Chacina deixa cinco mulheres mortas em prostíbulo no interior do RN
Cinco mulheres foram mortas a tiros, na madrugada desta quarta-feira (15), dentro de um prostíbulo em Itajá (a 206 km de Natal), no interior do Rio Grande do Norte.
Segundo a polícia, o crime aconteceu por volta da 1h, quando pelo menos quatro homens armados chegaram de carro, invadiram o local e atiraram contra as mulheres. As vítimas estavam no banheiro, na sala e na cozinha da casa quando foram atingidas. Uma das vítimas seria a dona do estabelecimento.
A polícia já sabe, por meio de perícia, que os disparos foram feitos diretamente na cabeça das mulheres e que os assassinos usaram armas de cano longo e de cano curto.
Devido à gravidade do caso, o crime está sendo investigado em ação conjunta pela Diretoria de Polícia do Interior, pela Delegacia Especializada em Homicídios de Mossoró, pela 2ª Delegacia Regional, pela Divisão de Polícia do Oeste e pelas delegacias de polícia de Angicos e Assu.
A polícia informou que exitem duas linhas de investigação no momento, mas os detalhes não serão repassados até que as apurações avancem. Os interrogatórios começam ainda nesta quarta-feira com moradores da região.
Em nota, a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres do Rio Grande do Norte manifestou "indignação e repúdio" e prestou solidariedade aos familiares das vítimas.
"Mulheres em situação de prostituição vivem num ambiente extremamente vulnerável e de estigma social. Pautar a construção de um novo ciclo de políticas públicas para as mulheres do Rio Grande do Norte passa por considerar todas as mulheres como sujeitas de direitos e esse tem sido e continuará sendo nosso desafio", afirmou o texto.
Maria Consuelo atendeu ao telefone. Era Laurinha, a sua melhor amiga, pedindo-lhe que fosse com urgência à sua casa, que tinha algo a lhe contar.
A tarde, Maria Consuelo apareceu.
- Que há criatura? Alguma cousa com as crianças ou com o Argemiro?
- Com as crianças, não. Estão na escola... É com meu marido... Mas, sente-se. Tome primeiro este copo de suco de pitanga. Está uma delícia.
- Que foi, que há com o Argemiro? Por acaso te bateu, arranjou amante?
- Não, nada disto, ele é um santo. Não sabe o que faz para me agradar. Ontem mesmo, me trouxe um lindo vestido da butique. Sempre que vem da rua me traz alguma cousa. Até flores me oferece.
- Bem, então você é uma felizarda. Eu nunca tive o gostinho de receber um buquê de flores do meu marido. Ele é machista demais.
- Bem, sabe o que foi?
- Diga logo, criatura.
- Eu botei um par de chifres nele.
O copo caiu das mãos de Maria Consuelo.
- Mulher, pelo amor de Deus, o que foi que te deu na cuca?
- Nada, Maria, só que enjoei de comer arroz doce todo o dia... Com ele...
- E agora?
- Tô apaixonada. O cara é macho prá valer, é um barato, estou renovada, mal consigo respirar. Sinto o sangue ferver em minhas veias...
- E ele?
- Quer que eu vá todas as tardes para o nosso encontro.
- Então, você agora é a “Bela da Tarde” – Viu o filme? – Disse com ironia na voz.
- É a minha cópia fiel.
- Laurinha, só tenho um conselho a lhe dar. Cuidado. Não se iluda com esses homens calmos e mansos. Eles podem trazer dentro do peito um vulcão. Então, doce lar, adeus! Ademais, o Argemiro não merece isto. Tenha juízo, Laurinha, dedique-se mais aos seus filhos e esquece esse romance.
- Maria, obrigada pelos seus conselhos. Vou pensar em tudo isto.
Maria Consuelo preocupada se despediu da amiga. Na rua, monologava baixinho:
- Sexo! Caldeirão do mundo. Que caldeirão!
Autora: Maria Eugênia Maceira Montenegro - Todas as Marias – FJA – 1996.
Este fim de tarde me sabe.
Da brisa alvissareira que por ali
corria
Na velha rua da minha infância.
Do janelão com sua matrona
negra
E seu riso branco acolhedor.
D. Maria Amélia de tantos filhos seus
E da festiva rua Moisés Soares.
Este fim de tarde me toma
Às baladas do sino da Matriz,
E à buzina do carrinho de doces
de Seu Bastião.
Já se pode regar as roseiras.
E aguardar o café coado com
iguarias
Das tias-mães de tantos afagos.
Este fim de tarde me leva
A outras ruas, novas janelas.
Outros aromas, cores diversas.
