda
Sua audiência atingia por inteiro nossa região e municipio, recordo de um tempo bem áureo da minha infância, as ondas curtas, magnéticas e sonoras da rádio rural, adentrava nossos lares com maestria e perfeição, seus programas eram atrativos diários de um tempo ainda sem a televisão, sem os recursos cibernéticos do presente, sem os poderes da informatização.
A partir de amanhã, nosso blog enfatizará com maior precisão postagens evidenciando sua importância cultural e informativa, mostraremos á sua presença em nosso cotidiano e a sua contribuição aos valores artisticos e culturais do nosso povo... Aguardem!
Escrito por aluiziolacerda
RAPAZES AÇUENSES DAS ANTIGAS
Esquerda para direita: Pedro de Sá Leitão (já falecido), Francisco de Souza Jr. (Juninho de Chico de Ernesto) e Caio César de Sá Leitão. Festa baile na AABB, de Natal. finais de 1960.
Postado por Fernando Caldas
Postado por Fernando Caldas
domingo, 21 de novembro de 2010
"Eu não escrevo para acadêmicos"
A segunda edição do Festival Literário da Pipa (Flipipa) mostrou que a literatura também é pop e meio de atração turística. Se no primeiro evento, os escritores mais badalados Lobão e Danusa Leão foram responsáveis por um enxame de curiosos que lotaram a tenda, uma das surpresas deste ano foi o grande público presente na palestra O Brasil que Existe em Nós, com o escritor moçambicano Mia Couto.
Se Mia mostrou que a literatura mais densa ainda exerce poder sem a precisão de polêmicas mercadológicas, o jornalista Laurentino Gomes - autor dos Best Sellers 1808 e 1822 - retrucou as críticas do acadêmico Raimundo Pereira Arrais de que as metáforas e anacronismos usados nos livros para contar a história de um Brasil desconhecido à grande massa são "perigosos" ou "equivocados".
"Uso da técnica jornalística para tornar palatável a leitura a todos. Não escrevo para acadêmicos. Por causa do purismo técnico acadêmico, a história do Brasil fica inacessível para muitos".
Seus livros mostram equívocos de uma história praticamente cristalizada no imaginário brasileiro. Qual a grande mentira da história do Brasil?
Agora você me pegou. São várias mentiras (pensa). Mas acho que em relação à independência há um pensamento de que foi pacífica, negociada. Mas muita gente morreu. E não foi no Rio de Janeiro ou São Paulo; foi no Nordeste, principalmente na Bahia, e por isso os fatos ficaram meio apagados. Esse Império que assumiu como se fosse um pai que a tudo acomodava, apaziguava, nada disso houve. A relação de dom Pedro com o pai, dom João VI foi muito conturbada. E essa idéia de um brasileiro condado, permanece. Houve muita divergência e confusão.
Quando o jornalismo fica mais próximo da história?
O tempo todo. Há a impressão de que são diferentes. O jornalismo testemunha e narra histórias todos os dias. Seja por causa de um acidente de trânsito, pela eleição da Dilma ou descrevendo a Flipipa. A diferença é que são informações mais fugazes, mais sujeitas ao erro. É da natureza daprofissão. São fatos muito imediatos. O historiador ganha no aspecto da dimensão de tempo e pesquisa.
O jornalismo está cada vez mais próximo desse formato de contação de história mais extenso, do jornalismo literário, pelo menos nos jornais impressos?
Acredito que o jornalismo esteja em mudança de formato. A linguagem está mudando; o jornalismo, não. Na 2ª Guerra havia um letreiro na Times Square que dizia suscintamente: "O Japão foi bombardeado pelos Estados Unidos". Não podia ser jornalismo de texto, ali. Agora, também lembramos de Truman Capote, Gay Talese. Hoje temos a Revista Piauí, ou mesmo na internet encontramos textos mais longos, mais densos. Por outro lado, temos a Veja Online com notícias mais rápidas... Então, acredito na mudança de formato e não de linguagem. Os jornais estão guardando as matérias mais trabalhadas para os cadernos de domingo. O jornalismo está sendo e precisa ser repensado.
Diario de Natal, Muito
Se Mia mostrou que a literatura mais densa ainda exerce poder sem a precisão de polêmicas mercadológicas, o jornalista Laurentino Gomes - autor dos Best Sellers 1808 e 1822 - retrucou as críticas do acadêmico Raimundo Pereira Arrais de que as metáforas e anacronismos usados nos livros para contar a história de um Brasil desconhecido à grande massa são "perigosos" ou "equivocados".
"Uso da técnica jornalística para tornar palatável a leitura a todos. Não escrevo para acadêmicos. Por causa do purismo técnico acadêmico, a história do Brasil fica inacessível para muitos".
Seus livros mostram equívocos de uma história praticamente cristalizada no imaginário brasileiro. Qual a grande mentira da história do Brasil?
Agora você me pegou. São várias mentiras (pensa). Mas acho que em relação à independência há um pensamento de que foi pacífica, negociada. Mas muita gente morreu. E não foi no Rio de Janeiro ou São Paulo; foi no Nordeste, principalmente na Bahia, e por isso os fatos ficaram meio apagados. Esse Império que assumiu como se fosse um pai que a tudo acomodava, apaziguava, nada disso houve. A relação de dom Pedro com o pai, dom João VI foi muito conturbada. E essa idéia de um brasileiro condado, permanece. Houve muita divergência e confusão.
Quando o jornalismo fica mais próximo da história?
O tempo todo. Há a impressão de que são diferentes. O jornalismo testemunha e narra histórias todos os dias. Seja por causa de um acidente de trânsito, pela eleição da Dilma ou descrevendo a Flipipa. A diferença é que são informações mais fugazes, mais sujeitas ao erro. É da natureza daprofissão. São fatos muito imediatos. O historiador ganha no aspecto da dimensão de tempo e pesquisa.
O jornalismo está cada vez mais próximo desse formato de contação de história mais extenso, do jornalismo literário, pelo menos nos jornais impressos?
Acredito que o jornalismo esteja em mudança de formato. A linguagem está mudando; o jornalismo, não. Na 2ª Guerra havia um letreiro na Times Square que dizia suscintamente: "O Japão foi bombardeado pelos Estados Unidos". Não podia ser jornalismo de texto, ali. Agora, também lembramos de Truman Capote, Gay Talese. Hoje temos a Revista Piauí, ou mesmo na internet encontramos textos mais longos, mais densos. Por outro lado, temos a Veja Online com notícias mais rápidas... Então, acredito na mudança de formato e não de linguagem. Os jornais estão guardando as matérias mais trabalhadas para os cadernos de domingo. O jornalismo está sendo e precisa ser repensado.
Diario de Natal, Muito
sábado, 20 de novembro de 2010
NOVATO DA AL VOTARAO EM BLOCO
Deputados eleitos pela primeira vez em 2010 se unem para influenciar na disputa pela presidência e garantir espaço na Mesa
Allan Darlyson / allandarlyson.rn@dabr.com.br
Os sete deputados eleitos para a Assembleia Legislativa (AL) pela primeira vez nas eleições de 2010 consolidaram de vez o "grupo dos novos", para reivindicar espaços na próxima mesa diretora da Casa. Fábio Dantas (PHS), Gustavo Fernandes (PMDB), Hermano Morais (PMDB), Dibson Nasser (PSDB), George Soares (PR), Luiz Antônio Faria, o Tomba (PSB), e Agnelo Alves (PDT) anunciaram, ontem, que votarão na mesma chapa para a sucessão do deputado estadual Robinson Faria (PMN), atual presidente do legislativo estadual.
