A minha querida cidade de Assu, um dos município brasileiros da maior importância com destaque na poesia, agora se torna mais conhecida ainda através do craque Gabriel Veron que orgulha a terra assuense com o seu futebol. Sucesso Gabriel Veron - o "Raio" como está sendo chamado. Veja o artigo publicado em "Tribuna do Norte", de Natal. (Fernando Caldas).
terça-feira, 5 de novembro de 2019
O falso é às vezes a verdade de cabeça pra baixo.
Freud
Freud
De: Olhando as estrelas (http://simplesana4.zip.net/).
segunda-feira, 4 de novembro de 2019
"MESA DE BAR"
O titulo acima além de ser titulo de um poema do poeta assuense Renato Caldas, é também titulo de um livro que ele desejava publicar. Pois bem. Certo dia, estando aquele bardo tomando 'umas e outras'', recebeu de uma senhora, o seguinte mote: "Mesa de Bar". Ali mesmo o bardo Renato que já sentia a perda da visão escreveu numa feliz inspiração, o poema adiante::
Tenho mais de setenta anos, nesta idade
Dona morte me ronda com certeza,
Seja meu companheiro nesta mesa
Ah! Vamos recordar, sentir saudade.
Mesmo no escuro vejo a claridade
Das garrafas, qual lindo refletores
Iluminando os velhos dissabores
Eu preciso por fim a esta desgraça
Que no efeito divino da cachaça
As lembranças fenecem como flores.
domingo, 3 de novembro de 2019
'PINGA' DA BOA
Renato Caldas estando em Natal recebeu de seu amigo e admirador Berckman Dantas um barril de cachaça denominada Olho D'Água (aguardente de cana destilada, produzida no Município de São José de Mipibu por Agro Industrial Berckman S/A. Pois bem.. Bebeu, gostou, embriagou-se e, dia seguinte escreveu um bilhete rimado e remeteu para o amigo Berckman como forma de agradecimento, dizendo assim:
Isso sim, que é cachaça
Que tem mais gosto, mais graça
E dá mais inspiração;
Uma 'cana' diferente
Que a gente bebendo sente
Sabor de recordação.
Renato Caldas estando em Natal recebeu de seu amigo e admirador Berckman Dantas um barril de cachaça denominada Olho D'Água (aguardente de cana destilada, produzida no Município de São José de Mipibu por Agro Industrial Berckman S/A. Pois bem.. Bebeu, gostou, embriagou-se e, dia seguinte escreveu um bilhete rimado e remeteu para o amigo Berckman como forma de agradecimento, dizendo assim:
Isso sim, que é cachaça
Que tem mais gosto, mais graça
E dá mais inspiração;
Uma 'cana' diferente
Que a gente bebendo sente
Sabor de recordação.
ROSA
Rosa era preta. A lânguida mocinha
A pobre Rosa, a filha de africanos.
De braços lisos, e minguados anos,
Todas as tardes ao ribeiro vinha...
Era na primavera uma andorinha.
Desconhecendo a língua dos profanos,
Desconhecendo os temporais enganos...
Era a faceira, a lânguida mocinha.
Amou, porém. Um dia indo ao ribeiro
(Passava um moço branco cavaleiro)
Seu pobre coração falou baixinho...
Vozes de amor seu coração falava...
E quando longe o cavaleiro errava
Lembrava a moça um rouxinol sem brilho...
João Lins Caldas
Olho D'água, Assu, 1912
Rosa era preta. A lânguida mocinha
A pobre Rosa, a filha de africanos.
De braços lisos, e minguados anos,
Todas as tardes ao ribeiro vinha...
Era na primavera uma andorinha.
Desconhecendo a língua dos profanos,
Desconhecendo os temporais enganos...
Era a faceira, a lânguida mocinha.
Amou, porém. Um dia indo ao ribeiro
(Passava um moço branco cavaleiro)
Seu pobre coração falou baixinho...
Vozes de amor seu coração falava...
E quando longe o cavaleiro errava
Lembrava a moça um rouxinol sem brilho...
João Lins Caldas
Olho D'água, Assu, 1912
sábado, 2 de novembro de 2019
sexta-feira, 1 de novembro de 2019
CHICO E CHICA
Por Renato Caldas, poeta potiguar do Assu
Sinha môça, eu conto um fato
De chico ôio de gato
E chica Passarinheira:
Ele, vendia missanga,
Pó de arroz e burundanga;
Era mascate de feira.
Chiquinha, uma roceira
Disposta e trabaiadeira...
Pegava os pásso e vendia.
Porém, tinha um priquito
Muito mansinho e bonito
Qui ela, vendê num queria.
Chico, toda menhanzinha,
Ia a casa de Chiquinha
Já cum mardósa intenção...