A criança é a mesma;
Mãos pequenas, coração alegre
E o olhar fito no horizonte.
Antes do surgimento dos automóveis movidos a motor, historiadores contam que:
Quando a nossa região foi ocupada pelos Colonizadores portugueses, em 1696, aqueles que aqui ficaram para desbravarem nossas terras, trouxeram carros de bois, muitos utilizados no transporte de gêneros alimentícios como carne de charque e sal.
Outro meio de transporte utilizado, rio acima e rio abaixo neste período, foram os botes e balsas movidos à vara, servindo para a pesca e condução de alimentos.
A construção da nossa Matriz, iniciada em 15 de julho de 1760, teve suas pedras transportadas nos carros de bois. Até a primeira década do século XX, o jumento, o burro mulo, o cavalo e o touro, fizeram parte da história dos transportes em nosso Vale. Por exemplo, se alguém da zona rural ou de outros municípios necessitasse dos préstimos do vigário da paróquia para uma confissão ou extrema unção, o portador que vinha buscar o padre, trazia um animal selado para ser utilizado pelo vigário.
Os animais vindos da zona rural ou dos municípios vizinhos, conduzindo os fazendeiros com seus produtos para serem comercializados na feira livre do Assu ficavam amarrados nos fícus plantados por trás da Matriz.
O jumento, a exemplo de todo o Nordeste, foi responsável por parte do desenvolvimento econômico do Assu uma vez que este animal foi utilizado desde a época de povoação para o transporte de algodão, água, capim, gêneros alimentícios, no corte de terra, e sobretudo nos cortes de carnaubais, atividade que até hoje são insubstituíveis, apesar de toda a evolução tecnológica. O jumento é indispensável nesta atividade, uma vez que é ele quem transporta as palhas para o estaleiro depois de cortadas. A carga de palha é tanta que do pobre animal vê-se apenas os olhos para que o mesmo possa driblar as centenas de carnaúbas em seu caminho, tendo que desenvolver habilidades num ziguezague que somente o jumento tem capacidade para tal.
No ano de 1909, o Dr. Pedro Amorim, casou-se com D. Beatriz Montenegro. Residindo em Macau, eles se transferiram para o Assu em charrete puxada a cavalo.
Em 1914, a mãe do Dr. Pedro Amorim, veio de Lajes, onde terminava a linha férrea de Natal, até Assu, carregada em uma liteira conduzida por dois burros mulos. A partir daí, começou, a surgir em Assu os primeiros veículos a motor.
Acompanhado da primeira dama Rita Rodrigues, o prefeito Abelardo Rodrigues reservou a noite desta sexta-feira para prestigiar as apresentações das quadrilhas juninas do município, entre elas a 5ª melhor do Estado e 3ª melhor do Mossoró Cidade Junina, a Explosão Potiguar, um projeto cultural que conta com o apoio total da atual gestão municipal
Após a última apresentação o prefeito foi chamado para fazer uma foto "oficial" com os jovens da Explosão Potiguar e recebeu os agradecimentos dos diretores e integrantes de todas as quadrilhas juninas que se apresentaram e foi bastante aplaudido pelo público presente que se mostrou reconhecedor da importância do apoio do poder público municipal a esse importante projeto cultural.
O maior campeonato de futebol amador da cidade segue com seu período de inscrições aberto. A Copa Nossa Cidade de Futebol Sub-15, que chega a sua terceira edição, é uma promoção da Prefeitura do Natal, através da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SEL), e busca envolver os jovens da capital potiguar no mundo do esporte.
As equipes interessadas em participar da competição devem enviar um representante até a sede da SEL, que fica na Rua Potengi, nº 409, Petrópolis, para retirar a ficha de inscrição dos atletas. O prazo segue até às 17h da próxima segunda-feira (13). Podem participar equipes compostas por até 25 jogadores nascidos no ano de 2000.
A Copa Nossa Cidade de Futebol Sub-15 já se consolidou no cenário do futebol amador de Natal com duas edições realizadas (2013 – 2014). A primeira teve o Santa Cruz como campeão e um total de 46 equipes inscritas. No ano seguinte, o Santos Reis desbancou outras 53 equipes e conquistou o título e é o atual campeão do torneio.
Você já deve ter visto muitas fotos antigas de Natal por aí, mas será que já viu uma coletânea das melhores de todos os tempos? Vale muito a pena conferir...
Prédio onde funcionou a Igreja Presbiteriana, no Assu -
situada na atual Rua Manoel Montenegro.
Denominação evangélica mais antiga em atuação na cidade, a Igreja Presbiteriana do Assú comemora em 2015, o seu centenário de existência no município.