Formado por parlamentares de diversos partidos, "grupo dos novos" dá nova configuração à corrida pelo comando da AL Foto:Carlos Santos/DN/D.A Press
De acordo com Fábio Dantas, a decisão foi tomada depois de uma reunião ocorrida na última quinta-feira. Ele informou que o grupo ainda não decidiu quem vai apoiar na disputa pela presidência, mas reforçou que não haverá divisão do "grupo dos novos" na eleição do dia primeiro de fevereiro. Os deputados estaduais Antônio Jácome (PMN) e Ricardo Motta (PMN), candidatos declarados à sucessão de Robinson, já conversaram com alguns dos membros do grupo individualmente. No entanto, Dantas disse que as conversas agora começam do zero.
"Nosso bloco está formado e unido. Não teremos conversas individuais. Todas as nossas decisões serão tomadas em conjunto", enfatizou Fábio, que desconversou sobre possíveis nomes indicados pelo "grupo dos novos" para compor a mesa diretora na próxima legislatura. "Nós teremos outras reuniões para discutirmos melhorias para a Assembleia Legislativa. Relacionaremos nossas reivindicações e entregaremos aos candidatos. Por enquanto, ainda não conversamos sobre nomes ou cargos", completou. Formado por parlamentares de diversas correntes políticas, o "grupo dos novos" deu uma nova configuração à disputa pela presidência da Assembleia. Além de ganhar força própria, por se tornar a maior bancada da Casa, o bloco enfraquece os partidos aos quais os membros são filiados. A legenda que sofrerá maior perda será o PMDB. A sigla elegeu seis parlamentares. No entanto, dois deles - Hermano Morais e Gustavo Fernandes - fecharam com o grupo. Isso diminui o poder de barganha do partido na eleição para a mesa diretora.
Eleição
O nome mais cotado para assumir o comando da AL para o biênio 2011-2012 é o de Ricardo Motta. Apesar de não ter declarado apoio publicamente, Robinson Faria tem maior afinidade com Motta do que com os outros deputados do PMN. Correndo por fora, Jácome tenta conseguir maioria para pressionar Robinson pelo apoio do partido. Dos concorrentes, quem conseguir a adesão do "grupo dos novos" terá vantagem na disputa.
Diario de Natal
Allan Darlyson / allandarlyson.rn@dabr.com.br
Os sete deputados eleitos para a Assembleia Legislativa (AL) pela primeira vez nas eleições de 2010 consolidaram de vez o "grupo dos novos", para reivindicar espaços na próxima mesa diretora da Casa. Fábio Dantas (PHS), Gustavo Fernandes (PMDB), Hermano Morais (PMDB), Dibson Nasser (PSDB), George Soares (PR), Luiz Antônio Faria, o Tomba (PSB), e Agnelo Alves (PDT) anunciaram, ontem, que votarão na mesma chapa para a sucessão do deputado estadual Robinson Faria (PMN), atual presidente do legislativo estadual.
Formado por parlamentares de diversos partidos, "grupo dos novos" dá nova configuração à corrida pelo comando da AL Foto:Carlos Santos/DN/D.A Press
De acordo com Fábio Dantas, a decisão foi tomada depois de uma reunião ocorrida na última quinta-feira. Ele informou que o grupo ainda não decidiu quem vai apoiar na disputa pela presidência, mas reforçou que não haverá divisão do "grupo dos novos" na eleição do dia primeiro de fevereiro. Os deputados estaduais Antônio Jácome (PMN) e Ricardo Motta (PMN), candidatos declarados à sucessão de Robinson, já conversaram com alguns dos membros do grupo individualmente. No entanto, Dantas disse que as conversas agora começam do zero.
"Nosso bloco está formado e unido. Não teremos conversas individuais. Todas as nossas decisões serão tomadas em conjunto", enfatizou Fábio, que desconversou sobre possíveis nomes indicados pelo "grupo dos novos" para compor a mesa diretora na próxima legislatura. "Nós teremos outras reuniões para discutirmos melhorias para a Assembleia Legislativa. Relacionaremos nossas reivindicações e entregaremos aos candidatos. Por enquanto, ainda não conversamos sobre nomes ou cargos", completou. Formado por parlamentares de diversas correntes políticas, o "grupo dos novos" deu uma nova configuração à disputa pela presidência da Assembleia. Além de ganhar força própria, por se tornar a maior bancada da Casa, o bloco enfraquece os partidos aos quais os membros são filiados. A legenda que sofrerá maior perda será o PMDB. A sigla elegeu seis parlamentares. No entanto, dois deles - Hermano Morais e Gustavo Fernandes - fecharam com o grupo. Isso diminui o poder de barganha do partido na eleição para a mesa diretora.
Eleição
O nome mais cotado para assumir o comando da AL para o biênio 2011-2012 é o de Ricardo Motta. Apesar de não ter declarado apoio publicamente, Robinson Faria tem maior afinidade com Motta do que com os outros deputados do PMN. Correndo por fora, Jácome tenta conseguir maioria para pressionar Robinson pelo apoio do partido. Dos concorrentes, quem conseguir a adesão do "grupo dos novos" terá vantagem na disputa.
Diario de Natal
OS HOLANDESES E OS TAPUYAS
(Por Evaneide Fidélis de Oliveira; Helder Alexandre Medeiros de Macedo; Márcia Batista de Araújo e Maria Helenice Dantas – Alunos do período 99.2)
Interessados em assegurar o seu controle sobre a Capitania do Rio Grande, os holandeses cedo firmaram alianças com os povos ditos Tapuias, com a "urgência de encontrar aliados, em número e força, para a manutenção do [ seu ] domínio" (PUNTONI, 1998, p. 38). Segundo CASCUDO, em 1631, dirigiu-se ao Conselho Político do Brasil Holandês o índio "Marcial ou Marciliano, fugitivo dos acampamentos portugueses, informando que seus companheiros [ os "reis" Janduí e Oquenaçu, Tapuias da Nação Tarairiú ] estavam desejosos de uma aliança com os invasores" (1984, p. 61).
Durante o período da Dominação Holandesa no Nordeste (1630-1654), a política da Companhia das Índias Ocidentais será a de relações amigáveis com os Tapuias, visando à sua participação no processo de colonização. O próprio Conde de Nassau "reconhecia a importância de manter tais aliados [ pois da ] amizade dos índios dependia em parte o sossego e a conservação da colônia do Brasil" (citado por PUNTONI, obra citada, p. 39). A aliança dos flamengos com os indígenas do interior da Capitania do Rio Grande foi relativamente pacífica, pois, ao contrário dos portugueses, os holandeses concederam aos Tapuias uma aparente liberdade e a não-escravização, além de manterem relações bastante íntimas.
A pedido do Conde Maurício de Nassau, o judeu alemão Jacob Rabbi foi ao interior da Capitania do Rio Grande e passou quatro anos junto aos Tapuias Janduís, chefiados pelo "rei" de mesmo nome. Além de servir de intérprete dos Janduís para os holandeses, sua permanência entre os índios fortificava os laços de aliança política. Jacob Rabbi assimilou e adotou muitos dos costumes dos indígenas e, através dessa sua adaptação, tornou-se um verdadeiro líder, fazendo com que os Tarairiús tornassem-se "uma espécie de matilha fiel, sempre pronta ao aceno do caçador para perseguir e despedaçar a caça levantada" (CASCUDO, 1992, p. 50).