Na cunversa qui travaram,
Os óios, se encontraram:...
Tibungo, no coração.
Chico môço da cidade
Cunversa de verdade,
Dotô em tufularia,
Foi devagá se chegando,
Passando a mão alisando
E o priquitinho cedía
O bicho se arrupiava...
Ela, calada deixava,
Gostava daquele trato.
Nisso o amô pôz a canga!
Pôi-se a brincar cum a missanga
De Chico Oio de Gato.
Um brincando, outro alizando
E a missanga amariando
Nisso, um gritinho se ôviu.
Num é qui o priquito-rico,
Teve fome e abriu o bico...
Bufo - a missanga engoliu.
Chico mudô de caminho!
O verde priquitinho
Bateu asas e avuô...
E Chica Passarinheira,
Tá sôrta na buraqueira...
Inté o nome mudô.
(Postado por Fernando Caldas)
quinta-feira, 31 de outubro de 2019
Monsaraz...com vista para o maior lago artificial da Europa
Suspensa no tempo, a histórica povoação alentejana, uma das mais antigas de Portugal, é um destino obrigatório na sua lista de lugares a visitar no Alentejo. Especialmente depois de, em 2017, ter vencido na categoria “Aldeias Monumento” do concurso 7 Maravilhas de Portugal – Aldeias.
O que visitar em Monsaraz
As muralhas que circundam a vila guardam uma povoação acolhedora, onde a luz acaricia os pitorescos e tradicionais lares das hospitaleiras gentes desta terra. Descobrir Monsaraz é viajar no tempo e desfrutar da História no presente. E há tanto para ver e sentir nesta encantadora máquina do tempo, bem no coração do Alentejo!
Como as suas ruas são ancestrais, Monsaraz oferece um espaçoso parque de estacionamento perto das muralhas, para que os seus visitantes possam visitá-la como deve ser: a pé e despreocupadamente.
Aprecie o imponente e peculiar cerco muralhado que abraça esta vila-museu do Alentejo, erguido durante as Guerras de Restauração. Esta muralha previa, no seu plano, a construção do Forte de São Bento, originalmente em forma estrelada, os Baluartes de São João e do Castelo e a Ermida de São Bento. Estava igualmente planeada a construção de três torres em Monsaraz: a primeira, no marmelão de São Gens; a segunda, na herdade das Pipas; a última, na herdade de Ceuta.
A cerca muralhada de Monsaraz tem quatro grandes portas por onde pode entrar na vila. A principal, a Porta da Vila, está protegida por dois torreões semicilíndricos e tem, a encimar o seu arco gótico, uma lápide consagrada à Imaculada Conceição, em 1646, por El-Rei D. João IV. A Porta d’Évora, no lado norte da muralha e também de arco gótico, protege-se por um cubelo. As restantes, d’Alcoba e do Buraco, são portas de arco pleno. Virando costas às entradas, a vista sobre os campos do Alentejo é… soberba.
Percorra a muralha até ao castelo de Monsaraz. Construído por D. Dinis, no século XIV, está classificado como Monumento Nacional. Por volta de 1830 e após desativação de funções militares, a antiga praça de armas do castelo passou a servir como uma espécie de praça de touros. Aqui e durante as festas em honra de Nosso Senhor Jesus dos Passos, decorre uma tourada tradicional anualmente, uma tradição secular indispensável para as gentes de Monsaraz.
O castelo de Monsaraz é um ponto turístico único e excepcional em Portugal, pois é um dos mais esplêndidos mirantes sobre o maravilhoso espelho-de-água da Barragem de Alqueva, o maior lago artificial da Europa e uma das maiores obras portuguesas do nosso século.
Caminhe devagar até ao Largo D. Nuno Álvares Pereira e entre na deslumbrante Igreja Matriz de Nossa Senhora da Lagoa. Erguida sobre as ruínas de uma igreja gótica, destruída devido à peste negra que assolou a região, este monumento religioso, do século XVI e em xisto regional, é de autoria de Pêro Gomes.
A matriz de estilo renascentista apresenta um belíssimo frontão, decorado por um painel de azulejos e uma Cruz da Ordem de Cristo, em honra de Nossa Senhora da Conceição. No seu interior, estude com atenção e deixe-se encantar pelo túmulo de Gomes Martins Silvestre, cavaleiro templário, primeiro alcaide e povoador de Monsaraz. Construído em mármore de Estremoz, tem esculpido, na sua face frontal, um cortejo fúnebre onde desfilam dezassete figuras.
Também sobre as ruínas do seu antecessor desfeito no terramoto de 1755, está o Pelourinho oitocentista. Em mármore branco de Estremoz, este símbolo da jurisdição e autonomia de Monsaraz está situado mesmo em frente à Igreja Matriz.