Para lembrar a data, será realizado um grande culto comemorativo no dia 07 de setembro, uma segunda-feira, no auditório do Campus Avançado Prefeito Walter de Sá Leitão, da Universidade do Estado do RN (UERN), às 19h, de acordo com conteúdo repassado pela jornalista Ádala Dayane.
Segundo o pastor da Igreja, Alberto Gomes, a expectativa é de um grande número de pessoas estejam presentes no culto de Ação de Graças, uma vez que as Igrejas Presbiterianas do RN, outras denominações da cidade e autoridades civis e eclesiásticas, estão sendo convidadas.
“Todos os membros da Igreja estão engajados nesse propósito para que possamos realizar um evento marcante, digno dos cem anos de atuação da Igreja Presbiteriana em nossa cidade. Podemos ver em cada um, o entusiasmo e alegria em poder agradecer a Deus por todo este tempo em que nossa Igreja tem cumprido o seu chamado espiritual e social”, ressaltou o pastor Alberto Gomes.
O preletor da noite será o pastor Giovanni Guimarães, presidente do Presbitério Oeste Riograndense, e a parte musical será marcada pelo Coral das Igrejas Presbiterianas do RN, composto por 80 vozes.
Para divulgação do centenário da Igreja Presbiteriana do Assú serão realizados Pitstopsem pontos diversos e estratégicos da cidade, como praças e cruzamentos.
O primeiro pitstop vai acontecer no dia 24 de julho, na Praça de Eventos Radialista Jota Keully, no bairro Vertentes, onde serão entregues panfletos e adesivos a respeito do evento.
A Igreja Presbiteriana iniciou suas atividades em Assú no ano de 1915, através do pastor Natanael Cortez, que realizava culto nos povoados rurais de Santo Antônio e Comboeiro.
Em 12 de janeiro de 1958, a Igreja Presbiteriana do Assú iniciou suas atividades na sede do Centro Operário Açuense, e hoje funciona na Rua 16 de Outubro, nº 751.
Atualmente a Igreja conta com 145 membros e possui uma congregação no bairro Frutilândia.
Atua com cinco Sociedades Internas organizadas e atuantes (Homens, Mulheres, Jovens, Adolescentes e Crianças), sete salas de Escola Dominical e está em fase de reforma e construção de um novo templo.
Postado por Pauta Aberta.
Foto: Livro: Assu - Dos Janduís ao Sesquicentenário - autor: Ivan Pinheiro.
O grande romancista francês Gustave Flaubert escreveu a mais célebre definição das bandeiras: “Estão tão manchadas de barro e sangue que deveriam desaparecer de vez”. O autor de Madame Bovary redigiu essas palavras em 1869, em carta a George Sand, no momento em que acabavam de se firmar como símbolos nacionais. Muitos anos e muitos conflitos depois, as bandeiras de nossos pais continuam a ter papel gigantesco na vida das sociedades, às vezes para unir, outras para dividir. Flaubert estava enganado: não desapareceram, antes pelo contrário. Depois do massacre racista de Charleston, os Estados Unidos se viram mergulhados numa polêmica sobre a exibição da bandeira confederada, enquanto na Espanha o fato de o líder socialista Pedro Sánchez ter lançado sua candidatura à presidência do Governo com uma gigantesca bandeira espanhola ao fundo reacendeu a discussão nunca encerrada sobre a relação da esquerda com a insígnia nacional.
“Há muita semiótica escondida no uso das bandeiras que age sobre o inconsciente. Triunfam porque com certeza provocam grandes emoções em muitos países. Quando a identidade está em perigo, a pessoa se apoia na bandeira”, explica José Enrique Ruiz-Domènec, professor de história na Universidade Autônoma de Barcelona e autor, entre outros, do ensaio de referência Europa. Las claves de su historia (RBA).
José Manuel Erbez, bibliotecário da Universidade de La Laguna e secretário da Sociedade Espanhola de Vexilologia (a ciência que estuda as bandeiras), por sua vez, explica que “no final do século XVIII e início do XIX surge a necessidade de identificar a nação com um símbolo, e dessa forma surge a enorme carga simbólica das bandeiras”. “Antes tinham mais a função de identificar objetos e comunidades com o rei, como indicar o barco do monarca”, prossegue. “Quando a bandeira passa a identificar uma coletividade ela começa a ter uma carga simbólica mais forte e mais emocional. As pessoas continuam precisando se identificar com um grupo, e a bandeira é um símbolo enorme: é uma forma simples de expressar uma ideia muito complexa.”