Rabbi foi autor de uma crônica relatando a vida e os costumes dos Tapuias, a qual foi oferecida ao Conde Maurício de Nassau. Através dessa crônica muitos aspectos etnográficos dos Tapuias são hoje conhecidos, pois foi utilizada por outros autores holandeses, em seus relatos. Além de Rabbi, outro holandês viveu entre os súditos do "rei" Janduís. Trata-se de Roulox Baro, que visitou o chamado "País dos Tapuias" (PUNTONI, obra citada, p. 40), no final da primeira metade do século XVII. O relato essa viagem acha-se incluído no livro História das Últimas Lutas no Brasil entre Holandeses e Portugueses e Relação da Viagem ao País dos Tapuias (1647), de Pierre Moreau e Roulox Baro, respectivamente. Escreveram, ainda, sobre os Tapuias: Joannes de Laet, com a História ou Anais dos Feitos da Companhia Privilegiada das Índias Ocidentais, desde o seu começo até o fim do ano de 1636 (1647); George Marcgrave, com a História Natural do Brasil (1648); Guilherme Piso, com a História Natural e Médica da Índia Ocidental (1658); Joan Nieuhof, com Memorável Viagem Marítima e Terrestre ao Brasil (1682); Elias Herckman, com Descrição Geral da Capitania da Paraíba (1639) e Zacharias Wagner, com Zoobiblion.
Por meio desses relatos podemos ter uma idéia – embora, na visão dos europeus - do modo de vida, costumes e hábitos dos Tapuias que habitavam o Sertão do Rio Grande, informações essas que foram compiladas por Olavo de MEDEIROS FILHO (1984 e 1998) em duas obras sobre o passado potiguar, Índios do Açu e Seridó e Os Holandeses na Capitania do Rio Grande.
Favor citar da seguinte forma:
OLIVEIRA, E. F. de; MACEDO H. A. M. de; ARAÚJO, M. B. de e DANTAS, M. H. Os holandeses e os tapuias. História do RN n@ WEB [On-line]. Available from World Wide Web:
Referências Bibliográficas
CASCUDO, Luís da Câmara. História do Rio Grande do Norte. 2.ed. Rio de Janeiro: Achiamé. Natal: Fundação José Augusto, 1984 (Capítulo III: p. 57-91).
_________. Os Holandeses no Rio Grande do Norte (1949). Mossoró: ESAM, 1992 (Coleção Mossoroense, Série C, v. 792).
FREIRE, Carlos Norberto (coord.). A História do Rio Grande do Norte. Natal: Tribuna do Norte, 1998 (Fascículo 3)
MARIZ, Marlene da Silva. O Rio Grande do Norte e o Descobrimento do Brasil. In:_____. CASTRO, Nei Leandro (coord.). Terra Potiguar: uma viagem pela beleza e pela cultura do Rio Grande do Norte. Barcelona: Bustamante Editores. Natal: COSERN/IBERDROLA/Secretaria Estadual de Turismo/Banco do Brasil/Universidade Potiguar, 1998. p. 40-65.
MATHIAS, Herculano Gomes (coord.). História do Brasil. Rio de Janeiro: Bloch Editores, 1997/1998 (Fascículo 7: A União Ibérica/As Invasões Holandesas).
MEDEIROS FILHO, Olavo de. Índios do Açu e Seridó. Brasília: Senado Federal Centro Gráfico, 1984.
_________________. Os Holandeses na Capitania do Rio Grande. Natal: Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, 1998 (Col. Cultura, 6).
MEDEIROS, Tarcísio. Aspectos Geopolíticos e Antropológicos da História do Rio Grande do Norte. Natal: Imprensa Universitária, 1973.
PUNTONI, Pedro. O País dos Tapuias. In:_____. A Guerra dos Bárbaros – Povos Indígenas e a Colonização do Sertão Nordeste do Brasil (1650-1720). São Paulo: 1998. 254 p. Tese (Doutorado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – USP. p. 34-72.
RIBEIRO, Berta G. VELTHEN, Lucia H. von. Coleções Etnográficas: documentos materiais para a história indígena e a etnologia. In:_____. CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). História dos Índios no Brasil. 2.ed. São Paulo: Companhia das Letras/Secretaria Municipal de Cultura/FAPESP, 1998. p. 103-112.
SOUZA, Itamar de. O Domínio Holandês no RN. Diário do Rio Grande do Norte. Natal: Diário de Natal/Diário de Natal Educação/Projeto Ler, 01/jun1992 (Fascículo 2).
SUASSUNA, Luiz Eduardo B. MARIZ, Marlene da Silva. História do Rio Grande do Norte Colonial (1597/1822). Natal: Natal Editora, 1997.
TEENSMA, B. N. O Diário de Rodolfo Baro (1647) como Monumento aos Índios Tarairiú do Rio Grande do Norte. [ s. l. ]: ca.1998 (mimeo).
Postado por Fernando Caldas
Interessados em assegurar o seu controle sobre a Capitania do Rio Grande, os holandeses cedo firmaram alianças com os povos ditos Tapuias, com a "urgência de encontrar aliados, em número e força, para a manutenção do [ seu ] domínio" (PUNTONI, 1998, p. 38). Segundo CASCUDO, em 1631, dirigiu-se ao Conselho Político do Brasil Holandês o índio "Marcial ou Marciliano, fugitivo dos acampamentos portugueses, informando que seus companheiros [ os "reis" Janduí e Oquenaçu, Tapuias da Nação Tarairiú ] estavam desejosos de uma aliança com os invasores" (1984, p. 61).
Durante o período da Dominação Holandesa no Nordeste (1630-1654), a política da Companhia das Índias Ocidentais será a de relações amigáveis com os Tapuias, visando à sua participação no processo de colonização. O próprio Conde de Nassau "reconhecia a importância de manter tais aliados [ pois da ] amizade dos índios dependia em parte o sossego e a conservação da colônia do Brasil" (citado por PUNTONI, obra citada, p. 39). A aliança dos flamengos com os indígenas do interior da Capitania do Rio Grande foi relativamente pacífica, pois, ao contrário dos portugueses, os holandeses concederam aos Tapuias uma aparente liberdade e a não-escravização, além de manterem relações bastante íntimas.
A pedido do Conde Maurício de Nassau, o judeu alemão Jacob Rabbi foi ao interior da Capitania do Rio Grande e passou quatro anos junto aos Tapuias Janduís, chefiados pelo "rei" de mesmo nome. Além de servir de intérprete dos Janduís para os holandeses, sua permanência entre os índios fortificava os laços de aliança política. Jacob Rabbi assimilou e adotou muitos dos costumes dos indígenas e, através dessa sua adaptação, tornou-se um verdadeiro líder, fazendo com que os Tarairiús tornassem-se "uma espécie de matilha fiel, sempre pronta ao aceno do caçador para perseguir e despedaçar a caça levantada" (CASCUDO, 1992, p. 50).
