Velha rua
Por Fernando de Sá Leitão, poeta assuense
Este fim de tarde me sabe.
Da brisa alvissareira que por ali
corria
Na velha rua da minha infância.
Do janelão com sua matrona
negra
E seu riso branco acolhedor.
D. Maria Amélia de tantos filhos seus
E da festiva rua Moisés Soares.
Este fim de tarde me toma
Às baladas do sino da Matriz,
E à buzina do carrinho de doces
de Seu Bastião.
Já se pode regar as roseiras.
E aguardar o café coado com
iguarias
Das tias-mães de tantos afagos.
Este fim de tarde me leva
A outras ruas, novas janelas.
Outros aromas, cores diversas.
A criança é a mesma;
Mãos pequenas, coração alegre
E o olhar fito no horizonte.
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