quarta-feira, 12 de setembro de 2012
terça-feira, 11 de setembro de 2012
NAMORO DE ANTIGAMENTE - 1º CORDEL SOBRE CHICO MARTINS
Um resgate de uma vida feita através da literatura de cordel. É assim que pretendo aos poucos semear as histórias que meu avô Chico Martins contava. Fiz primeiramente através deste cordel, onde é narrada a sua aventura com uma namorada pra lá de doida. Há muitas coisas a serem lembradas.
Boa leitura
Boa leitura
NAMORO DE ANTIGAMENTE
Mané Beradeiro
A primeira namorada
É difícil esquecer
E se for como Amélia
Tudo vem acontecer
Foi assim com um rapaz
Que você vai conhecer.
Seu nome é Chico Martins
Do século que já passou
Lá pros anos vinte e dois
Seu coração se encantou
Com uma moça donzela
Por quem se apaixonou.
Naquele tempo tão longe
Namorar era restrito,
Não tocava, nem beijava,
Que negócio esquisito!
Era assim o costume
Para feio e bonito.
Então Chico Martins
Por Amélia se quedou
Tomou banho no açude
A ceroula lá lavou
Quase seca a barragem
Pela água que jorrou.
E dentro daquelas águas
Precavido não sentou
Temendo ser devorado
Por peixe que atacou
Seu compadre Zé Toquinho
Os possuídos levou.
Chegou em casa tão cedo
Que a sua mãe perguntou:
“-O que se assucedeu?”
Chico pouco lhe contou
Tava nervoso o moço
Porque nunca namorou.
Conversando com o pai
Uns conselhos quis tomar
Mas diante do silêncio
Resolveu aventurar
E lá foi Chico Martins
Com a moça namorar.
Brilhantina nos cabelos
Pó d’arroz no pescoção
Pois o cabra era alto
Parecendo um mourão
Cada pé que Chico tinha
Lembrava embarcação.
O rapaz embora grande
Temia de encontrar
No caminho do namoro
Com um bicho deparar
Principalmente raposa
Que o fazia chorar.
Diz Francisco de Assis
Que o amor tem poder
De fazer algo amargo
Ficar doce e beber
Por isso Chico Martins
Caminhou sem perceber.
Três léguas ele traçou
Com desejo de olhar
O rosto daquela moça
Que não pode lhe tocar
Pois bem pertinho estava
O seu pai a vigiar.
A moça era singela
De beleza singular
Os passos que ela dava
Perfumavam bem o ar
Deixando Chico Martins
Sem palavras pra falar.
Estavam os dois ali
Sentados sem se tocar
Entre Chico e Amélia
Parede a separar
Apenas uma janela
Os deixavam vislumbrar.
A conversa era tola
Muitas vezes só olhar
Quando ela cochilava
Chico se punha a pensar
Cutucava a menina
Para ela acordar.
Com os dedos imprensava
A costela da donzela
Gritando: “-Olha a faca!
Acorda, moça tão bela,
Teus olhos são luzeiros
No rosto d’uma gazela”.
O sinal pra cair fora
Era o pai bocejar
Aquilo significava
É hora de caminhar
O jovem Chico sabia
E não ia murmurar.
Voltando para seu lar
A noite era escura
Tudo era alcatrão
Seu corpo sem ter bravura
Pedia todos os santos
Não ter nenhuma agrura.
Tudo tava indo bem
Chico andava ligeiro
Quando quebrou do chinelo
A correia no lajeiro
Teve que consertar
Debaixo do juazeiro
Se a coisa tava preta
Ficou foi muito pior
Pois o rapaz tendo medo
Não soube fazer o nó
E pra aumentar a dor
Escutou algo maior.
Correu para uma pedra
Nela Chico escorou
Com o chinelo na boca
Ele quieto lá ficou
O bicho era raposa
E de medo se mijou.
Tremia como cipó
Balançado pelo vento
Quando o bicho gritou
Foi grande abobamento
Que em fração de segundo
Chinelo foi alimento.
Chegou em casa cansado
E não soube explicar
Como pode engolir
Chinelo sem mastigar
A mãe então lhe falou:
-Se prepare pra chorar.
Pois agora vai saber
O que é estrebuchar
Dando luz a um chinelo
Você vai se arrebentar
Tome muito óleo rizo
Pras bregas aguentar.
Três semanas foi o tempo
Pra Chico recuperar
Quando voltou pra Amélia
Nada disso quis falar
Deu-lhe até um presente
Pó de Arroz pra cheirar.
O pote tinha três quilos
Dava muito pra usar
Mas depois de várias noites
Chico pôs a perguntar:
-Você não usa o talco
Que lhe dei pra perfumar?