Rabbi foi autor de uma crônica relatando a vida e os costumes dos Tapuias, a qual foi oferecida ao Conde Maurício de Nassau. Através dessa crônica muitos aspectos etnográficos dos Tapuias são hoje conhecidos, pois foi utilizada por outros autores holandeses, em seus relatos. Além de Rabbi, outro holandês viveu entre os súditos do "rei" Janduís. Trata-se de Roulox Baro, que visitou o chamado "País dos Tapuias" (PUNTONI, obra citada, p. 40), no final da primeira metade do século XVII. O relato essa viagem acha-se incluído no livro História das Últimas Lutas no Brasil entre Holandeses e Portugueses e Relação da Viagem ao País dos Tapuias (1647), de Pierre Moreau e Roulox Baro, respectivamente. Escreveram, ainda, sobre os Tapuias: Joannes de Laet, com a História ou Anais dos Feitos da Companhia Privilegiada das Índias Ocidentais, desde o seu começo até o fim do ano de 1636 (1647); George Marcgrave, com a História Natural do Brasil (1648); Guilherme Piso, com a História Natural e Médica da Índia Ocidental (1658); Joan Nieuhof, com Memorável Viagem Marítima e Terrestre ao Brasil (1682); Elias Herckman, com Descrição Geral da Capitania da Paraíba (1639) e Zacharias Wagner, com Zoobiblion.
Por meio desses relatos podemos ter uma idéia – embora, na visão dos europeus - do modo de vida, costumes e hábitos dos Tapuias que habitavam o Sertão do Rio Grande, informações essas que foram compiladas por Olavo de MEDEIROS FILHO (1984 e 1998) em duas obras sobre o passado potiguar, Índios do Açu e Seridó e Os Holandeses na Capitania do Rio Grande.
Favor citar da seguinte forma:
OLIVEIRA, E. F. de; MACEDO H. A. M. de; ARAÚJO, M. B. de e DANTAS, M. H. Os holandeses e os tapuias. História do RN n@ WEB [On-line]. Available from World Wide Web:
Referências Bibliográficas
CASCUDO, Luís da Câmara. História do Rio Grande do Norte. 2.ed. Rio de Janeiro: Achiamé. Natal: Fundação José Augusto, 1984 (Capítulo III: p. 57-91).
_________. Os Holandeses no Rio Grande do Norte (1949). Mossoró: ESAM, 1992 (Coleção Mossoroense, Série C, v. 792).
FREIRE, Carlos Norberto (coord.). A História do Rio Grande do Norte. Natal: Tribuna do Norte, 1998 (Fascículo 3)
MARIZ, Marlene da Silva. O Rio Grande do Norte e o Descobrimento do Brasil. In:_____. CASTRO, Nei Leandro (coord.). Terra Potiguar: uma viagem pela beleza e pela cultura do Rio Grande do Norte. Barcelona: Bustamante Editores. Natal: COSERN/IBERDROLA/Secretaria Estadual de Turismo/Banco do Brasil/Universidade Potiguar, 1998. p. 40-65.
MATHIAS, Herculano Gomes (coord.). História do Brasil. Rio de Janeiro: Bloch Editores, 1997/1998 (Fascículo 7: A União Ibérica/As Invasões Holandesas).
MEDEIROS FILHO, Olavo de. Índios do Açu e Seridó. Brasília: Senado Federal Centro Gráfico, 1984.
_________________. Os Holandeses na Capitania do Rio Grande. Natal: Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, 1998 (Col. Cultura, 6).
MEDEIROS, Tarcísio. Aspectos Geopolíticos e Antropológicos da História do Rio Grande do Norte. Natal: Imprensa Universitária, 1973.
PUNTONI, Pedro. O País dos Tapuias. In:_____. A Guerra dos Bárbaros – Povos Indígenas e a Colonização do Sertão Nordeste do Brasil (1650-1720). São Paulo: 1998. 254 p. Tese (Doutorado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – USP. p. 34-72.
RIBEIRO, Berta G. VELTHEN, Lucia H. von. Coleções Etnográficas: documentos materiais para a história indígena e a etnologia. In:_____. CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). História dos Índios no Brasil. 2.ed. São Paulo: Companhia das Letras/Secretaria Municipal de Cultura/FAPESP, 1998. p. 103-112.
SOUZA, Itamar de. O Domínio Holandês no RN. Diário do Rio Grande do Norte. Natal: Diário de Natal/Diário de Natal Educação/Projeto Ler, 01/jun1992 (Fascículo 2).
SUASSUNA, Luiz Eduardo B. MARIZ, Marlene da Silva. História do Rio Grande do Norte Colonial (1597/1822). Natal: Natal Editora, 1997.
TEENSMA, B. N. O Diário de Rodolfo Baro (1647) como Monumento aos Índios Tarairiú do Rio Grande do Norte. [ s. l. ]: ca.1998 (mimeo).
Postado por Fernando Caldas
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
ASSIM VEIO O HOMEM
O homem vem do macaco?
Que conversa sem graça!
Prefiro outra história
Onde existe quem faça.
O Deus que tudo cria
E nosso destino traça.
Entre Bíblia e Ciência
Tem pouca comparação.
Uma exige fé, a outra,
Pesquisa e convicção.
A primeira nunca erra,
A segunda é frustração.
Houve um dia neste mundo
Que o Criador pensou:
"Vou fazer o mais bonito,
O melhor que se criou".
Tomou barro, jogou água
E o homem modelou.
Depois do boneco pronto,
Ainda em suas mãos,
Deus disse: "-Melhor não há.
É minha inspiração".
Deu-lhe sopro nas narinas
E o nomeou Adão.
O bichim andava solto
Conhecendo seu Jardim.
Não tinha roupa o Homem
Nem porisso achou ruim.
Sua vida era eterna
Liberdade deu assim!
Entre rios e florestas
Adão viu tudo de bom.
No Éden a vida ia
Cada vez em melhor tom.
Até que notou a falta
Das curvas que emitem som.
O Soberano falou:
"-Não é bom o homem só.
Vou fazer-lhe uma mulher".
Adão dormiu que um Socó
Quando despertou notou:
"Falta osso.Dê-me um nó".
A mulher mudou foi tudo
Começou logo a mandar.
"-O Paraíso tá sujo.
Adão venha já limpar!"
Dizia a costela viva
E o homem foi trabalhar.
O Pior inda veria
Vocês podem acreditar,
Pois a cobra que falava
Com Eva propôs montar,
Um piquenique sem Deus
E a coisa vai descambar.
Eva era maluvida
Causou grande 'estrupiço',
Comeu o que não devia
Foi o maior reboliço.
A criação maculada
Pedia um 'sacrifiço'.
Perdemos o Paraíso
É um fato consumado.
A morte entrou no mundo
Ficamos todos tomados
Pela furia do demônio,
Anjo desvalorizado.
Foi assim que sucedeu!
Leia as notas do cordel
E verá que aconteceu
Algo de muito cruel.
Uma ação de despejo
Por não ter sido fiel.
(Enviamos folhetos para todo o Brasil. Preço R$ 2,00 (dois reais) já com a postagem) Pedidos pelo e-mail: maneberadeiro@hotmail.com)
Postado por Francisco Martins
LIVRO "AMIGOS DO TIROL" SERÁ LANÇADO NESTA QUINTA FEIRA
Após o sucesso do ‘Ensaio Geral’ realizado com a Banda Balaio de Gatos no último sábado, 13, a segunda parte das comemorações dos dez anos dos “Amigos do Tirol” será nesta quinta-feira, 18, na AABB, com o coquetel de lançamento do livro homônimo, às 18h, animado pelo Quarteto Banda dos Anos Sessenta.
