`Por Manoel Cavalcante
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Tiradentes
não tem a suntuosidade barroca de Ouro Preto e de São João del Rei, mas
certamente é a mais charmosa das cidades históricas. Em suas ruas
coloniais calçadas com pedras pés-de-moleque, as igrejas do século 18
dividem a atenção com o preservado casario formado por sobrados que
abrigam restaurantes, pousadas, antiquários e lojas de artesanato que
acendem seus lampiões na fachada ao anoitecer.
Descolada,
Tiradentes vem, a cada dia, deixando de ser um destino meramente
histórico para se tornar um polo cultural - há quase dez anos é pano de
fundo para concorridos eventos, como a Mostra de Cinema e o Festival de
Cultura e Gastronomia.
DEUSES
O Beijo
O beijo é a comunhão das almas prediletas,
Voz da boca do amor, do sonho e dos poetas.
Palmeira da ilusão carregada de amores
Tem o cheiro feliz das prediletas flores,
O "chic" do luar fantástico dos versos
E a primavera azul dos corações diversos...
Ave do coração a pipilar nas bocas.
Tem a graça febril das esperanças loucas.
Vinho da fantasia e riso das belezas,
Marcha por um país onde não há tristezas,
Erra por uma terra onde não há pesares,
- Prova a graça da festa e a luz de todos os lares.
Romance do prazer e corpo das venturas,
O beijo tem o voo das borboletas puras,
As asas do ideal ressaltam-lhe dos seios,
Branco como a visão dos brancos devaneios,
Goza a febre gentil das lúcidas bonanças
E os seios do luar dos sonhos sem receios
E a sombra sem pesar das cousas que são mansas.
João Lins Caldas, poeta do Assu
Francisco Heráclio do Rêgo - Coronel Chico Heráclio (1885-1974) era político, fazendeiro. o Humorista cearense Chico Anízio inspirou-se nele, Heráclito, para criar o seu personagem "Coronel Limoeiro". Limoeiro é a cidade natal daquela figura política, que enriquece o folclore político do Brasil. Foi pecuarista, senhor de muitas terras no agreste Pernambucano. Influente na política, amigo de Juscelino Kubitschek, foi deputado à Assembleia Constituinte do Pernambuco, deputado federal pelo PSD, UDN, PTB, PST, PTB, ARENA, além de prefeito da sua terra natal. Pois bem, conta-se que Coronel Heráclio, certo dia de eleições gerais, chefe político amado e respeitado que era, distribuía aos seus fies correligionários, a chapa de votação num envelope lacrado. Um deles logo que termino de votar foi ao encontro do coronel. Ao encontra-lo pelas ruas da cidade, aproximou-se daquela figura que enriquece o folclore político do Brasil, indagando assim: - "Coronel, já votei, fiz tudo certinho, conforme o senhor mandou. Agora, eu votei mesmo em quem?" - O coronel Heráclio foi rápido no gatilho: - “Nunca me pergunte uma coisa dessa. O voto é secreto, meu filho”.
UMA LEMBRANÇA
Jeep que meu pai chamado Edmilson Lins Caldas comprou no Rio de Janeiro, em 1957 (fotografia abaixo). A pessoa na foto era um querido primo chamado Djalma. Aquele veículo era de fabricação Willys do Brasil. Foi um dos primeiros 'jipes' fabricados no país, naquele mesmo ano, de tração nas quatro rodas, adaptável as estradas precárias do Nordeste brasileiro, bem como de muita utilidade para quem era proprietário rural, explorava a agricultura, assim como meu pai, pequeno proprietário rural no Vale do Açu. Naquele veículo aprendi a dirigir escondido de meu pai, ensinado por Djalma que está na foto. Tinha eu 10 anos de idade. Registrando uma recordação, apenas.
Fernando Caldas
PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...