A moça pra responder
Deu risadas de montão
E disse ao namorado
Fiz papa e rubacão
Papai comeu e gostou
Foi grande animação.
-Minha filha, veja bem
O que eu vou lhe falar
Era pra usar na cara
Pra você embelezar.
Onde anda seu juízo
Me diga sem badalar?
Passada esta lembrança
Chico Martins se lembrou
De presentear a moça
Com um doce que ganhou
A doida muito depressa
Na cara toda espalhou.
Isso foi a gota d´água
Namoro se acabou.
Chico fez a sua trouxa
Pra Caraúbas zarpou
Onde viu Ana Cristina
Por quem se apaixonou.
Breve voltarei contar
Outros causos de vovô
Que passou por Janduís
Em Patu foi um pivô
Viveu em Ceará Mirim
Terra que o adotou.
Acabou-se!!!!
Parnamirim-RN, 10 de setembro 2012
Parnamirim-RN, 10 de setembro 2012
"O risoto é um prato ótimo para aquela refeição simples mas com um toque de charme. Ele é rápido e fácil de fazer, mas tem uns segredinhos para o ponto ficar perfeito! Quer saber quais são? Este post do Cuecas na Cozinha responde! http://bit.ly/Mf63HB"
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
No Céu tem um timão In Memorian
Por Aluízio Lacerda, jornalista, blogueiro do Vale do Açu
Recebi e.mail do contemporâneo, atualmente engenheiro civil "Toinho Cosme" residente há décadas em Macau.
Na sua mensagem me resgatou outros nomes de uma geração de atletas de futebol de salão da cidade dos poetas. Eis a grande recordação do leitor assiduo do blog: "LELETO, MÚCIO e GÃO ( goleiro ), o grande Mazinho, irmão de Souza, JUNOT, Anchieta, Gallego de Celeste, Wilson, irmão de Leleto, Lambioi dentre outros craques.
Entre os nomes citados pra nossa alegria e felicidade de todos, os nomes em vermelho estão vivos e fazendo parte destas recordações planetárias.
Aproveitamos o ensejo pra lembrar de outros amigos que foram habitar no andar de cima, foram vestir a camisa do time de Deus. Como recordar é viver, em Macau sentimos imensa saudade de: Perneta e Haroldo, faziam o fino da bola ao lado de Paulo Dedinho, Zeca e Ivanildo, nas Pendências como não lembrar de Marquinhos, Toinho Badaxo etc e tal.
Em Afonso Bezerra tivemos o grande desfalque de uma seleção vitoriosa: Assis e Vicente formavam com o blogueiro, Beto e Bombinha uma equipe épica, mas recentemente tivemos a triste noticia da morte de Cabral, um dos reservas da seleção vice campeã interiorana do estado em 1971, o juiz Níldemes Antunes validou um gol irregular, o título foi entregue ao arqueiro Frazão, capitão do time de Parnamirim.
Pra encerrar, temos a convicção de que no céu tem um verdaeiro timão com orígem em outros municipios: Chico de Goaininha, Os irmãos Costas (Itamar, Itaci e Izulamar) de Ceára-Mirim, sem falar dos craques de Mossoró, Campestre, São José de Mipibu, Areia Branca, Pedro Velho, Nova Cruz, Lajes, Angicos, Ipanguaçu, Itajá, Currais Novos, Caicó, Parelhas e outras cidades por onde passamos.
sábado, 8 de setembro de 2012
Pode me chamar de GAY
By: Thatyany Rodrigues (via Facebook)
Pode me chamar de GAY, não está me ofendendo. Pode me chamar de GAY, é um elogio. Ser GAY me favorece, me amplia, me liberta dos condicionamentos. Não é um julgamento, é uma referência.
Pode me chamar de GAY, não me sinto desaforado, não me sinto incomodado, não me sinto diminuído, não me sinto constrangido. Pode me chamar de GAY, está dizendo que sou inteligente. Está dizendo que converso com ênfase. Está dizendo que sou sensível. Pode me chamar de GAY, está dizendo que me preocupo com os detalhes. Está dizendo que dou água para as samambaias. Está dizendo que me preocupo com a vaidade. Está dizendo que me preocupo com a verdade.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que guardo segredo. Está dizendo que me importo com as palavras que não foram ditas. Está dizendo que tenho senso de humor. Está dizendo que sou carente pelo futuro. Está dizendo que sei escolher as roupas.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que cuido do corpo, afino as cordas dos traços. Está dizendo que falo sobre sexo sem vergonha. Está dizendo que danço levantando os braços.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que choro sem o consolo dos lenços. Está dizendo que meus pesadelos passaram na infância. Está dizendo que dobro toalha de mesa como se fosse um pijama de seda.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que sou aberto e me livrei dos preconceitos. Está dizendo que posso andar de mãos dadas com os anéis. Está dizendo que assisto a um filme para me organizar no escuro.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que reinventei minha sexualidade, reinventei meus princípios, reinventei meu rosto de noite.