Os autores da antologia, Fernando Mousinho, Petit das Virgens, Maurício Baito, Beto Rabello, José Guedes da Fonseca (Deca), Áureo Borges, Leonardo Sodré, Roberto Viana, José Ariston Neto, Jahyr Navarro, Raimundo Barata, Lenilson Carvalho, Franca Trigueiro, Leda Barbosa Gonçalves, Sérgio Freire, Evandro Freire, Dalton Melo de Andrade, Eduardo Alexandre Garcia (Dunga), Flávio Aguiar, Sérgio Dias, Roberto Monte, Fernando Nesi, Rilke Santos, Rita de Cássia Medeiros, Otávio Garcia, Augusto Leal, Amaro Jordão, Francisco Lira, Alderico Leandro, Isaías Costa, Sílvia Mota, Leonardo Cavalcanti (Naná), Edilberto Cavalcanti, Carlos Gurgel e Juarez Chagas, estarão presentes para os autógrafos.
A apresentação da obra foi escrita pelo jornalista e escritor Leonardo Sodré e a “orelha” pelo jornalista Petit das Virgens, que ressalta a franqueza da obra e o fato de ela ter sido escrita por muitas pessoas que não são do ramo, mas que tiveram a bondade de enriquecer o livro, que também é memorialista e conta um pouco da História do Tirol, com muitas fotos antigas.
A festa é no sábado
A movimentação dos “Amigos do Tirol” começa cedo no sábado, com uma missa de agradecimento e louvor na Igreja Santa Terezinha (matriz do bairro), às 08h, com a participação dos organizadores e participantes do evento.
Depois, às 12h, haverá o início da festa com a Banda dos Anos Sessenta, acrescida de um naipe de metais (trombone, sax tenor e trompete), que tocará até por volta das 16h30, quando então entra a orquestra de frevos Balaio de Gatos. Por volta das 20h a banda levará os foliões para o Restaurante Bela Napoli, onde tocará por mais sessenta minutos, encerrando a Decafesta “Amigos do Tirol” de 2010.
Serviço
Lançamento do livro Amigos do Tirol, quinta-feira, 18, às 18h, AABB
Missa de agradecimento e louvor, sábado, 20, às 08h, Igreja Santa Terezinha
Decafesta Amigos do Tirol, sábado, às 12h, AABB
Leonarso Sodré
Agência ECO de Notícias
.
Os autores da antologia, Fernando Mousinho, Petit das Virgens, Maurício Baito, Beto Rabello, José Guedes da Fonseca (Deca), Áureo Borges, Leonardo Sodré, Roberto Viana, José Ariston Neto, Jahyr Navarro, Raimundo Barata, Lenilson Carvalho, Franca Trigueiro, Leda Barbosa Gonçalves, Sérgio Freire, Evandro Freire, Dalton Melo de Andrade, Eduardo Alexandre Garcia (Dunga), Flávio Aguiar, Sérgio Dias, Roberto Monte, Fernando Nesi, Rilke Santos, Rita de Cássia Medeiros, Otávio Garcia, Augusto Leal, Amaro Jordão, Francisco Lira, Alderico Leandro, Isaías Costa, Sílvia Mota, Leonardo Cavalcanti (Naná), Edilberto Cavalcanti, Carlos Gurgel e Juarez Chagas, estarão presentes para os autógrafos.
A apresentação da obra foi escrita pelo jornalista e escritor Leonardo Sodré e a “orelha” pelo jornalista Petit das Virgens, que ressalta a franqueza da obra e o fato de ela ter sido escrita por muitas pessoas que não são do ramo, mas que tiveram a bondade de enriquecer o livro, que também é memorialista e conta um pouco da História do Tirol, com muitas fotos antigas.
A festa é no sábado
A movimentação dos “Amigos do Tirol” começa cedo no sábado, com uma missa de agradecimento e louvor na Igreja Santa Terezinha (matriz do bairro), às 08h, com a participação dos organizadores e participantes do evento.
Depois, às 12h, haverá o início da festa com a Banda dos Anos Sessenta, acrescida de um naipe de metais (trombone, sax tenor e trompete), que tocará até por volta das 16h30, quando então entra a orquestra de frevos Balaio de Gatos. Por volta das 20h a banda levará os foliões para o Restaurante Bela Napoli, onde tocará por mais sessenta minutos, encerrando a Decafesta “Amigos do Tirol” de 2010.
Serviço
Lançamento do livro Amigos do Tirol, quinta-feira, 18, às 18h, AABB
Missa de agradecimento e louvor, sábado, 20, às 08h, Igreja Santa Terezinha
Decafesta Amigos do Tirol, sábado, às 12h, AABB
Leonarso Sodré
Agência ECO de Notícias
.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
COMO ESTÁ O NOSSO VALE? PRODUZINDO PARA TODOS COMO SONHAVA DOM ELISEU? LAMENTAVELMENTE NÃO ESTÁ BEM!
Respondo de forma elementar um questionamento feito por Fernando Caldas ( Fanfa), após reproduzir em seu blog um artigo do saudoso mestre padre Zé Luiz, enfatizando com genialidade da visão cósmica que possuiu D. Elizeu Simões Mendes a respeito dos desafios pra desenvolver o Vale do Açu.
Parafraseando Cassimiro de Abreu, era menino,brincava na areia e aos meus 8 anos, comecei a ver o mundo com olhar critico, observando e comparando realidades, era pequeno, mas me lembro, das missões rurais chegando a porta da choupana do rústico varzeano, a comitiva formada por engenheiros agronômos, técnicos agricolas, assistentes sociais, religiosos, cooperativistas e alguns politicos inseridos nas reuniões comunitárias para receberem da equipe de D.Elizeu noções básicas de desenvolvimento, solidariedade e progresso.
Neste contexto o que mais se abordava era a eletrificação das propriedades para uma possivel produção irrigada.
Não demorou muito, o processo da mecanização foi chegando, tomou conta das fazendas, extendendo sua importância as áreas salineiras, substituindo a mão de obra operária por máquinas, tratores, enchedeiras e outros equipamentos geradores de produção.
O vale andou pra frente, aqui se instalaram os projetos fruticultores, lembro nos primeiros momentos da presença de Davi Americano, um dos grandes propulsores da produção em escala, ( manga, melão, tomate e até uvas) foram plantadas e colhidas em nosso fertilizante solo.
Mais adiante as multinacionais da banana invadiram o vale comprando suas melhores terras, episódio realizado logo após a inauguração da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, alguns venderam suas melhores glebas achando fazer bom negócio, outros tiveram suas terras desapropriadas por decretos governamentais a preço de bolo, a regra do desenvolvimento também induz prejuizos, muitos choram o abandono da terra, indo viver marginalizados com suas familias nas periferias dos centros urbanos.
Aqui se instalou a Frunorte comandada por Manoel Barreto, grande produção de melão e outros similares, emprego para os que possuiam qualificação técnica e para a grande massa de trabalhadores avulsos, a Directivos Agriicola, Delmont, fizeram o tripé da exportação fruticultora da região.