Embora as bandeiras tenham começado a se disseminar na Idade Média, como continuação da heráldica – os brasões dos nobres, pelos quais eram reconhecidos, tornaram-se representações dos territórios que governavam — sua origem é muito mais antiga. “Os gregos não tinham insígnias”, explica Óscar Martínez, tradutor daIlíada na Espanha, que acaba de publicar Héroes que miran a los ojos de los dioses (da editora Edaf, não disponível em português; em tradução livre, Heróis que olham nos olhos dos deuses), uma história da Grécia antiga. “Quando Homero fala sobre os gregos, não menciona nenhuma bandeira, tampouco por parte dos troianos. Mas Xenofonte conta que os persas portavam bandeiras, especialmente para identificar o rei.”
No caso das legiões romanas, as insígnias inicialmente tinham como função facilitar a movimentação das tropas no campo de batalha, mas no final se tornaram elemento fundamental de identificação. “Uma legião que perdia o estandarte da águia se dissolvia”, explica Martínez. Em Bizâncio, os corredores das disputas em quadrigas se dividiam entre azuis e verdes, e a defesa das cores era tão selvagem que às vezes descambava para revoltas como a de Nika, que provocou a morte de milhares de pessoas no ano 532.
As bandeiras da forma como as conhecemos e usamos hoje estão relacionadas ao nascimento dos Estados modernos. “Há duas bandeiras fundamentais, que nascem de revoluções das quais surgem Estados nacionais: a norte-americana e a francesa”, explica Ruiz-Domènec. “São bandeiras que representam a vontade popular”, diz. “A bandeira tricolor francesa simboliza a revolução que se levanta contra a Flor de Lis da monarquia, enquanto a norte-americana encarna o nascimento de um Estado durante a guerra de Independência. Por isso são bandeiras incombustíveis, com um peso muito grande no imaginário coletivo, e tiveram muita influência em bandeiras posteriores.”
O quadro de Eugene Delacroix A Liberdade guiando o povo se tornou um dos símbolos da República Francesa: a liberdade é representada por Marianne, que simboliza a pátria, com a bandeira tricolor na mão. As duas imagens mais famosas da Segunda Guerra Mundial também estão relacionadas a bandeiras: a foto tirada por Joe Rosenthal em fevereiro de 1945 que mostra fuzileiros içando a bandeira norte-americana em Iwo Jima, uma das batalhas fundamentais para a derrota do Japão, e a que Yevgueni Jaldéi fez, em 2 de maio de 1945, de soldados do Exército Vermelho içando a bandeira soviética sobre o Reichstag de Berlim, nos estertores finais do nazismo. O filme Crimes Ocultos, em cartaz nos cinemas brasileiros, narra a história fictícia do protagonista dessa foto, convertido em herói na URSS.
Um dos grandes momentos da transição espanhola também tem relação com uma bandeira. Foi quando, sete dias depois de sua legalização – e em meio a acaloradas discussões internas— o Partido Comunista decidiu mostrar a bandeira espanhola bicolor junto com a do PC em todos os seus atos. Numa entrevista coletiva, em 17 de abril de 1977, o líder comunista Santiago Carrillo explicou, diante de uma bandeira vermelha e amarela: “De agora em diante a bandeira com as cores oficiais do Estado figurará ao lado da bandeira do Partido Comunista. Sendo parte deste Estado, a bandeira não pode ser monopólio de nenhuma fração política, e não poderíamos deixá-la para os que querem impedir o caminho pacífico para a democracia”.
As bandeiras têm um poder enorme para unir, mas também para dividir. Talvez o símbolo máximo disso seja a bandeira confederada, Dixie, dos 13 Estados do Sul que apoiavam a escravidão. A Chacina de Charleston, na qual um jovem supremacista branco assassinou nove afro-americanos em uma Igreja, detonou uma polêmica em torno da exibição constante desse símbolo do racismo. O historiador do American Civil War Museum, John M. Coski, autor de The Confederate Battle Flag (Harvard University Press), uma história desse símbolo, destaca por e-mail que “esta bandeira é tão poderosa para as pessoas que a apoiam porque a associam a seus ancestrais que lutaram na guerra civil e é tão poderosa para aqueles que a rechaçam por estar associada à Confederação e, portanto, à escravidão, e também porque foi brandida em meados do século XX como um símbolo da oposição ao movimento dos direitos civis”.
Não só na França, Estados Unidos ou Reino Unido com sua célebre Union Jack: na Holanda — no Dia do Rei, as ruas se enchem de bandeiras nacionais ou laranja, a cor símbolo do país—; na Dinamarca —a bandeira mais antiga do mundo, que remonta ao século XVI— ou na Itália —representação do nascimento do país unido durante o Renascimento – são símbolos que quase ninguém discute.