Já que está no Largo D. Nuno Álvares, aproveite e desfrute da riqueza arquitetónica e histórica dos edifícios aí localizados. A Casa Monsaraz, também conhecida como Novos Paços da Audiência, de finais do século XVII, ostenta o brasão de armas da vila; o Hospital do Espírito Santo e Casa da Misericórdia, que englobam a Igreja da Misericórdia. Esta última construção religiosa do século XVI, de arquitetura sóbria e simples, alberga uma imagem do Senhor Jesus dos Passos, padroeiro da vila.
Na Travessa da Cadeia encontra os Antigos Paços da Audiência. Estes funcionaram, durante séculos, como sede administrativa e tribunal de Monsaraz. Quando a gestão do concelho passou para Reguengos, este edifício tornou-se na escola primária e, mais tarde, no posto de turismo. Entre e veja o fresco medieval O Bom e o Mau Juiz. Nele, estão representados o Juiz da Terra (o Bom Juiz), que segura uma vara vermelha, e o Juiz de Fora (o Mau Juiz), que segura uma branca.
Enquanto o Mau Juiz recebe pagamentos tanto de ricos como de pobres (dinheiro e perdizes, respetivamente), o Bom Juiz apenas recebe a bênção dos anjos que o guardam. A sátira à corrupção da justiça da época é a interpretação mais habitual para este fresco. Contudo, poderá apenas ser um documento ilustrativo da luta dos concelhos para terem os seus próprios juízes, eleito de entre os seus, em vez de juízes de fora, nomeados pela Coroa.
Sinta o sol pôr-se e sob a sua luz rosada, refletida nas fachadas brancas das casas de Monsaraz, passeie à toa pelas ruas e travessas da vila e contemple a Capela de São José, onde os presos recebiam os ofícios divinos; a Casa da Inquisição, cuja designação não deixa dúvidas; a Casa do Juiz de Fora, doada à Universidade de Évora; a recentemente restaurada Igreja de Santiago.
Vá até à antiga Cisterna, que dizem ter sido uma mesquita originalmente. E não perca a oportunidade de conhecer a Capela de São João Batista, também conhecida por Cuba, devido à sua curiosa forma cúbica de influência mourisca. Descubra as Ermidas de São Bento, São Lázaro, Santa Catarina e São Sebastião, todas tão diferentes, todas tão especiais e únicas.
Agora que a noite o envolve no seu acolhedor manto de estrelas, sente-se à mesa num dos restaurantes de Monsaraz. Saboreie os melhores pratos tradicionais alentejanos, como as migas ou o borrego. Quanto a vinho alentejano, aprecie um bom Reserva Monsaraz com a sua fabulosa refeição, enquanto a vista sobre o Lago do Alqueva completa o seu nirvana sensorial. E não acabe a noite sem admirar o espetáculo de constelações e planetas, que brilham mais intensamente no firmamento de Monsaraz.
Fotos:
Vila Planície
De: https://portugalconhecaomaisbelopaisdaeuropa.blogspot.com
quarta-feira, 30 de outubro de 2019
O MEU QUERIDO TORRÃO
Meu rincão na capital
Congratulo todo dia,
O sertão de nunca mais
Versejo com maestria,
Seja numa seca triste
Que é verdade mas existe
Ou nas águas da invernia.
Congratulo todo dia,
O sertão de nunca mais
Versejo com maestria,
Seja numa seca triste
Que é verdade mas existe
Ou nas águas da invernia.
Meu sertão é natureza
Nordestino homem marcado
Na seca a mata cinzenta
Sertanejo abençoado
O meu rincão de homem forte
Pois é preciso ter sorte
Nesse meu torrão sagrado.
Nordestino homem marcado
Na seca a mata cinzenta
Sertanejo abençoado
O meu rincão de homem forte
Pois é preciso ter sorte
Nesse meu torrão sagrado.
E quando chove no inverno
Vê-se a água cristalina
A mata fica verdinha
Troca a roupa da campina
Feliz enquanto chovia
Feijão, milho e melancia
A natureza divina.
Vê-se a água cristalina
A mata fica verdinha
Troca a roupa da campina
Feliz enquanto chovia
Feijão, milho e melancia
A natureza divina.
Saudade da minha terra
Bela vivenda extasia
No sertão do meu lugar
Que no meu peito irradia
É bonita a invernada
Tem leite, queijo e coalhada
No meu chão é alegria.
Bela vivenda extasia
No sertão do meu lugar
Que no meu peito irradia
É bonita a invernada
Tem leite, queijo e coalhada
No meu chão é alegria.
Marcos Calaça é professor e cordelista.
Calaça é apaixonado pelo sertão nordestino.
Calaça é apaixonado pelo sertão nordestino.
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