Assim ocorreu com a carcinicultura, a região Norte do vale do Assu, tornou-se um celeiro de camarão em cativeiro, empresas como a Maricultura Tropical, Camanor, Aquática e outros de menor porte formaram um auspicioso quadro de empregos, geração de renda e sobrevivencia dos seus agregados, nos municipios de Porto do Mangue e Pendências.
Repentinamente, as sucessivas enchentes regionais, o mercado internacional afetado pela variação cambial e as quedas do dólar americano, vieram com certeza afetar o parque de desenvolvimento instalado no vale do Açu.
David Americano tomou destino ignorado, não sabemos do seu roteiro, as empresas de fruticultura foram entrando em deficit, a Frunorte desativou sua produção, fechou pra balanço, dizem que abriu falência, as outras tem reduzido contigente, dispensado operários, diminuido produção.
Os carcinicultores em crise, a Maricultura deixou de produzir, acarretou desemprego, máquinas paradas, o setor de ração sem ter vendas e a região voltou ao crucial empobrecimento da sua origem.
O sonho de D. Elizeu foi o que chamamos de bom tempo por pouco tempo, é preciso mais uma vez se retomar a iniciativa, não sabemos pelas mãos de quem, D. Elizeu é apenas um mito desta belissima história.
Está ai meu caro Fanfa, uma pequena amostra do nosso subdesenvolvimento, voltamos a estaca zero, ainda mais com a crise do setor público, as prefeituras falidas, os prefeitos de pires na mão, implorando ao governo federal melhoria nas cotas do FPM, obrigados a fazerem o que não desejam: Corte de pessoal, contenção de despesas, atrasos de vencimentos e outras obrigações que o erário municipal não tem como resolver de imediato.
Escrito por aluiziolacerda às 10h45
FESTNATAL EXIBE OBRA DE FICÇÃO
Prossegue até dia 19 (sexta-feira), a mostra competitiva de ficção do 20º Festival de Cinema de Natal. Os filmes estão em cartaz no Moviecom 3, nas sessões de 14:20, 16:40, 19:00, 21:20. A sessão oficial, com presença dos jurados e convidados do Festival, ocorre às 19h. O preço é R$ 1 real. Hoje será exibido o filme “Salve Geral”, de Sérgio Rezende, com Andrea Beltrão; na quinta “Segurança Nacional”, e sexta-feria o filme “Como Esquecer”, com Ana Paula Arósio.
Fonte: Tribunado Norte
Fonte: Tribunado Norte
terça-feira, 16 de novembro de 2010
POETA MIGUEZIM GANHA PRÊMIO NACIONAL
O poema de cordel "Para gostar de ler", de Miguezim de Princesa, é um dos vencedores nacionais do Prêmio Mais Cultura de Literatura Popular, organizado em todo o Brasil pelo Ministério da Cultura em homenagem a Patativa do Assaré. Miguezim de Princesa, poeta popular que colabora neste site, onde dispõe de espaço próprio, é um dos mais lidos da internet e tem seus trabalhos estudados no Trinity College, dos Estados Unidos. Receberá como prêmio um cheque de R$ 7 mil e a edição de 5 mil exemplares do poema.
PARA GOSTAR DE LER
Miguezim de Princesa
I
Se o dinheiro está curto
Até pra comprar cueca
E nem de longe imagino
Visitar um sítio asteca,
Posso em sonhos viajar
Nos livros que encontrar
Dentro da biblioteca.
II
Pego um avião moderno
E saio rasgando o céu,
Entre cortinas de nuvens
Que mais se parecem um véu
Da noiva da esperança,
E vou me parar na França
Conhecendo a Torre Eiffel.
III
Num banquinho de madeira,
Sem tirar os pés da terra,
Nas letras do livro-sonho,
Que tanta grandeza encerra,
Com algumas páginas lidas
Vejo todas as batidas
Do Big Bang da Inglaterra.
IV
Num distante pé de serra
Alguém ouvirá meu grito
A saudar a Palestina,
Seus pastores com cabritos,
Em meio a tanta incerteza,
E mais à frente as belezas
Das pirâmides do Egito.
V
Viajo também nos braços
Do romanceiro de cá,
Das lendas e das estórias
Do povo do meu lugar,
Vou dormir com um poema
E me acordo com Iracema
De José de Alencar.
VI
Cante lá, que eu canto cá,
Dizia com firmeza e fé
O menestrel popular
Patativa do Assaré.
É estudado na França,
Seu livro é luta e esperança,
Mostra a vida como é.
VII
No Rio Grande do Norte,
Prosseguindo meu estudo,
Vou conhecendo a Iara
De belo corpo desnudo.
Pro sonho ficar mais quente,
Ela eu ganhei de presente
Do grande Câmara Cascudo.
VIII
Na vizinha Paraíba,
Vi João Grilo na subida;
Fui ao céu e ao inferno,
Que era um beco sem saída
Por Ariano criado
No enredo bem bolado
Auto da Compadecida.
IX
Nas páginas paraibanas,
Vi quanto Augusto sofreu
Ao escrever Versos Íntimos
No eterno Livro do EU;
Apurando o meu empenho,
De Zé Lins vi o Engenho
Cujo fogo já morreu.
X
Dancei frevo em Pernambuco
Em terreiro, praça e sala,
Maracatu, caboclinho,
Fiquei em ponto de bala,
Gilberto Freire, gentil,
Me apresentou o Brasil
Em Casa Grande e Senzala.
XI
Pelo século 19
Me enfurnei no sertão:
Conheci Maria Moura,
A valentia e a paixão
Que dobravam coronel.
Quem me contou foi Rachel
Na porteira do mourão.
XII
Com Aluizio Azevedo,
Numa Casa de Pensão,
Vi mulato de Cortiço
(Nossa miscigenação),
Andei com Gonçalves Dias,
Indianista da poesia,
Nas terras do Maranhão.
XIII
Fui parar nas Alagoas,
Terra de Graciliano,
Onde a cachorra Baleia
Foi atrás de Fabiano,
Vidas Secas de lamentos,
Batalhas e sofrimentos,
Sem rumo, esperança e plano.
XIV
Vi o Sargento Getúlio
Tomado de valentia,
De posse de uma lazarina,
Caminhar de noite e dia,
Conduzindo sem clemência
Um preso na diligência
Entre Sergipe e Bahia.
XV
Quem contou foi João Ubaldo,
E o fez com maestria,
Bem depois de Jorge Amado,
Escritor-mor da Bahia,
Que soube falar de amores,
Crenças, culturas e dores
Com cheiros de maresia.
XVI
Vejo a Tenda dos Milagres,
Em noite de lua cheia;
Gabriela cheira a cravo
No fogo que incendeia;
Na Cidade Baixa a farra,
Molecagem e algazarra
Dos Capitães da Areia.
XVII
O Nordeste é muito rico
Em termos de criação:
Aqui servimos banquete
De puríssima inspiração.
Só porque nunca fui jeca,
Estou numa biblioteca
Com o mundo em minhas mãos.
Fonte: claudiohumberto
Escrito por aluiziolacerda às 15h56
PARA GOSTAR DE LER
Miguezim de Princesa
I
Se o dinheiro está curto
Até pra comprar cueca
E nem de longe imagino
Visitar um sítio asteca,
Posso em sonhos viajar
Nos livros que encontrar
Dentro da biblioteca.
II
Pego um avião moderno
E saio rasgando o céu,
Entre cortinas de nuvens
Que mais se parecem um véu
Da noiva da esperança,
E vou me parar na França
Conhecendo a Torre Eiffel.