Pode me chamar de gay. Está dizendo que não morri no ventre, na cor da íris, no castanho dos cílios.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que sou o melhor amigo da mulher, que aceno ao máximo no aeroporto, que chamo o táxi com grito.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que me importo com o sofrimento do outro, com a rejeição, com o medo do isolamento. Está dizendo que não tolero a omissão, a inveja, o rancor.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que vou esperar sua primeira garfada antes de comer. Está dizendo que não palito os dentes. Está dizendo que desabafo os sentimentos diante de um copo de vinho.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que sou generoso com as perdas, que não economizo elogios, que coleciono sapatos.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que sou educado, que sou espontâneo, que estou vivo para não me reprimir na hora de escrever.
Pode me chamar de GAY. Chame, e que seja bem alto.
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Pode me chamar de GAY, não me sinto desaforado, não me sinto incomodado, não me sinto diminuído, não me sinto constrangido. Pode me chamar de GAY, está dizendo que sou inteligente. Está dizendo que converso com ênfase. Está dizendo que sou sensível. Pode me chamar de GAY, está dizendo que me preocupo com os detalhes. Está dizendo que dou água para as samambaias. Está dizendo que me preocupo com a vaidade. Está dizendo que me preocupo com a verdade.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que guardo segredo. Está dizendo que me importo com as palavras que não foram ditas. Está dizendo que tenho senso de humor. Está dizendo que sou carente pelo futuro. Está dizendo que sei escolher as roupas.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que cuido do corpo, afino as cordas dos traços. Está dizendo que falo sobre sexo sem vergonha. Está dizendo que danço levantando os braços.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que choro sem o consolo dos lenços. Está dizendo que meus pesadelos passaram na infância. Está dizendo que dobro toalha de mesa como se fosse um pijama de seda.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que sou aberto e me livrei dos preconceitos. Está dizendo que posso andar de mãos dadas com os anéis. Está dizendo que assisto a um filme para me organizar no escuro.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que reinventei minha sexualidade, reinventei meus princípios, reinventei meu rosto de noite.
Pode me chamar de gay. Está dizendo que não morri no ventre, na cor da íris, no castanho dos cílios.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que sou o melhor amigo da mulher, que aceno ao máximo no aeroporto, que chamo o táxi com grito.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que me importo com o sofrimento do outro, com a rejeição, com o medo do isolamento. Está dizendo que não tolero a omissão, a inveja, o rancor.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que vou esperar sua primeira garfada antes de comer. Está dizendo que não palito os dentes. Está dizendo que desabafo os sentimentos diante de um copo de vinho.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que sou generoso com as perdas, que não economizo elogios, que coleciono sapatos.
Pode me chamar de GAY. Está dizendo que sou educado, que sou espontâneo, que estou vivo para não me reprimir na hora de escrever.
Pode me chamar de GAY. Chame, e que seja bem alto.
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A QUADRA
Escreves bem divinamente errando
As palavras que escreves, que deparo
E que beijo, mil vezes enxugando
O rosto feio e de prazer avaro...
As palavras que escreves, que deparo
E que beijo, mil vezes enxugando
O rosto feio e de prazer avaro...
Foi entre meus papéis: num dia claro
Encontrei uma quadra e... soletrando,
Li esses versos teus, neles notando
Os belos erros d'um talento raro...
Se eu assim escrevesse! Se eu dissesse
Em versos tão errados, se eu pudesse
Dizer cismares que me são diversos...
Ah! Eu te invejo essa quadrinha errada:
Nunca vi comoção mais bem lembrada,
Nunca vi dizer mais em quatro versos!
Caldas, poeta potiguar de Assu
Encontrei uma quadra e... soletrando,
Li esses versos teus, neles notando
Os belos erros d'um talento raro...
Se eu assim escrevesse! Se eu dissesse
Em versos tão errados, se eu pudesse
Dizer cismares que me são diversos...
Ah! Eu te invejo essa quadrinha errada:
Nunca vi comoção mais bem lembrada,
Nunca vi dizer mais em quatro versos!
Caldas, poeta potiguar de Assu
Pirangi
"Você sabia que a Praia de Pirangi divide-se em Pirangi do Norte e Pirangi do Sul? Pirangi do Sul, na verdade, é uma enseada com águas tranqüilas e dizem que o melhor camarão do mundo é preparado por lá. O Rio Pirangi que separa Pirangi do Sul de Pirangi do Norte."
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