A capital potiguar vem sendo alvo principal de ataques de criminosos, com dezenas de ônibus e carros queimados,
Do UOL
Poucas lojas em comércios das zonas norte e sul da cidade se arriscaram a abrir neste domingo
Por: Redação
Entre sexta-feira e domingo, segundo a Sesed (Secretaria de Estado da Defesa Social e Segurança Pública), já foram contabilizados 54 ataques criminosos em 20 cidades do Rio Grande do Norte. Segundo o último boletim da polícia, 51 pessoas foram detidas suspeitas de envolvimento nas ações criminosas.
A capital potiguar vem sendo alvo principal de ataques de criminosos, com dezenas de ônibus e carros queimados, atentados contra prédios públicos e assaltos. A série de ataques começou um dia após a chegada de bloqueadores de sinal de telefonia celular dentro do PEP (Presídio Estadual de Parnamirim), localizado na região metropolitana de Natal.
Com medo das ações criminosas, a gestora de pessoas, Monalisa Araújo, 36, que mora no bairro Cidade das Rosas, zona norte de Natal, relatou que passou o fim de semana dentro de casa com a família para não arriscar a vida. Ela conta que moradores de Natal enfrentam um clima de tensão nunca vivido antes.
“Desde sexta que não saímos de casa. Ontem os comércios aqui do bairro fecharam cedo e hoje a maioria não abriu.”
A cidade está um caos e ninguém se arrisca. Estamos vivendo um clima nunca visto aqui, nossa cidade era pacata”
A consultora de vendas Edneuza Carlos, 37, também contou que a insegurança em Natal mudou a rotina da família desde a sexta-feira. O filho de 12 anos foi proibido de sair para jogar bola na quadra próximo à residência da família, no bairro Jardim Petrópolis, em São Gonçalo do Amarante, região metropolitana de Natal.
Na sexta-feira e no sábado, ela não arriscou ficar na parada de ônibus à noite e familiares foram buscá-la no trabalho.
“Ninguém sabe onde bandidos vão atacar e, por precaução, ele não saiu de casa para brincar neste fim de semana. Na parada de ônibus ontem, quando sai pela manhã para trabalhar, o clima era de medo. Esses dias voltei de carona porque não arrisquei. Até os taxistas e donos de vans evitam parar para fazer lotação porque podem ser alvos desses ataques”, contou Carlos.
Movimento de shopping caiu
Edneuza Carlos trabalha em uma loja no Natal Shopping, no bairro da Candelária, zona sul, e relatou que no fim de semana o número de clientes na loja em que trabalha caiu consideravelmente, apesar da segurança do shopping não detectar nenhuma anormalidade dentro do centro de compras. Segundo ela, a maioria dos clientes do fim de semana são turistas e desde sexta-feira não atendeu nenhum.
O empresário Eduardo Ribeiro, 28, mora no bairro de Ponta Negra, região sul de Natal, e contou que na noite da última sexta-feira desistiu de jantar com a família em restaurante por conta dos ataques de vândalos na cidade.
“Ao sair com a minha namorada fui alertado pelo porteiro para tomar cuidado. Ele me explicou brevemente sobre os ataques, mas eu decidi sair mesmo assim. A 300 metros eu fui alertado, novamente, por um morador. Aí que decidi ligar para meus familiares e pedi para eles retornarem. Depois de ser alertados duas vezes, eu confesso que fiquei com medo e decidimos cancelar o nosso jantar”, contou Ribeiro.
O empresário contou que presenciou uma cena incomum em Ponta Negra, neste domingo, ao sair para a praia. Ele disse que no meio de banhistas estavam policiais fortemente armados fazendo patrulhamento na areia de Ponta Negra. Ele disse que ficou mais tranquilo com o policiamento ostensivo e tentou manter a programação das férias da família.