III
Num banquinho de madeira,
Sem tirar os pés da terra,
Nas letras do livro-sonho,
Que tanta grandeza encerra,
Com algumas páginas lidas
Vejo todas as batidas
Do Big Bang da Inglaterra.
IV
Num distante pé de serra
Alguém ouvirá meu grito
A saudar a Palestina,
Seus pastores com cabritos,
Em meio a tanta incerteza,
E mais à frente as belezas
Das pirâmides do Egito.
V
Viajo também nos braços
Do romanceiro de cá,
Das lendas e das estórias
Do povo do meu lugar,
Vou dormir com um poema
E me acordo com Iracema
De José de Alencar.
VI
Cante lá, que eu canto cá,
Dizia com firmeza e fé
O menestrel popular
Patativa do Assaré.
É estudado na França,
Seu livro é luta e esperança,
Mostra a vida como é.
VII
No Rio Grande do Norte,
Prosseguindo meu estudo,
Vou conhecendo a Iara
De belo corpo desnudo.
Pro sonho ficar mais quente,
Ela eu ganhei de presente
Do grande Câmara Cascudo.
VIII
Na vizinha Paraíba,
Vi João Grilo na subida;
Fui ao céu e ao inferno,
Que era um beco sem saída
Por Ariano criado
No enredo bem bolado
Auto da Compadecida.
IX
Nas páginas paraibanas,
Vi quanto Augusto sofreu
Ao escrever Versos Íntimos
No eterno Livro do EU;
Apurando o meu empenho,
De Zé Lins vi o Engenho
Cujo fogo já morreu.
X
Dancei frevo em Pernambuco
Em terreiro, praça e sala,
Maracatu, caboclinho,
Fiquei em ponto de bala,
Gilberto Freire, gentil,
Me apresentou o Brasil
Em Casa Grande e Senzala.
XI
Pelo século 19
Me enfurnei no sertão:
Conheci Maria Moura,
A valentia e a paixão
Que dobravam coronel.
Quem me contou foi Rachel
Na porteira do mourão.
XII
Com Aluizio Azevedo,
Numa Casa de Pensão,
Vi mulato de Cortiço
(Nossa miscigenação),
Andei com Gonçalves Dias,
Indianista da poesia,
Nas terras do Maranhão.
XIII
Fui parar nas Alagoas,
Terra de Graciliano,
Onde a cachorra Baleia
Foi atrás de Fabiano,
Vidas Secas de lamentos,
Batalhas e sofrimentos,
Sem rumo, esperança e plano.
XIV
Vi o Sargento Getúlio
Tomado de valentia,
De posse de uma lazarina,
Caminhar de noite e dia,
Conduzindo sem clemência
Um preso na diligência
Entre Sergipe e Bahia.
XV
Quem contou foi João Ubaldo,
E o fez com maestria,
Bem depois de Jorge Amado,
Escritor-mor da Bahia,
Que soube falar de amores,
Crenças, culturas e dores
Com cheiros de maresia.
XVI
Vejo a Tenda dos Milagres,
Em noite de lua cheia;
Gabriela cheira a cravo
No fogo que incendeia;
Na Cidade Baixa a farra,
Molecagem e algazarra
Dos Capitães da Areia.
XVII
O Nordeste é muito rico
Em termos de criação:
Aqui servimos banquete
De puríssima inspiração.
Só porque nunca fui jeca,
Estou numa biblioteca
Com o mundo em minhas mãos.
Fonte: claudiohumberto
Escrito por aluiziolacerda às 15h56
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
DOM ELISEU
Esquerda para direita: (?), Osvaldo Amorim, Dom Eliseu, Francisco Amorim. A fotografia é do início da década de sessenta.
"Antes da Hidroservice Engenharia chegar, e da Construtora Andrade Gutierrez acionar suas máquinas; antes dos bispos fazerem manifestos e o Vale do Açu ter se sentindo judiado por não conhecer seu destino, houve um homem que acreditou nele e a ele se dedicou inteiramente.
Tive a ventura de experimentar de sua convivência; senti-lo impaciente e ardoroso, exultante e decidido, indicando a todos nós um caminho, que hoje ou amanhã teria que ser retomado.
Porque ele não foi escutado inteiramente, muita gente foi pegada de surpresa porque não continuaram regando a árvore que se plantou, o Vale do Açu ficou sem frutos e sem sombra.
E na hora da presumível colheita, o que aconteceu? Uma legião interminável de mãos vazias, debruçada na passarela das desesperanças.
Que seu trabalho ficaram apenas cicatrizes do seu rosto cansado, quase desiludido, e a doce lembrança de um homem forte, tão forte que se submeteu a longas caminhadas, quando queria somente permanecer aqui. E porque não ficou, o Vale ansioso para abraçar o futuro, que ele nos deixou como herança, foi definhando, definhando, até que de repente, sem aquela euforia dos tempos de J.K.; quando ele (Dom Eliseu) inaugurava fartura e dividia esperanças, o Vale do Açu se retomou e marcou um encontro com o seu amanhã.
Até ele chegar, o Vale estava adormecido. Dele cuidavam apenas os poetas.
Quando ele chegou, vieram missões, semanas rurais, convênios, cursos, treinamentos.
por causa dele, o Vale se encheu de Postos de Saúde, de Maternidades, de Cooperativas, de Motores Bombas, de Escolas.
Graças a ele, se organizaram grupos de trabalhos e o universo vocabular do varzeano, havia construção de embacies, canais de alvenaria, mecanização do solo, adubação, defesa anual, reflorestamento, sementes e mudas, centros educacionais, equipamentos, manutenção, colonização, armazenagem, comercialização, eletrificação rural, irrigação, melhoria qualitativas dos rebanhos, bibliotecas, assistência veterinária, mecanização da lavoura, máquinas forrozeiras, áreas cultivadas, produção, cooperativas.
E tudo era feito com ele presente. Aí está a grande diferença: Dom Eliseu ficou dentro do Vale. Não houve estrada que não houvesse conhecido seus passos. Nenhum caminho desconheceu sua presença.
Faz 21 anos que ele cercou de técnicos e começou no Vale um programa de irrigação, utilizando energia diesel com o aproveitamento das reservas d'água do subsolo, contando com o adicional do rio Açu.
A gente viajava de Açu a Pendências e via motores bombas pela várzea afora. Era um festival de pré-abundância. A Escola de Tratorista de Ipanguaçu cheia de rapazes, a fazenda do Governo cheia de frutas e um agrônomo ensinando a produzir.
Em Natal, Dom Eugênio criava a SAR, depois transformado num movimento que ele denominava Movimento de Natal. Havia uma emissora, alguns cursos em Ponta Negra, início de sindicalização rural, sob a orientação de Julieta Calazans. Mas o grande trabalho, o movimento com cheiro de terra e suor, convocando Agrônomos e Assistentes Sociais, pertencia a Dom Eliseu.
Talvez (quem sabe) soprado pela força literária de Mossoró, pela concorrência nobre, pelo desafio da terra, pela força de quem troxe como lema do seu episcopado, os novos caminhos do seu povo: SALUS GREGIS, que quer dizer - "Salvação do Rebanho".
Quando Dom Eliseu estava no Vale do Açu, criou-se um novo condicionamento na alma do seu povo. dele é que partiram as primeiras tentativas de mobilização do Vale como um todo.
