sexta-feira, 26 de agosto de 2011

 


A QUADRA

Escreves bem divinamente errando
As palavras que escreves, que deparo
E que beijo, mil vezes enxugando
O rosto feio e de prazer avaro...

Foi entre meus papéis: num dia claro
Encontrei uma quadra e... soletrando,
Li esses versos teus, neles notando
Os belos erros d'um talento raro...

Se eu assim escrevesse! Se eu dissesse
Em versos tão errados, se eu pudesse
Dizer cismares que me são diversos...

Ah! Eu te invejo essa quadrinha errada:
Nunca vi comoção mais bem lembrada,
Nunca vi dizer mais em quatro versos!

JLCaldas

UM SONETO DE "MAJÓ" ANDIÉRE ABREU


































Nota do blog: "Majó" Andiére Abreu é um dos poetas assuenses ainda da velha guarda. Carrega hoje seus bons 80 anos de idade. Além de poeta boêmio, foi vaqueiro derrubador de gado, viajante de profissão. A sua predileção para poetar é a glosa [décimas], porém como bom poeta do Assu, produz sonetos de qualidade, conforme os versos acima [do seu próprio punho], que produziu numa feliz inspiração. Fica a homenagem deste blog que registra a história, as estórias, a literatura, afinal, a cultura da Terra dos Verdes Carnaubais e dos Poetas que são muitos. E dos bons!

Postado por Fernando Caldas

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