quarta-feira, 17 de novembro de 2010
COMO ESTÁ O NOSSO VALE? PRODUZINDO PARA TODOS COMO SONHAVA DOM ELISEU? LAMENTAVELMENTE NÃO ESTÁ BEM!
Respondo de forma elementar um questionamento feito por Fernando Caldas ( Fanfa), após reproduzir em seu blog um artigo do saudoso mestre padre Zé Luiz, enfatizando com genialidade da visão cósmica que possuiu D. Elizeu Simões Mendes a respeito dos desafios pra desenvolver o Vale do Açu.
Parafraseando Cassimiro de Abreu, era menino,brincava na areia e aos meus 8 anos, comecei a ver o mundo com olhar critico, observando e comparando realidades, era pequeno, mas me lembro, das missões rurais chegando a porta da choupana do rústico varzeano, a comitiva formada por engenheiros agronômos, técnicos agricolas, assistentes sociais, religiosos, cooperativistas e alguns politicos inseridos nas reuniões comunitárias para receberem da equipe de D.Elizeu noções básicas de desenvolvimento, solidariedade e progresso.
Neste contexto o que mais se abordava era a eletrificação das propriedades para uma possivel produção irrigada.
Não demorou muito, o processo da mecanização foi chegando, tomou conta das fazendas, extendendo sua importância as áreas salineiras, substituindo a mão de obra operária por máquinas, tratores, enchedeiras e outros equipamentos geradores de produção.
O vale andou pra frente, aqui se instalaram os projetos fruticultores, lembro nos primeiros momentos da presença de Davi Americano, um dos grandes propulsores da produção em escala, ( manga, melão, tomate e até uvas) foram plantadas e colhidas em nosso fertilizante solo.
Mais adiante as multinacionais da banana invadiram o vale comprando suas melhores terras, episódio realizado logo após a inauguração da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, alguns venderam suas melhores glebas achando fazer bom negócio, outros tiveram suas terras desapropriadas por decretos governamentais a preço de bolo, a regra do desenvolvimento também induz prejuizos, muitos choram o abandono da terra, indo viver marginalizados com suas familias nas periferias dos centros urbanos.
Aqui se instalou a Frunorte comandada por Manoel Barreto, grande produção de melão e outros similares, emprego para os que possuiam qualificação técnica e para a grande massa de trabalhadores avulsos, a Directivos Agriicola, Delmont, fizeram o tripé da exportação fruticultora da região.
Assim ocorreu com a carcinicultura, a região Norte do vale do Assu, tornou-se um celeiro de camarão em cativeiro, empresas como a Maricultura Tropical, Camanor, Aquática e outros de menor porte formaram um auspicioso quadro de empregos, geração de renda e sobrevivencia dos seus agregados, nos municipios de Porto do Mangue e Pendências.
Repentinamente, as sucessivas enchentes regionais, o mercado internacional afetado pela variação cambial e as quedas do dólar americano, vieram com certeza afetar o parque de desenvolvimento instalado no vale do Açu.
David Americano tomou destino ignorado, não sabemos do seu roteiro, as empresas de fruticultura foram entrando em deficit, a Frunorte desativou sua produção, fechou pra balanço, dizem que abriu falência, as outras tem reduzido contigente, dispensado operários, diminuido produção.
Os carcinicultores em crise, a Maricultura deixou de produzir, acarretou desemprego, máquinas paradas, o setor de ração sem ter vendas e a região voltou ao crucial empobrecimento da sua origem.
O sonho de D. Elizeu foi o que chamamos de bom tempo por pouco tempo, é preciso mais uma vez se retomar a iniciativa, não sabemos pelas mãos de quem, D. Elizeu é apenas um mito desta belissima história.
Está ai meu caro Fanfa, uma pequena amostra do nosso subdesenvolvimento, voltamos a estaca zero, ainda mais com a crise do setor público, as prefeituras falidas, os prefeitos de pires na mão, implorando ao governo federal melhoria nas cotas do FPM, obrigados a fazerem o que não desejam: Corte de pessoal, contenção de despesas, atrasos de vencimentos e outras obrigações que o erário municipal não tem como resolver de imediato.
Escrito por aluiziolacerda às 10h45
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