Eu me lembro que conversando com ele sobre a situação de Pendências que pertencia a Arquidiocese de Natal, fora portanto de sua jurisdição, ele me respondeu: "Meu filho, quem está em questão é o Vale". E na semana seguinte, um Posto de Puericultura era iniciado em Pendências.
Quando ele foi embora, ou melhor, quando o mandaram para o Paraná. Começou a retratação gradativa do Vale do Açu. Com o novo regime, a Escola de Tratorista foi fechada, a Fazenda do Governo abandonada, os bancos se retraíram, as lideranças políticas se amofinaram, as Assistentes sociais foram embora, os agrônomos desapareceram, os motores bombas sumiram, as cooperativas emagreceram e os debates e cursos se escassearam. Mas, o futuro do Vale seria inevitável. A sua vocação intrínseca era produzir. Hoje ou amanhã, ele teria que ser lembrado, estudado, pesquisado,planejado, executado.
E aí está novamente O VALE DO AÇU retomado pelo Governo, desta vez sem as movimentações anteriores, sem a liderança de um Dom Eliseu. Desta vez o Vale valeu por sua própria natureza. Independentemente de apelos ou apoio, de gritos ou recompensas. Novamente o Vale valeu. desta vez, vieram máquinas, técnicos, dinheiro. CERTO? ERRADO?
Nesta altura do campeonato, o importante é mais uma vez ficar do lado do Vale. E ficar do seu lado, é querê-lo produzindo.Para todos e não apenas para alguns.
Não era assim que sonhava Dom Eliseu?"
Postado por Fernando Caldas
"Antes da Hidroservice Engenharia chegar, e da Construtora Andrade Gutierrez acionar suas máquinas; antes dos bispos fazerem manifestos e o Vale do Açu ter se sentindo judiado por não conhecer seu destino, houve um homem que acreditou nele e a ele se dedicou inteiramente.
Tive a ventura de experimentar de sua convivência; senti-lo impaciente e ardoroso, exultante e decidido, indicando a todos nós um caminho, que hoje ou amanhã teria que ser retomado.
Porque ele não foi escutado inteiramente, muita gente foi pegada de surpresa porque não continuaram regando a árvore que se plantou, o Vale do Açu ficou sem frutos e sem sombra.
E na hora da presumível colheita, o que aconteceu? Uma legião interminável de mãos vazias, debruçada na passarela das desesperanças.
Que seu trabalho ficaram apenas cicatrizes do seu rosto cansado, quase desiludido, e a doce lembrança de um homem forte, tão forte que se submeteu a longas caminhadas, quando queria somente permanecer aqui. E porque não ficou, o Vale ansioso para abraçar o futuro, que ele nos deixou como herança, foi definhando, definhando, até que de repente, sem aquela euforia dos tempos de J.K.; quando ele (Dom Eliseu) inaugurava fartura e dividia esperanças, o Vale do Açu se retomou e marcou um encontro com o seu amanhã.
Até ele chegar, o Vale estava adormecido. Dele cuidavam apenas os poetas.
Quando ele chegou, vieram missões, semanas rurais, convênios, cursos, treinamentos.
por causa dele, o Vale se encheu de Postos de Saúde, de Maternidades, de Cooperativas, de Motores Bombas, de Escolas.
Graças a ele, se organizaram grupos de trabalhos e o universo vocabular do varzeano, havia construção de embacies, canais de alvenaria, mecanização do solo, adubação, defesa anual, reflorestamento, sementes e mudas, centros educacionais, equipamentos, manutenção, colonização, armazenagem, comercialização, eletrificação rural, irrigação, melhoria qualitativas dos rebanhos, bibliotecas, assistência veterinária, mecanização da lavoura, máquinas forrozeiras, áreas cultivadas, produção, cooperativas.
E tudo era feito com ele presente. Aí está a grande diferença: Dom Eliseu ficou dentro do Vale. Não houve estrada que não houvesse conhecido seus passos. Nenhum caminho desconheceu sua presença.
Faz 21 anos que ele cercou de técnicos e começou no Vale um programa de irrigação, utilizando energia diesel com o aproveitamento das reservas d'água do subsolo, contando com o adicional do rio Açu.
A gente viajava de Açu a Pendências e via motores bombas pela várzea afora. Era um festival de pré-abundância. A Escola de Tratorista de Ipanguaçu cheia de rapazes, a fazenda do Governo cheia de frutas e um agrônomo ensinando a produzir.
Em Natal, Dom Eugênio criava a SAR, depois transformado num movimento que ele denominava Movimento de Natal. Havia uma emissora, alguns cursos em Ponta Negra, início de sindicalização rural, sob a orientação de Julieta Calazans. Mas o grande trabalho, o movimento com cheiro de terra e suor, convocando Agrônomos e Assistentes Sociais, pertencia a Dom Eliseu.
Talvez (quem sabe) soprado pela força literária de Mossoró, pela concorrência nobre, pelo desafio da terra, pela força de quem troxe como lema do seu episcopado, os novos caminhos do seu povo: SALUS GREGIS, que quer dizer - "Salvação do Rebanho".
Quando Dom Eliseu estava no Vale do Açu, criou-se um novo condicionamento na alma do seu povo. dele é que partiram as primeiras tentativas de mobilização do Vale como um todo.
Eu me lembro que conversando com ele sobre a situação de Pendências que pertencia a Arquidiocese de Natal, fora portanto de sua jurisdição, ele me respondeu: "Meu filho, quem está em questão é o Vale". E na semana seguinte, um Posto de Puericultura era iniciado em Pendências.
Quando ele foi embora, ou melhor, quando o mandaram para o Paraná. Começou a retratação gradativa do Vale do Açu. Com o novo regime, a Escola de Tratorista foi fechada, a Fazenda do Governo abandonada, os bancos se retraíram, as lideranças políticas se amofinaram, as Assistentes sociais foram embora, os agrônomos desapareceram, os motores bombas sumiram, as cooperativas emagreceram e os debates e cursos se escassearam. Mas, o futuro do Vale seria inevitável. A sua vocação intrínseca era produzir. Hoje ou amanhã, ele teria que ser lembrado, estudado, pesquisado,planejado, executado.
E aí está novamente O VALE DO AÇU retomado pelo Governo, desta vez sem as movimentações anteriores, sem a liderança de um Dom Eliseu. Desta vez o Vale valeu por sua própria natureza. Independentemente de apelos ou apoio, de gritos ou recompensas. Novamente o Vale valeu. desta vez, vieram máquinas, técnicos, dinheiro. CERTO? ERRADO?
Nesta altura do campeonato, o importante é mais uma vez ficar do lado do Vale. E ficar do seu lado, é querê-lo produzindo.Para todos e não apenas para alguns.
Não era assim que sonhava Dom Eliseu?"
Postado por Fernando Caldas
POEIRA DO CÉU
Poeira do Céu (antologia) de autoria do grande poeta considerado um dos maiores da língua portuguesa, açuense de Goianinha (RN) tem organização da professora Cássia de Fátima Matos, EDFURN, 2009. Aquela professora irá concluir a tese sobre o poeta João Lins Caldas e a defesa será dia 22 próximo, ás 14:)) hora no auditório C, do Centro de Ciências Humanas, letras e artes, daquela universidade.
Postado por Fernando Caldas
Postado por Fernando Caldas
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